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IA na educação: uma parceria inevitável, mas que precisa de cuidados.

30/09/2024


Artigo de Enilton F. Rocha.

Durante passagem pela Europa - Itália, França, Portugal e Espanha, em maio e junho deste ano, tive a curiosidade de pesquisar e dialogar com algumas experiências da IA. Depois dessa curiosidade, fiz dois cursos sendo um sobre a IA (histórico, conceitos e ferramentas, conceitos da linguagem natural, potencialidades e limites) e outro sobre a IA como coadjuvante na educação e em práticas educacionais.

Tive o cuidado de escolher opções que me auxiliassem na compreensão das potencialidades, do ponto de vista educacional, na parceria da IA com a educação, sem entrar no rigor, nos detalhes da tecnologia em si. Uma visão de educador diante do potencial e riscos da IA na educação.

Agora na prática, utilizando seus recursos em pesquisas exploratórias, planejamento estratégico de cursos superiores, gestão de cursos, metodologia para trilhas de aprendizagem em microcertificação em módulos, vejo que aprendi alguns cuidados, sobre o que não fazer com a IA na educação, especialmente no ensino, na aprendizagem e na avaliação.

a)Personalização - de quê? para quem? como?

O risco da personalização banalizada é grande quando o prompt lógico (comando, parâmetros, perguntas e respostas, níveis de detalhes) da linguagem natural entre usuário e ChatGPT possui ingredientes e características da lógica ou do diálogo formatado, sequencial, de pouca autonomia para o ChatGPT, para o estudante e para o professor. Nesse sentido, os resultados mostraram que personalizar não significa formatar a aprendizagem com instruções pré-determinadas e expectativas conclusivas. Nem tão pouco instrumentalizar a aprendizagem. Pelo contrário, o importante é descobrir evidências, causas e opções de ajustes ou de soluções, especialmente para problemas ou diálogos complexos.

Nessa possibilidade, tanto na criação do ChatGPT (modo proprietário, estrutural, indexado), utilizando uma base de dados, arquivos, vídeos e links auxiliares, quanto no campo de pesquisas e de demandas abertas na construção do prompt de diálogo com essa ferramenta, os resultados mostraram que o que vale mesmo para conseguir o esperado é a capacidade criativa, o pensamento crítico, o planejamento anterior ao comando no diálogo com o ChatGPT e a lógica construída em linguagem natural na narrativa de atribuições e expectativas para a produção do que se pretende ou se espera.

Aqui, observam-se alguns cuidados:

✓Qual o propósito desse diálogo com a ferramenta? Formatar a aprendizagem ou incentivar o pensamento criativo-crítico?

✓Que elementos devem ser inseridos nesse diálogo, de modo que o Assistente Virtual ou Tutor IA (diferente do atual personagem do MEC para o auxiliar do professor da EaD) possa ser criativo e produzir um resultado mais seguro ou, dependendo do propósito, ser mais específico ou mais genérico?

✓Quais parâmetros de integridade e segurança devem ser inseridos nesse diálogo? Especialmente quanto à ética acadêmica, segurança da informação, direitos autorais, identificação da coautoria com a IA, entre outros.

✓A curadoria de conteúdo bibliográfico, vídeos, entrevistas, links da web e de documentos institucionais passaram por um crivo de segurança e de coerência com o propósito do diálogo? Aqui pode estar um grande risco de integridade ou fragilidade de referenciais na construção do diálogo com o ChatGPT.

✓Na construção do prompt, os elementos do potencial tecnológico sobrepõem aos da criatividade e do pensamento crítico do professor, do estudante ou do gestor educacional? Se sim, quais evidências de equívocos ou erros nessa construção?

Esses cuidados surgiram durante os testes, quando os resultados devolvidos pelo ChatGPT e algumas de suas ferramentas auxiliares trouxeram informações que exigiam uma validação mais apurada, especialmente do ponto de vista da ética, do propósito e da segurança da informação.

Para leiura do artigo completo clique aqui.
 
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