Estudando a Distância

Desde a revolução industrial, quando o ser humano começou a ser gradativamente substituído por máquinas no trabalho meramente mecânico e repetitivo, passamos a viver a transição para a Era da Informação. Vivemos hoje uma fase florescente dessa era, em que a informação e o conhecimento acrescentam valor ao indivíduo no mercado de trabalho e impulsionam a carreira e os negócios. Não estar qualificado e atualizado diminui a competitividade. A regra é o "lifelong learning" (aprendizado/educação durante a vida toda). Ao mesmo tempo, a tecnologia da informação está presente no cotidiano das pessoas, nas atividades profissionais ou de lazer. Neste panorama, uma das atividades mais promissoras e com resultados extremamente positivos nos últimos anos é a educação à distância.


Educação à distância pode ser definida como o processo de aprendizado, onde professor/palestrante e aluno estão fisicamente separados no espaço e/ou tempo, mas integrados através das tecnologias de comunicação. A educação superior à distância é atualmente o sub-setor educacional que cresce com maior velocidade. Mais de 2/3 de todas as instituições de educação superior nos Estados Unidos que oferecem aprendizagem presencial (convencional, em sala de aula), também oferecem cursos on-line. Mais de 40% das instituições que oferecem mestrado oferecem esses programas também on-line. A taxa anual de alunos realizando cursos universitários on-line é de 18,2%. O Canadá conta com 500.00 alunos estudando à distância. Na Europa, são 900.00 alunos, e na Ásia, 3 milhões de pessoas. A Open University, na Inglaterra, que oferece programas apenas na modalidade on-line, é responsável pela formação de 9% das graduações no Reino Unido.


O Brasil conta com 321 cursos à distância no país, em 217 instituições, de acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância lançado no 4º Seminário Nacional da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED, realizado entre 09 e 11 de abril de 2006. Programas públicos de educação a distância também vêm sendo implementados, como os projetos criados e apoiados pela Escola do Futuro, da Universidade de São Paulo – USP, como o ProFormação, programa de formação de professores em exercício com modelo semi-presencial, e o Projeto Universidade Aberta da Secretaria de Educação a Distância – SEED – do Ministério da Educação, que pretende possibilitar a expansão e interiorização do ensino superior público gratuito e de qualidade, por meio da educação a distância.


Este conceito de educação vem ao encontro de outra das necessidades fundamentais do indivíduo contemporâneo: a flexibilidade. O que não significa isenção no cumprimento das tarefas. A educação a distância é mais aconselhável para a educação de adultos por exigir persistência, motivação e disciplina. É preciso planejamento pessoal e organização.


As tecnologias de informação e comunicação podem, e devem, ser utilizadas em todos os níveis do ensino regular. Pesquisa realizada pela Universidade de Stanford, CA, USA, revelou que as pessoas retêm até 70% das informações recebidas quando vêem, ouvem e interagem. Quando apenas vêem e ouvem, a retenção cai para 30%. A interatividade e o uso de novas tecnologias permitem a adoção de atitudes que beneficiam a criatividade. A comunicação entre pontos diferentes propicia a possibilidade de debates e conferências on-line com diversas partes do mundo. Esses recursos vêm se mostrando de grande benefício e praticidade nas empresas em treinamentos, cursos, realização de seminários e palestras. As possibilidades são muitas, e aumentam a cada dia. A aprendizagem a distância fará parte de um número cada vez maior de pessoas no futuro bem próximo.

Notícia originalmente publicada em https://www.kontroll.com.br/Nnews_ed.htm