Asus EeePC passa a fazer parte do material escolar de alunos de escola pública em SP
11/02/2009Enquanto o governo federal tenta fechar a compra de 150 mil laptops educacionais por meio de licitação, que já foi interrompida duas vezes, para entregar às escolas da rede pública de ensino do país, duas cidades paulistas saíram na frente e já usam os notebooks como ferramenta de apoio ao aprendizado infantil. São Indaiatuba e Campos do Jordão. Nessa última, a garotada estudam equipadas com ultraportáteis Asus EeePC e até podem levar o computador para casa.
Em Indaiatuba, que fica a cerca de 90 quilômetros da capital paulista, cerca de duas mil crianças manuseiam laptops na sala de aula desde o ano passado. Para aderir ao uso de ultraportáteis na educacão infantil, a prefeitura local fechou parcerias com empresas como Intel e Fundação Oracle, que passaram a fornecer as ferramentas para as escolas.
"A ideia não é ter a informática como uma simples disciplina, mas sim utilizá-la para melhorar o desempenho dos alunos", explica Tânia Castanho, supervisora de ensino em tecnologia educacional da Secretaria de Educação de Indaiatuba.
Pelo projeto, cada aluno tem seu próprio laptop, e o acesso à internet está disponível não só na sala de aula, mas em todas as dependências da escola, como o pátio ou a biblioteca. Ao todo, são 1.070 Classmate PCs em uso por cerca de duas mil crianças (em dois turnos, manhã e tarde), entre cinco e dez anos de idade.
O município não pretende substituir o ensino tradicional, mas sim complementá-lo com as novas ferramentas que a tecnologia trouxe, afirma Tânia. Os portáteis são usados, em média, por uma hora a cada semana em seis escolas da rede municipal de educação, mas até o fim de março outras quatro instituições devem receber o projeto.
Para torná-lo realidade, foi necessário investir na qualificação do corpo docente. "O professor precisa conhecer os aplicativos e ambientes virtuais. A capacitação começou em março e, desde então, temos oferecido treinamentos constantes", diz a supervisora.
Pelos aplicativos online, fornecidos pelas empresas parceiras, é possível, por exemplo, que o professor distribua e verifique o andamento das atividades dos alunos. Ele utiliza, na sala de aula, um notebook convencional para acessar e controlar esse ambiente de interação.
Iniciativa aprovada
O projeto ainda é recente, mas os resultados já são percebidos, segundo avaliação de professoras que atuam no treinamento de outros educadores. Segundo elas, os alunos fazem uso da tecnologia com muita facilidade e aproveitam a mobilidade do acesso sem fio à internet. Além de sites e atividades em sala, eles acessam softwares e jogos educacionais.
E os alunos também aprovam a iniciativa. "Todo mundo gosta. É como se fosse um caderno virtual", conta Danilo Eduardo Rosa Fiúza, de 10 anos, que estuda na Emeb Profª Maria Albertina Bannwart Berdu. "Os que não têm computador em casa podem aprender a usar na escola", acrescenta o garoto, que já tem um PC em casa.
Um exemplo das possibilidades abertas pelo ambiente colaborativo é a preparação de um livro, algo que já foi feito em conjunto pelos alunos da rede municipal. Isso incluiu não só os textos, mas também a criação de ilustrações, o design da capa e a formatação final. O material foi impresso e entregue a órgãos municipais no fim do ano passado.
Os planos de Indaiatuba para a área de informática, porém, não se resumem aos laptops educacionais. A cidade vai ter acesso gratuito à internet via Wi-Fi. Já em andamento, o projeto deve ser concluído até o final deste ano.
Na escola e em casa
Na cidade serrana de Campos do Jordão, a 170 quilômetros da capital São Paulo, alunos de 10 a 14 anos usam laptop educacional desde julho de 2008. E isso vale não só para a sala de aula: a garotada pode levá-lo para casa, caso os pais assinem um termo de responsabilidade garantindo os cuidados no manuseio.
A prefeitura comprou cerca de mil ultraportáteis Asus Eee PC 4G, que rodam a distribuição Xandros do sistema operacional Linux, têm tela de sete polegadas e pesam pouco menos de um quilo. Até meados do ano passado, o projeto havia chegado a sete escolas municipais, mas a intenção da prefeitura é expandi-lo para todas as 15 unidades de ensino.
Segundo a administração municipal, que investiu R$ 1 milhão para adquirir os equipamentos, já foi possível perceber o aumento do interesse pelas aulas. Além de realizar tarefas simples, como cálculos e digitação de textos, os alunos passaram a ter novos recursos de áudio e vídeo no dia-a-dia.
Fonte: WNews