RESUMO
A disseminação da informação, aliada à proliferação das mídias interativas, tem colocado recursos como o computador, a Internet e o vídeo, a serviço da educação e, o uso destas novas tecnologias tem delineado uma grande transformação nos processos de ensino-aprendizagem. Uma parte significativa desta transformação está relacionada ao uso da educação a distância (EAD) como forma de atingir novos públicos e desenvolver novas metodologias de ensino.
Um dos fatores críticos de sucesso em EAD é o foco direcionado para as necessidades dos alunos e a definição de conteúdos que atendam a estas necessidades. Levando em consideração estes fatores, destacamos que o principal objetivo desta pesquisa é fazer um levantamento e comparar, as diversas metodologias e técnicas adotadas nos cursos a distância oferecidos pelas universidades no Brasil. A amostra será composta por seis universidades públicas que já oferecem cursos à distância, localizadas nas principais capitais das regiões Sul e Sudeste do país.
Também será apresentado um levantamento comparativo para identificar formas de interação e suporte aos alunos semelhantes entre as universidades, ou seja, grupos que possuam características similares quanto aos materiais utilizados, a estruturação dos cursos, formas de interação aluno/professor, suporte ao aluno, tecnologias utilizadas e sistemas de avaliação adotados.
PALAVRAS-CHAVE
Educação a Distância; Escolas de Administração; Administração da Informação; Processo de Ensino e Aprendizagem e Tecnologia de Informação.
1. INTRODUÇÃO
Questões da sociedade atual, como a inserção do cidadão no mercado de trabalho,
através da capacitação, via educação, acrescida à necessidade de atualização
e estudo constante - educação continuada, têm impulsionado de forma espantosa
a disseminação dos cursos oferecidos a distância, ganhando cada vez mais adeptos
no meio acadêmico.
No Brasil, o interesse em aumentar, a curto prazo, a escolaridade da população
está relacionado a fatores como a globalização da economia mundial, na qual
busca-se colocar o país em condições de competitividade no mercado internacional
e mundial.
O desenvolvimento de novas tecnologias permite hoje ao homem desfrutar de grandes
avanços nas mais diversas áreas. Essas tecnologias propiciaram o desenvolvimento
de novas alternativas de educação à distância. As técnicas de EAD combinam os
já conhecidos recursos educacionais, com as ferramentas de tecnologias de informação
(TI). Mas, para que estas tecnologias possam ser utilizadas para atingir objetivos
pedagógicos, é necessária uma estratégia de ensino-aprendizagem claramente definida,
assim como a existência de alguns elementos estruturais básicos com a qual professores
e alunos possam contar (Maia, Meirelles & Abal, 2001).
A análise dos diversos modelos pedagógicos dos cursos EAD utilizados nas universidades
públicas nacionais, pode estimular a análise dos profissionais envolvidos com
a EAD e, que de alguma forma, estejam enfrentando dificuldades em escolher uma
metodologia para melhor servir os estudantes que não podem ou optam não vir
para o campus da universidade.
A proposta deste trabalho é fazer um levantamento dos cursos universitários
que utilizam a educação a distância e fazer uma análise comparativa entre os
cursos oferecidos.
2. SITUAÇÃO ATUAL DO ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA NO BRASIL
Para um país de tamanho continental como o Brasil, o uso das novas tecnologias
educacionais será determinante para vencer o atual atraso educacional, não obstante
alguns avanços verificados nos últimos anos.
O crescimento da escolarização no Brasil melhorou o nível de instrução da população.
Hoje existem 13,3% de analfabetos entre a população com 15 anos de idade ou
mais. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(INEP), o setor público brasileiro gasta 4,8% do PIB com educação no Brasil.
O país vem fazendo progressos enormes nos últimos anos. Em 1985, existiam 859
instituições de ensino superior no Brasil. Em 2000, eram 1.180, 60% delas privadas.
O número de cursos oferecidos nesse período aumentou 170%.
O ensino superior já está sentindo necessidade de criar novas vagas para suprir
a demanda do ensino médio que cresceu velozmente. Segundo previsão do Ministério
da Educação (MEC), em 2004, haverá 3 milhões de alunos matriculados nos cursos
de graduação e para atender à demanda projetada, devem ser abertas cerca de
875 mil novas vagas nas universidades. Mas, mesmo com este crescimento, a parcela
de jovens que chegam ao ensino superior no Brasil é praticamente a metade da
de países como o Chile e a Argentina: aqui, os 2,7 milhões de universitários
representam 1,6% da população, contra cerca de 3,4% de chilenos e argentinos.
Nos últimos anos a EAD no Brasil também vem fazendo progressos. Em 1997 o Brasil
possuía apenas um curso de licenciatura aprovado pelo MEC, oferecido pela Universidade
Federal de Mato Grosso. Apenas em 1998 o MEC apresentou o primeiro arcabouço
de legislação para certificação de cursos em EAD. A partir desta data começaram
a surgir as solicitações para aprovação e certificação de cursos de graduação
(Meirelles, 2002).
Em 1998 foram apresentadas ao MEC 8 solicitações. Em 99 foram solicitados mais
14 cursos. Em 2000 apenas 5 cursos, em 2001 foram 10 cursos e em 2002, até o
dia 30 de janeiro, já haviam dado entrada para a solicitação certificação de
graduação em EAD, mais de 23 cursos. No total foram apresentadas ao MEC, até
o início de 2002, 67 solicitações, que correspondem a um total de 75 cursos
de graduação. Destes, 15 escolas já foram credenciados, sendo: 8 Universidades
Federais; 2 Universidades Estaduais; 2 Universidades Privadas e 2 Faculdades
Privadas.
Ao todo já foram autorizados até o momento 21 cursos de graduação, quase todos
eles voltados à formação de professores do ensino fundamental. O Brasil possui
nestes cursos cerca de 40.000 alunos matriculados, e destes, 39.000 participam
de cursos para formação de professores. A previsão do MEC é de que até o final
de 2002, estejam matriculados 70.000 professores nestes cursos. Apenas 11 instituições
de ensino superior estão autorizadas pelo MEC para oferecer curso de graduação
a distância.
A preocupação do MEC com a formação de professores de ensino fundamental é muita
clara, porque após a publicação da nova LDB, que exige que os professores do
ensino fundamental das primeiras séries tenham formação superior até 2006, houve
um acréscimo na demanda de cursos de pedagogia, de cerca de 700.000 novas vagas,
para a formação destes professores. O país não tem como suprir toda esta demanda,
num prazo tão restrito, no modo presencial, por isso a prioridade do MEC está
na aprovação e certificação destes cursos de graduação a distância (Meirelles,
2002).
O Brasil dispõe hoje de condições para oferecer educação distância com bastante
competência, capaz de aprimorar o ensino ministrado em sala de aula e de fazê-lo
chegar a mais brasileiros, nas regiões mais remotas do país. Os métodos e técnicas
de comunicação hoje disponíveis possibilitam levar educação a milhões de estudantes
e simultaneamente preparar milhares de professores, acelerando, sobretudo formação
destes profissionais de ensino.
3. RESUMO DO REFERENCIAL TEÓRICO
Vários autores apontam características básicas do processo de educação à distância
que, apesar da falta de homogeneidade, permitem uma formulação mais clara do
conceito:
• Perraton (1997), referenciado pela Unesco, descreve a educação à distância
como “um processo educacional em que uma proporção significativa do ensino é
conduzida por alguém distante em tempo e/ou espaço do aprendizado”;
• Moore (1996) define Educação a Distância como a comunicação entre alunos e
professores mediada por documentos impressos ou por alguma forma tecnológica;
• Nunes (s.d.) argumenta que não basta um processo comunicativo de mão dupla.
Deve ser organizado um processo sistematizado, bem definido e continuado.
Segundo Keegan (1996), os elementos centrais dos conceitos de EAD são: separação
física entre professor e aluno, que distingue o EAD do ensino presencial; influência
da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, projeto e organização
rígida), que a diferencia da educação individual; uso de meios técnicos de comunicação,
usualmente impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos
educativos; comunicação de mão-dupla, onde o estudante pode beneficiar-se da
iniciativa no diálogo; possibilidade de encontros ocasionais com propósitos
didáticos e de socialização e participação de uma forma industrializada de educação,
potencialmente revolucionária.
Este tipo de educação/aprendizado transforma a relação tradicional na sala de
aula. O conceito de autoridade do professor e seu domínio sobre o processo de
ensino se transformam em compartilhamento do aprendizado. Surge uma nova interface
entre alunos e professores, mediada pelas tecnologias computacionais, como a
Internet. Estes conceitos reforçam a idéia de que os alunos aprenderão por fazer
e não por memorização.
Com a velocidade das mudanças tecnológicas, o sistema educacional é desafiado
a ampliar oportunidades sem aumentar os orçamentos. Muitas instituições educacionais
estão respondendo a este desafio desenvolvendo programas de EAD (Maia & Abal).
As maneiras mais freqüentemente utilizadas para dar suporte a aprendizagem independente
estão representadas na figura 1.
4. METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO E FONTES
Por se tratar de um tema que apresenta pouco conhecimento acumulado e sistematizado,
será utilizada uma composição de métodos, objetivando levantar conceitos e sistematizar
metodologias na área de EAD, visando expor as estratégias adotadas pelas universidades.
A estratégia de pesquisa a ser utilizada nesta pesquisa é a de estudo de casos,
com múltiplas análises de casos, na qual cada universidade entrevistada será
tratada como uma unidade de análise, conforme descrição do projeto inicial.
As questões básicas desta pesquisa são:
Quais processos educacionais permeados pela tecnologia de informação são utilizados
nos cursos de EAD? Identificar como e qual a abrangência do uso da TI, em relação
às seguintes questões:
• Qual o grau de interação dos alunos com os professores do curso? Quais as
formas e freqüência de comunicação entre professores e alunos?
• Quais as tecnologias de ensino utilizadas? Quais as principais funcionalidades
são oferecidas como ferramentas de suporte aos alunos? Como são preparados e
distribuídos os materiais usados?
• Quais os critérios de avaliação adotados?
As etapas propostas para o desenvolvimento deste estudo são as seguintes: levantamento
bibliográfico, visita e entrevista com universidades públicas nacionais que
adotem a educação a distância.
5. ANÁLISE DO CASO
As informações coletadas nas seis universidades visitadas foram analisadas individualmente
e posteriormente agregadas por semelhanças. Através da análise dos dados colhidos,
é possível traçar o perfil das metodologias de ensino utilizadas pelas universidades.
Tabela 1: Apresentação Resumida das Universidades (1ª parte)
Código | Principal curso avaliado | Materiais utilizados | Formas de interação aluno/professor | Tutor conteudista | Tutor não conteudista | Custo para o aluno | Estruturação dos cursos |
---|---|---|---|---|---|---|---|
A | Especialização | Disponibilizado na Internet | Presencial, Internet e telefone/fax | Não | Sim | R$ 4.400,00 | Semi-presencial |
B | Graduação | Impresso | Presencial, Internet e telefone/fax | Não | Sim | Gratuito | Semi-presencial |
C | Graduação | Impresso | Presencial, Internet e telefone/fax | Não | Sim | Gratuito | Semi-presencial |
D | Aperfeiçoamento | Disponibilizado na Internet | Via Internet, telefone e fax | Sim | Não | Gratuito | Totalmente a Distância |
E | Aperfeiçoamento | Disponibilizado na Internet | Via Internet, telefone e fax | Não | Sim | Gratuito | Totalmente a Distância |
F | Extensão | Disponibilizado na Internet | Presencial, Internet e telefone/fax | Sim | Não | R$ 1.000,00 | Semi-presencial |
Nas universidades participantes, a interação entre professores/tutores e alunos
é realizada sempre via Internet, telefone ou fax. O que varia de um curso para
o outro é a possibilidade de interação presencial, durante os encontros ou aulas,
conforme apresentado no gráfico 1.
Nota-se que os cursos de mais longa duração, como os de graduação e especialização,
oferecem oportunidades de encontros presenciais, nos quais alunos e professores/tutores
interagem de forma presencial. Já os cursos de curta duração, como os de extensão
ou aperfeiçoamento, utilizam as duas formas de interação: presencial e a distância,
utilizando ferramentas da Internet. Somente nos cursos de aperfeiçoamento a
interação entre aluno e professores é totalmente a distância. Os cursos de curta
duração, entre 20 e 60 horas, representam 50% da amostra.
Muitos artigos afirmam que a estratégia mais adequada para um curso a distância
é aquela que mescla uma parte presencial e uma parte a distância, porque primeiramente
as pessoas estabelecem relacionamentos pessoais no mundo presencial e depois
passam esta relação para o mundo a distância, de forma mais eficiente.
Na amostra analisada a porcentagem de tutores conteudistas é menor do que os
de tutores não conteudistas (gráfico 2). Sabe-se que a tutoria é muito cara,
pois exige do tutor uma postura constantemente ativa, de motivador, animador
do grupo e isto demanda muitas horas de trabalho. Além deste fato, um único
tutor atende a um grupo de 20 a 30 pessoas, no máximo. Quanto maior o número
de alunos matriculados em cursos EAD, maior o valor gasto com a tutoria. Mas,
quando o papel do tutor é exercido pelo professor conteudista, este custo é
ainda maior. Em nossa amostra encontramos, em dois dos cursos gratuitos, o conteudista
fazendo o papel do tutor.
Apenas 33,3% das universidades cobram dos alunos, o restante oferece cursos
gratuitos. O curso de especialização é o mais caro. O alto custo deste curso
é explicado pelo fato de ser mais longo, com mais de 360 horas de duração, o
que demanda muitas horas tanto para o desenvolvimento do material como para
a tutoria. Apesar do curso de especialização ser um curso com menor duração
do que o de graduação, que tem, em média, duração de 1.200 horas, os cursos
de graduação analisados nesta amostra são gratuitos. É possível encontrar cursos
gratuitos em todos os tipos de cursos oferecidos, menos no curso de especialização
e de extensão, que são voltados ao mercado executivo. Observa-se na Tabela 2,
que os cursos cujo material é impresso são cursos semi-presenciais, nos quais
o material é distribuído pelo próprio tutor/professor do curso.
Tabela 2: Material Utilizado entre as diferentes formas de Interação
Materiais utilizados | Presencial, Internet e telefone/fax | Via Internet, telefone e fax |
---|---|---|
Disponibilizado na Internet | 33,33% | 33,33% |
Impresso | 33,33% | 0,00% |
Ao todo, quase 67% dos cursos analisados disponibiliza seus materiais na Internet,
independentemente de ser um curso totalmente a distância ou não. Nota-se então,
que a Internet está sendo utilizada como uma ferramenta de veiculação de informação
entre alunos e universidades. Nos últimos anos, tem-se observado que o ensino
a distância vem se transferindo, quase que inoxaravelmente para o ensino via
web.
Tabela 3: Apresentação Resumida das Universidades (2ª Parte)
Instituição | Tecnologias Utilizadas | Sistema de Avaliação dos Alunos | Administração do Curso | |||
---|---|---|---|---|---|---|
Código | Tipo de plataforma utilizada | Avaliação final presencial | Avaliação final a distância | Avaliação da participação | Conjunto: provas, participação e trabalho final | Nº Pessoas envolvidas |
A | Própria | Sim | Não | Não | Sim | 30 |
B | Própria | Sim | Não | Não | Sim | 28 |
C | Própria | Sim | Não | Não | Sim | 620 |
D | Própria | Sim | Não | Não | Sim | 20 |
E | Própria | Não | Sim | Não | Não | 7 |
F | Própria | Não | Sim | Não | Não | 7 |
Todas as universidades optaram por usar uma plataforma desenvolvida internamente,
ao invés de adotar uma das plataformas disponíveis no mercado.
Considerando o elevado número de alunos que estão cursando a graduação em duas
universidades (em uma delas o curso é oferecido para 17.000 alunos), fica clara
a necessidade de um grande número de pessoas envolvidas no processo de ensino
a distância, que é em média 324 pessoas. Mas para os demais cursos, a média
do número de pessoas envolvidas é de 18 pessoas. É muito mais trabalhoso desenvolver
um curso a distância do que um curso presencial e todo o processo envolve sempre
um número grande de pessoas.
Nas universidades analisadas nenhum aluno é avaliado pela participação no curso,
e 33% dos cursos avaliam seus alunos através de provas a distância. O restante
é avaliado de forma presencial. Todos os cursos que aplicam avaliações presenciais
no final do curso também calculam a média final do aluno através de um conjunto
de avaliações, que incluem provas, participação em chats, fóruns, exercícios,
aulas presenciais e ainda avaliam os alunos por um trabalho final. Este trabalho
final, no curso de especialização, corresponde a elaboração de uma monografia.
Ao todo 67% das universidades aplicam provas presencias no final do curso, o
que além de ser uma exigência do MEC para a certificação, indica ainda a preocupação
com o problema da possível falsa identidade da pessoa que está fazendo a prova.
6. ANÁLISE DE AGRUPAMENTOS
O objetivo é identificar formas de interação e suporte aos alunos semelhantes
entre as universidades, ou seja, grupos que possuam características similares
quanto aos materiais utilizados, a estruturação dos cursos, formas de interação
aluno/professor, suporte ao aluno, tecnologias utilizadas e sistemas de avaliação
adotados. Foi identificado que o número mais adequado de clusters ou agrupamentos
está em 3, porque são três os grandes grupos que melhor caracterizam as metodologias
adotadas. Os três clusters identificados foram nomeados em agrupamentos distintos
de metodologias ou abordagens diferentes em relação à educação a distância.
Os agrupamentos são:
· Grupo 1 – Sala de aula a Distância
· Grupo 2 – Aprendizagem Independente
· Grupo 3 – Aprendizagem Independente + Aula Tabela 4: Características das metodologias
por Grupos
Materiais utilizados | Estruturação dos cursos | Interação aluno/professor | Suporte ao aluno | Aluno | Tecnologias utilizadas | Sistemas de avaliação adotados | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
Grupo 1 | Impresso | Aulas síncronas e presenciais | Presencial e via Internet | Presencial, telefone, correio, fax, ferramentas da Internet | Professores do nível fundamental | Vídeo e teleconferência | Provas presenciais, participação e trabalho final |
Grupo 2 | CD-ROM e impresso | Não há encontros presenciais | Telefone, fax, correio eletrônico e correio tradicional | Tutoria: totalmente a distância | Pessoas interessadas em atualização | Internet | Quando existem, as provas são aplicadas a distância ou avaliação de participação |
Grupo 3 | Impresso e outros: vídeo ou disquetes | Aulas síncronas e assíncronas | Presencial e via Internet | Presencial, telefone, correio, fax, ferramentas da Internet | Pessoas interessadas em capacitação e aperfeiçoamento profissional | Teleconferência videoconferência Internet, vídeo | Provas presenciais e exercícios e trabalhos nos encontros presenciais |
Analisando as características gerais das universidades e, considerando todos
os aspectos que englobam desde o ambiente de aprendizagem até os sistemas de
avaliação, é possível distinguir três agrupamentos distintos, a saber:
Grupo 1 - Sala de aula a Distância
Esse modelo estrutura-se a partir de tecnologias capazes de levar conhecimentos
a pontos diferentes no país. A instituição responsável pelo treinamento controla
o andamento e o local onde deverá ser realizado o treinamento. As aulas envolvem
comunicação síncrona: instrutores e estudantes combinam local e horário para
se encontrarem, uma vez por semana. As instituições são capazes de atender um
pequeno número de alunos em cada local. Neste estudo, as instituições incluídas
neste grupo atendem a 30 alunos nas diversas “salas de aula distribuídas”.
Grupo 2 - Aprendizagem Independente
Nesse modelo os alunos podem fazer o curso independente do local onde estão
e não têm que se adequar a escalas fixas de horário. Os estudantes recebem vários
materiais de estudo, incluindo um programa do curso. A instituição coloca à
disposição do aluno um monitor ou tutor que o acompanhará, fornecendo respostas
e avaliando seus exercícios. A interação entre o monitor e o estudante é viabilizada
através das seguintes tecnologias: telefone, fax, chats, correio eletrônico
e correio tradicional. Não há aulas. Os alunos estudam de forma independente,
seguindo fielmente o programa de curso. Os alunos podem interagir com o tutor
e, em alguns casos, com outros estudantes.
Grupo 3 - Aprendizagem Independente + Aula
Este modelo envolve a utilização de material impresso e outras mídias, tais
como fitas de vídeo cassete ou disquetes de computador, que possibilitem ao
aluno estudar no seu próprio local. Outras tecnologias que envolvam os alunos
também poderão ser utilizadas. Os alunos se reúnem periodicamente em grupos,
em locais específicos, para receber apoio instrucional. Nas aulas discutem-se
os conteúdos, esclarecem-se conceitos, realizam-se trabalhos em grupos, experiências
em laboratórios, simulações e outros exercícios relacionados com a aprendizagem.
Estes grupos são uma adaptação do três modelos de EAD propostos pelo “Institute
for Distance Education”, da University of Maryland University College (www.umuc.edu).
Tabela 5: Classificação das Universidades nos distintos Agrupamentos
Agrupamento | Nome dado ao Agrupamento | Universidades |
---|---|---|
Grupo 1 | Sala de aula a Distância | B e C |
Grupo 2 | Aprendizagem Independente | E |
Grupo 3 | Aprendizagem Independente + Aula | A, D e F |