TEXTOS EAD (Os textos publicados nesta seção são de responsabilidade dos autores)
A Concorrência cada vez mais Acirrada na Graduação EaD01/11/2024
POR LEONARDO LABRES
Todos que acompanham o mercado de graduação à distância, têm observado o fenômeno da expansão, onde ano após ano os números de polos, matrículas e ingressos batem recordes. A influência do período da pandemia de Covid19, a retração do poder de compra e principalmente o aumento da oferta decorrente da mudança de regulação - o decreto 9.075 de 2017 - são razões que se somam para que esses números sejam superados a cada nova divulgação de dados do CENSUP.
Em 2022, ultrapassamos os 3 milhões de ingressos na educação à distância, quase o dobro (+94%) do alcançado em 2019. No mesmo período, o número de polos de EAD cresceu 73% e o número de municípios com oferta de EAD 71%. Salta aos olhos o fato de que a captação cresceu percentualmente mais do que a oferta (cidades e polos). Sem dúvida, essa diferença tem a influência das condições ambientais do período, como a restrição de circulação e dificuldades econômicas durante a crise sanitária. Contudo, há uma outra razão que influencia o crescimento do resultado de ingressos: o acirramento da concorrência decorrente do aumento da quantidade de polos, e a consequente maior incidência de transferências entre IES e modalidades.
É comum que ao observarmos os dados do CENSUP, interpretemos ingressos como alunos que não estavam no mercado. Na verdade, uma parcela significativa desse número é representada por transferências entre cursos, IES e modalidades. O referido aumento da oferta então, acaba por retroalimentar o número de novas entradas.
Com mais polos em uma mesma região, e mais opções de matrículas acessíveis, as chances de transferências aumentam bastante. Hoje o aluno tem mais marcas atuando no seu entorno, o que possibilita a troca de IES para redução do investimento, pela qualidade do serviço ou atendimento, disponibilidade de portfólio ou demais conveniências. O mesmo acontece na migração entre modalidades. É cada vez mais recorrente que alunos que precisam viajar para assistir aulas presenciais, optem por uma matrícula EAD próxima a sua residência. Essa opção reduz não só o investimento em mensalidade, como os custos de transporte, alimentação e eventualmente estadia/locação de imóvel.
Em 2017, ano do decreto 9.057, a participação das transferências no número de novos alunos EAD representava 11,27%. Em 2022, chegamos a 17,65% nesta situação. Essa tendência impõe a inclusão desse movimento como um canal de captação e uma preocupação ainda maior no processo de retenção. Mais do que nunca, o gestor de polo precisa estar ciente e acompanhando essa volatilidade da demanda.
Para leitura do artigo completo clique aqui.
Acesse o blog do MercadoEdu para mais conteúdos.
POR LEONARDO LABRES
Todos que acompanham o mercado de graduação à distância, têm observado o fenômeno da expansão, onde ano após ano os números de polos, matrículas e ingressos batem recordes. A influência do período da pandemia de Covid19, a retração do poder de compra e principalmente o aumento da oferta decorrente da mudança de regulação - o decreto 9.075 de 2017 - são razões que se somam para que esses números sejam superados a cada nova divulgação de dados do CENSUP.
Em 2022, ultrapassamos os 3 milhões de ingressos na educação à distância, quase o dobro (+94%) do alcançado em 2019. No mesmo período, o número de polos de EAD cresceu 73% e o número de municípios com oferta de EAD 71%. Salta aos olhos o fato de que a captação cresceu percentualmente mais do que a oferta (cidades e polos). Sem dúvida, essa diferença tem a influência das condições ambientais do período, como a restrição de circulação e dificuldades econômicas durante a crise sanitária. Contudo, há uma outra razão que influencia o crescimento do resultado de ingressos: o acirramento da concorrência decorrente do aumento da quantidade de polos, e a consequente maior incidência de transferências entre IES e modalidades.
É comum que ao observarmos os dados do CENSUP, interpretemos ingressos como alunos que não estavam no mercado. Na verdade, uma parcela significativa desse número é representada por transferências entre cursos, IES e modalidades. O referido aumento da oferta então, acaba por retroalimentar o número de novas entradas.
Com mais polos em uma mesma região, e mais opções de matrículas acessíveis, as chances de transferências aumentam bastante. Hoje o aluno tem mais marcas atuando no seu entorno, o que possibilita a troca de IES para redução do investimento, pela qualidade do serviço ou atendimento, disponibilidade de portfólio ou demais conveniências. O mesmo acontece na migração entre modalidades. É cada vez mais recorrente que alunos que precisam viajar para assistir aulas presenciais, optem por uma matrícula EAD próxima a sua residência. Essa opção reduz não só o investimento em mensalidade, como os custos de transporte, alimentação e eventualmente estadia/locação de imóvel.
Em 2017, ano do decreto 9.057, a participação das transferências no número de novos alunos EAD representava 11,27%. Em 2022, chegamos a 17,65% nesta situação. Essa tendência impõe a inclusão desse movimento como um canal de captação e uma preocupação ainda maior no processo de retenção. Mais do que nunca, o gestor de polo precisa estar ciente e acompanhando essa volatilidade da demanda.
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