Que curso de EAD serve para você?
21/02/2006Personalidade é fator importante na hora de decidir
Se você já tem uma experiência no ambiente universitário e agora pretende investir em uma segunda graduação ou uma pós a distância, fique atento(a): muito além da idoneidade da instituição e do reconhecimento que o MEC (Ministério da Educação) confere ao curso, é preciso levar em conta o seu perfil para que a empreitada seja bem-sucedida. Há vários tipos de cursos de EAD (Educação a Distância), para diferentes personalidades, apesar de que há características essenciais para se dar bem em qualquer um deles, como, por exemplo, ter força de vontade, disciplina, autocontrole e organização. Segundo especialistas, estes são atributos básicos para investir em um curso a distância.
Para quem tem essas características básicas, o próximo passo é considerar as outras, e então avaliar o tipo de EAD mais adequada, se o mais apropriado é fazer uma segunda graduação ou uma pós, dependendo do seu perfil. Pessoas mais extrovertidas e dinâmicas, por exemplo, com dificuldade em dedicar muito tempo a uma determinada tarefa, devem escolher um curso de linguagem acessível, que utilize ferramentas simples e, sobretudo, valorize a interatividade. "Estes fatores podem reduzir o cansaço frente à tela do computador", alerta o coordenador de educação a distância da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), Jorge Vianney.
Para quem serve a segunda graduação?
Por que optar por uma segunda graduação e não uma pós? Em geral, quem tem pouca experiência profissional, não consegue acompanhar a profundidade da análise crítica que uma pós exige. O melhor mesmo é investir em uma nova graduação. A maior parte dos estudantes que se inscrevem neste curso são pessoas entre 25 e 30 anos de idade que ambicionam crescer na carreira, mas só estão no início do processo. Eles atuam, majoritariamente, em um mercado de trabalho mais voltado para Administração e Negócios, logo, maior é a oferta de cursos ligados a estas áreas.
Na Unisul, por exemplo, as opções de graduação a distância seguem a linha da Administração Pública, Gestão de Comércio Exterior, Gestão de Segurança Pública, entre outras. "Na Anhembi-Morumbi, os seqüenciais também seguem esta linha: Gestão de Negócios Empresariais, Gestão e Planejamento de Marketing e Vendas, Organização e Gestão de eventos, entre outros", conta a supervisora de educação a distância da universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo, Fernanda Furuno.
Além do enfoque para o mercado de trabalho, existem muitos alunos que concluíram tardiamente o Ensino Médio e buscam no ensino a distância a Licenciatura, outra demanda muito presente na EAD. "Os cursos de graduação a distância têm bastante desenvolvida a questão profissional, mas também a formação de docentes. Por isso, muitas instituições de Ensino Superior oferecem a Licenciatura em cursos como História e Geografia", conta Vianney.
Na Educação a Distância, a questão da Licenciatura vem sendo trabalhada tão fortemente que é um dos pilares da UAB (Universidade Aberta do Brasil), iniciativa do Ministério da Educação para democratização do acesso ao Ensino Superior. Assim que inaugurada, a UAB pretende garantir cursos de Licenciatura a preços bem mais acessíveis, em média, 60% mais baratos do que no ensino presencial, incentivando, assim, a formação de docentes.
Para quem serve a pós?
Se por um lado hoje a graduação a distância no Brasil enfatiza a área de Negócios e a Licenciatura, e está, na opinião de especialistas, mais desenvolvida no país do que a pós-graduação a distância, esta última garante uma complementação de qualidade para aqueles que já deram o primeiro passo no Ensino Superior (tenha sido no ambiente presencial ou virtual) e já tenham muita experiência no mercado de trabalho."Ao contrário da graduação a distância, a pós permeia as mais diversas áreas do conhecimento, priorizando uma visão crítica, de análise do setor e do mercado de trabalho. É indicada para aqueles com muita experiência profissional que já vivenciaram a realidade da profissão nos mais diversos setores. Não é para iniciantes", revela Vianney.
Este conceito segue a mesma linha do ensino presencial. Apesar de muitos jovens terminarem a graduação e ingressarem de imediato na pós, seja lato-sensu ou stricto-sensu, muitos professores e especialistas em carreira são contra tal medida. Recomendam, no entanto, que o estudante vá para o mercado de trabalho, exerça sua atividade profissional, experimente os diferentes campos de atuação que sua área permite e, só depois, engate em uma pós-graduação. (Saiba mais lendo a matéria Fazer pós-graduação ou não? eis a questão!)
O melhor para a sua carreira
Agora que você já sabe os prós e contras de cada uma das opções, é hora de decidir o que é melhor para sua carreira. Ao entrar em contato com a instituição de Ensino Superior, peça a grade curricular do curso, seja ele de graduação ou pós, questione sobre a metodologia de ensino utilizada e procure fazer uma aula demonstrativa. "Muitas instituições oferecem esta oportunidade para que o aluno se familiarize com as ferramentas antes de ingressar no curso a distância", conta Fernanda.
Para aproveitar ao máximo seu curso a distância, faça pesquisas em bibliotecas, navegue na Internet em busca de novos conhecimentos e troque experiências com os colegas. "A EAD permite algo incrível: a troca de ideais e informações com alunos do curso que estejam do outro lado do mundo", lembra a coordenadora do núcleo de EAD do SENAC-SP, Regina Helena Ribeiro. Ela defende que, nesses casos, certamente a experiência profissional e mesmo cultural têm muito a somar e a enriquecer no processo de aprendizagem.
É por isso, que ao contrário do que se pensa, o aluno de um curso a distância não está completamente sozinho. Aulas colaborativas, trabalhos em grupo, chats e outras atividades são cada vez mais estimuladas. "De maneira alguma a EAD se traduz em uma só via: tutor/aluno. Apesar dessa ter sido uma visão difundida por muito tempo, hoje as pessoas começam a compreender que é equivocada", conclui Regina.
Fonte: Universia