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							Em diferentes setores 
							das atividades humanas está surgindo à ideia de que 
							contar histórias é uma maneira extremamente eficaz 
							de comunicar experiências, informações e conceitos 
							complexos, não apenas transmitindo a mensagem 
							desejada, mas intensificando o interesse do 
							destinatário. Será que contar histórias pode 
							servir como estratégia pedagógica/andragógica/heutagógica 
							impactante na EAD? Será que serve também como forma 
							de relatar, em conclaves científicos e 
							profissionais, os resultados de pesquisas e 
							experiências significativas? 
  
							
							A sistemática coleta e 
							análise de dados estatísticos denominam-se 
							Analítica (Analytics, em inglês). Envolve 
							determinado processo ou situação, especialmente a 
							solicitação do cruzamento de dados (normalmente não 
							levados em conta), com o objetivo de compreender em 
							maior profundidade certo fenômeno. Analítica é uma 
							atividade que, realizada com destreza, pode revelar 
							influências significativas antes encobertas nos 
							dados, ou sugerir novas ações táticas e estratégicas 
							nunca imaginadas. Analítica tem grande 
							potencialidade na prática e desenvolvimento da EAD: 
							nos critérios na seleção de docentes e de outros 
							profissionais, no planejamento e aperfeiçoamento 
							continuado da programação de cursos, na 
							identificação de padrões de comportamento 
							(preferências e rejeições), na escolha do desenho 
							instrucional mais apropriado para um público 
							específico ou na forma de avaliar aprendizes, entre 
							muitas outras áreas críticas. Até que ponto, no 
							Brasil, decisões sobre essas questões são tomadas 
							não na base de dados numéricos analisados em 
							profundidade, mas, sim, em bases apenas intuitivas, 
							impressionistas ou condicionadas por critérios de 
							tradição institucional, de imposição governamental 
							ou capricho do indivíduo no comando da entidade? 
							Obter e estudar dados estatísticos sobre a EAD, 
							especialmente se acumulados através de longos 
							períodos de tempo, garantem que decisões sejam 
							baseadas em evidência e não em improvisação. 
  
							
							A sociedade 
							contemporânea cerca os cidadãos com Radiodifusão 
							Aberta, Sistemas Interoperacionais e Abertos, 
							Softwares Abertos, Patentes Abertas, Arquivos 
							Abertos, Revistas Científicas Abertas e assim por 
							diante. As tecnologias digitais possibilitam a 
							duplicação infinita de qualquer texto, imagem ou 
							som, com grande qualidade até o último exemplo. Tal 
							conquista significa o potencial de sair de uma 
							sociedade caracterizada pela escassez (na qual 
							apenas os mais privilegiados têm acesso ao 
							conhecimento avançado) e entrar plenamente numa 
							sociedade de abundância, na qual todos têm acesso 
							relativamente fácil e econômico a todo o 
							conhecimento e expressão artística do passado e da 
							atualidade. No exterior, muitas instituições de 
							ensino superior já estão disseminando gratuitamente, 
							via Internet, grande parte de seu conteúdo (os 
							powerpoints dos professores, os textos lidos pelos 
							alunos, as discussões em fóruns e chats curriculares 
							dos estudantes, além de obras raras e especializadas 
							de importantes bibliotecas) como forma de ajudar 
							professores e alunos em todo o mundo a criar 
							benchmarks com respeito à excelência de suas 
							coleções, e, finalmente, como atitude de 
							responsabilidade social. 
  
							
							Esses recursos 
							educacionais abertos (REAs) representam um dos mais 
							importantes marcos de democratização do 
							conhecimento; é o ingrediente para assegurar 
							revitalização e expansão à EAD, que agora pode 
							enriquecer a aprendizagem dos alunos com a 
							contribuição de conteúdo provindo de múltiplas 
							fontes. Essas iniciativas também podem estimular e 
							facilitar a prática de aprendizagem independente, 
							autônoma, com ou sem a certificação acadêmica ou de 
							sociedade profissional (no fim do processo). Nesse 
							contexto, alguns questionamentos se impõem. O Brasil 
							situa-se no desenvolvimento de OERs, tanto para seu 
							próprio universo da comunidade de língua portuguesa 
							quanto para o mundo como um todo? Estamos 
							acompanhando os demais países nessa vertente 
							didática tão promissora? Quem no país está (ou não 
							está) se beneficiando dessa tendência? Há uma ou 
							mais regiões geográficas, ou aprendizes em apenas 
							determinados tipos de instituição? Qual é o papel da 
							EAD com relação aos REAs? Quem são os principais 
							contribuidores de REA no país? Como estimular uma 
							participação maior de governos, instituições de 
							ensino, centros de pesquisa, editoras de livros e 
							revistas, além de outros setores da sociedade em 
							geral?  
  
							
							Esses serão os três 
							dos temas do Congresso Internacional da ABED em 
							2012. Os profissionais e instituições acadêmicas e 
							corporativas estão convidados a dar sugestões para o 
							detalhamento desses temas em diversas oportunidades: 
							palestras, mini-cursos, mesas redondas e atividades 
							similares durante o evento. O Comitê de Programação 
							aguarda a contribuição de suas ideias e sua 
							comunicação de disponibilidade para levá-las à 
							frente na prática. 
							
							 
							 
							  
							
							Prof. Dr. Fredric 
							Michael Litto 
							Presidente da ABED 
							  
							  
							  
							
							
							  
  
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