ORIENTAÇÃO
E INFORMAÇÃO
PROFISSIONAL VIA INTERNET:
UMA PROPOSTA
Ralf
Hermes Siebiger
Universidade de Brasília
ralf@saude.gov.br
Resumo.
Este
trabalho traduz-se numa proposta relacionada a como um serviço de orientação
e informação profissional pode ser constituído e oferecido via Internet.
Fazendo parte de uma proposta maior, que consiste na constituição de um serviço
presencial e virtual de orientação e informação profissional direcionado
aos estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas, o texto trata
de sua especificidade virtual. Por meio da constituição de um site que integra
diversas ferramentas e recursos infotecnológicos – tais como grupo de discussão,
fórum, banco de pesquisas, entre outros – este se torna um canal onde o serviço
se desenvolve, baseado em uma interface hipertextual, em cima do pressuposto de
um novo perfil de aluno como pesquisador e de professor como sistematizador do
processo, onde também se busca a ampliação do acesso á internet aos
estudantes do ensino médio por meio desta proposta
.
Palavras-chave:
orientação e informação profissional, internet, educação.
1.
Introdução e objetivos da proposta.
Os
avanços tecnológicos têm desenvolvido e modernizado o processo educacional. A
implementação e o acesso aos meios infotecnológicos têm modificado modos de
compreender o espaço educacional, onde, nesse novo paradigma, o aluno passa de
mero espectador, de receptor de informações, para construtor do seu
conhecimento, da sua experiência. E, por sua vez, o professor passa de mero
transmissor de informações, de ‘facilitador’, para um ‘sistematizador de
informações’, construindo e tecendo uma rede de busca de informações
significativas juntamente com seus alunos.
Tais
mudanças já eram previstas por LIBÂNEO (1990) quando trata da tendência da
pedagogia chamada “crítico-social dos conteúdos”, a partir dos estudos de
SAVIANI (1983) onde os pressupostos dessa nova tendência buscam ruir justamente
o modelo de emissão impositiva – o professor como detentor do saber – e de
recepção passiva – o aluno como “tábula rasa” a serem impressos os
conhecimentos – da pedagogia tradicional. Como expressa LIBÂNEO (1990), “o
esforço de elaboração de uma pedagogia ‘dos conteúdos’ está em propor
modelos de ensino voltados para a interação entre conteúdos e realidades
sociais”.
Segundo
MORIN, in SILVA (2000):
“Hoje,
é preciso inventar um novo modelo de educação, já que estamos numa época
que favorece a oportunidade de disseminar um outro modelo de pensamento.” Vejo
que esse “outro modelo de pensamento” supõe uma nova modalidade
comunicacional. Por isso, venho mostrar que o conceito de interatividade (...)
pode significar reinvenção da sala de aula e da escola, em conformidade com o
novo espectador e na perspectiva da educação que se presta à valorização da
vida e do futuro menos ameaçado.”
Mais
do que um conceito advindo dos estudos das áreas de comunicação, em sua
origem, e disseminado por meio da informática, que o utilizou amplamente, a
interatividade é um aspecto que está cada dia mais presente no processo e no
espaço educacional. Os espaços educacionais e as práticas educativas tendem a
se tornar mais interativas, dado o novo formato comunicacional que está se
constituindo em nossa época.
Dentre
as possibilidades de se trabalhar com o estudante no processo educacional,
destaca-se, aqui, a questão da orientação e informação profissional.
Conforme NEIVA (1995), Orientação Profissional – juntamente com a informação
profissional – é o processo que auxilia o jovem a tomar conhecimento de inúmeros
fatores que interferem na sua escolha profissional, a fim de que ele possa
definir-se com maior autonomia. É caracterizada como um serviço, e seu campo
de atuação tende a acompanhar, juntamente com as demais práticas
educacionais, os avanços que a nova modalidade comunicacional imprimem nas
formas de se trabalhar no contexto educacional.
Em
se constituindo uma nova modalidade comunicacional, em âmbito educacional, o
campo da orientação e da informação profissional tende a se tornar mais
atuante e abrangente, uma vez que há, atualmente, meios de se desenvolver um
serviço dessa natureza utilizando-se de recursos infotecnológicos como
ferramentas na constituição deste serviço.
A
proposta traduz-se, portanto, na constituição de um serviço presencial e
virtual de orientação e informação profissional direcionado aos
estudantes do ensino médio de escolas públicas e privadas. E, este trabalho
traduz-se numa proposta de como um serviço de orientação e informação
profissional, em sua especificidade virtual, pode ser constituído e oferecido
via internet. Busca, assim, ser um direcionamento, ao possuir um caráter
flexível, sendo adaptada à realidade de cada grupo de estudantes na qual se
pretende trabalhar, de acordo com o contexto educacional de cada região.
2.
Breve contexto da orientação e informação profissional, sua importância e
legitimidade no atual contexto educacional brasileiro.
A
crescente diversidade de opções de cursos superiores, a questão da concorrência
no vestibular e da infinidade de áreas profissionais onde se pode atuar são os
principais objetos de trabalho de um serviço de orientação e informação
profissional no nosso país. Analisando a cadeia desses três fatores, têm-se
alguns pontos a considerar. Como primeiro ponto, a crescente diversidade de
curso superiores faz com o estudante tenha, obviamente, mais opções para
decidir, devido à especificidade de cada opção. Como o estudante não possui
muitas informações sobre cada opção, este se vê muitas vezes obrigado a
decidir-se sobre a escolha de um curso de graduação sem ter, ao menos,
conhecimento das opções de cursos que existem nas Instituições de Ensino
Superior, sem citar ainda o grau de informação que os estudantes possuem
acerca de cada opção, que se apresenta menor ainda. Em um segundo ponto, como
a concorrência no vestibular está demasiadamente alta para qualquer opção de
curso superior, o estudante se vê, muitas vezes, frente a outro dilema: o de
escolher um curso baseado na concorrência do vestibular, optando muitas vezes
por um curso que é menos concorrido, pois esse é o único dado que o estudante
tem sobre o curso até o momento. Além desses dois fatores, há também um
fator relacionado ao futuro, às conseqüências da sua escolha, ou, melhor
dizendo, à seguinte pergunta: o que eu vou fazer depois que eu me formar? Essa é uma pergunta que poucos jovens
fazem para si mesmos quando vão optar por um curso superior, pois o que está
se passando na cabeça deles naquele momento é o fato de conseguir entrar na
faculdade/universidade, sendo isso já uma grande conquista diante do contexto
extremamente restrito de vagas nas instituições de ensino superior. Acontece,
que o que está no rol dessa escolha é o seu exercício enquanto profissional
de uma determinada área, é o ser e fazer
de uma determinada formação e que o estudante deveria refletir sob a égide da
seguinte questão: o
que eu vou fazer, enquanto profissional formado, com o curso superior no qual
estou optando?
Analisando-se
outro aspecto intrínseco e fundamental, no sentido da identificação do
estudante com o campo profissional no qual pretende seguir, afirma-se, de acordo
com BOHOSLAVSKY (1977), que “escolher uma profissão não é somente decidir o que fazer mas, principalmente, decidir quem ser”. Para um estudante, definir o futuro não é somente
definir o que fazer, mas, fundamentalmente, definir quem ser e, ao mesmo tempo,
definir quem não ser, no processo de construção da identidade, onde a
identidade profissional é um aspecto referencial, devido à sua importância,
na identidade pessoal. Não seria sem motivo o fato de que, quando somos
perguntados por quem somos,
respondemos o que fazemos, ou o
que nos tornamos (BERGER, 1993).
LUCCHIARI
(1997) nos oferece uma idéia sucinta e, ao mesmo tempo, abrangente do atual
contexto em que se vai atuar:
“Considerando a situação atual das escolas, o orientador profissional tem uma tarefa mais abrangente para realizar nas escolas de Educação Básica, devendo trabalhar no sentido de levar o estudante a:
§
Ter clareza de sua situação
de vida e dos fatores que interferem em suas escolhas;
§
Elaborar um projeto de
vida em que possam ser viabilizadas as possíveis escolhas;
§
Ter conhecimento da
realidade do mundo do trabalho, não apenas em nível de informação, mas também
das relações que se estabelecem.”
3.
Perfil do aluno e do professor na nova modalidade comunicacional em ambiente
educacional.
Com
o avanço da educação à distância, principalmente no tocante ao e-learning
– ou ensino por meio da internet –, os perfis de professor e aluno
transformam-se conceitualmente e empiricamente quando da utilização das
ferramentas infotecnológicas num contexto educacional. O aluno, de um passivo
receptor de conteúdos, de informações prontas e condensadas em aulas, passa
para um pesquisador da informação, um sujeito ativo no processo de construção
do seu próprio conhecimento.
Na
educação baseada na internet, a modalidade passiva de ensino-aprendizagem não
funciona, pois não há espaço para um comportamento dessa natureza. A educação
baseada na internet exige que o estudante se torne um pesquisador, que busque a
informação e os conteúdos que lhe são pertinentes e importantes e que, em
sendo significativos, os transforme em conhecimento. Citando SILVA (2000), da
mesma forma como há uma mudança na postura do aluno, o professor transforma
seu modo de compreender o processo educativo, constituindo-se um novo perfil de
professor integrado ao conceito de interatividade: o “sistematizador de experiências”,
que tem a ver com ensejar (oferecer
ocasião de) e urdir (dispor os fios
da teia, tecer junto). O conceito de “sistematizador de experiências”
significa que o professor, de mero transmissor de saberes, ‘parceiro’ ou
‘conselheiro’, transforma-se num pesquisador em serviço, um arquiteto de
percursos, um agenciador da construção do conhecimento oferecendo
possibilidades de aprendizagem disponibilizando conexões para recorrências e
experimentações que ele tece com os alunos em cima de um determinado tema
pesquisado.
Nesse
contexto educacional, um dos grandes desafios do educador traduz-se em ajudar a
tornar a informação significativa, a escolher informações verdadeiramente
importantes entre as tantas possibilidades, compreendê-las de forma cada vez
mais abrangente e profunda e torná-las parte do referencial (MORAN, 1993).
Nessa
proposta, o papel do professor (sistematizador de experiências) diante do
processo consiste em “promover o confronto das informações localizadas,
verificar a validade delas, procurando sempre estimular o senso crítico do
aluno. O professor terá à sua disposição a possibilidade de elaborar um
processo de ensino-aprendizagem de forma mais aberta, flexível, inovadora, contínua,
exigindo de si uma melhor formação teórica e comunicacional, visto que quanto
maior o número de informações com as quais nos deparamos, mais complexo (e
rico) se torna todo esse processo” (TAJRA, 2000).
4.
A Proposta.
Com
a ampliação do acesso à internet, há a possibilidade de se oferecer um serviço
de orientação e informação profissional mais abrangente, atendendo um número
maior de alunos ao mesmo tempo em que se busca caracterizar um atendimento mais
personalizado, onde a atenção a cada caso, a cada estudante, no tocante às
demandas que esses trazem em termos de aquisição de informações e em
atividades que priorizam o auto-conhecimento tornam-se o eixo fundamental para
se obter tal atendimento personalizado ao estudante.
A
proposta traduz-se, portanto, na constituição de um serviço presencial e
virtual de orientação e informação profissional direcionado aos estudantes
do ensino médio da rede de escolas públicas e privadas. Por meio de encontros
presenciais e virtuais, previamente agendados com grupos de estudantes formados
(de acordo com critérios como: local dos encontros, horários de acordo com a
disponibilidade, instituição educacional de origem dos estudantes, entre
outros), o programa se desenvolve no período de um semestre (duração
prevista), de acordo com o cronograma de atividades.
Nesta
proposta, um ambiente constituído virtualmente, via Internet, de orientação e
informação profissional configura-se como um espaço eficaz no atendimento aos
estudantes, pois o objetivo é que esse espaço se configure como um canal onde
os estudantes possam:
§
Questionar, e propor
temas e assuntos pertinentes para debate;
§
Pesquisar informações,
e apresentar resultados do que pesquisaram compartilhando com o grupo;
§
Comunicarem-se uns com os
outros, e trocar informações, experiências e materiais;
De
acordo com SILVA (2000), “as novas tecnologias interativas renovam a relação
do usuário com a imagem, com o texto, com o conhecimento. São de fato um novo
modo de produção do espaço visual e temporal mediado. Na modalidade
comunicacional há uma mudança significativa na natureza da mensagem, no papel
do emissor e no estatuto do receptor: (...) quanto ao receptor, a mensagem
torna-se modificável na medida em que responde às solicitações daquele que a
consulta que a explora e, quanto ao emissor, este se assemelha ao próprio designer
de software interativo: ele constrói
uma rede (e não uma rota) e define um conjunto de territórios a explorar,
abertos a navegações e dispostos a interferências e modificações, vindas da
parte do receptor. Este, por sua vez, torna-se “utilizador”, “usuário”
que intervém na mensagem como co-autor, co-criador, verdadeiro conceptor.”
Enfim,
desse modo, intenta-se que esse espaço virtual venha a realmente se constituir
um espaço concreto, um canal de atendimento onde os estudantes venham a
utilizar esse instrumento com freqüência, ao acreditar na sua característica
de demanda e resposta rápida ao se contemplar substancialmente o que é
demandado.
Destacam-se,
desse modo, alguns pontos fundamentais que podem ser incorporados ao processo de
orientação e informação profissional visando a constituição desse serviço
em ambiente virtual: a importância de um atendimento personalizado ao
estudante; a viabilização de um retorno mais rápido às demandas dos
estudantes (via e-mail, fórum, grupo de discussão), o oferecimento de um banco
virtual de pesquisa oferecendo links a
várias páginas e documentos pertinentes ao tema e a participação de
colaboradores externos (profissionais, corpo docente, entre outros) como
contribuintes no processo.
Nesse
sentido, no quadro a seguir temos um esboço das atividades que serão
desenvolvidas na proposta que, em princípio, são:
Em
comum ao ambiente virtual e em sala de aula:
atendimento individual, banco de informações quanto às profissões,
cursos de ensino superior e demais materiais pertinentes; troca de informações,
experiências e materiais entre alunos/alunos e entre sistematizador/alunos,
debate sobre determinados temas propostos (pelos alunos, sistematizador e
colaboradores externos/eventuais), entre outros. |
|
Em
sala de aula:
encontros em grupo, dinâmicas de grupo, banco de livros, apostilas, etc.; |
Em
ambiente virtual:
grupo e lista de discussão, fórum, links de busca, material para
download, banco de pesquisa, relatório de participação, planos de aula,
etc.; |
5.
O Site.
Para
que as atividades virtuais da proposta ocorram, é necessária a constituição
de um site que integrará os recursos e ferramentas computacionais
utilizadas no decorrer do programa. Para tanto, o site é constituído por uma interface
hipertextual, onde os links a cada
ferramenta são dispostos na página seguinte à página inicial de entrada no site. O acesso dos estudantes no site é feito mediante a utilização de login e senha, solicitados na página inicial de entrada do site (página
de abertura). Cada estudante é cadastrado no site pelo administrador do sistema, tornando-se um usuário,
onde lhe é fornecido o login e a senha para acesso ao site.
5.1.
Ferramentas do Site.
O site
é constituído de um cabedal padrão de ferramentas:
·
Grupo
de discussão: nesta
modalidade comunicacional, determinado tema é disposto no site,
onde, na discussão desse tema, toda a mensagem postada é enviada para a caixa
de correio de todo o participante do grupo através do correio eletrônico do
ambiente, sendo requerida a participação de todos na emissão de mensagens
(opinião, comentários, pesquisa, discussão, entre outros) sobre o tema.
·
Fórum:
o fórum se assemelha ao grupo de discussão, pois é um espaço onde
determinado tema pertinente é colocado em discussão. Porém, diferencia-se do
grupo de discussão pelo caráter da não obrigatoriedade, sendo enviado um
aviso aos participantes de que há um determinado tema no fórum e os
interessados podem participar da discussão desse tema. Eventualmente, de acordo
com a pertinência do tema, este pode ser “promovido” à lista de discussão,
sendo imprescindível a participação de todos na discussão do mesmo, quando há
a transferência do tema para o grupo de discussão.
·
Plano
de aula: os planos de aula
de todos os encontros, bem como os materiais passíveis para download,
estarão disponibilizados com certa antecedência para que os participantes
consultem e já cheguem no encontro semanal sabendo o assunto que será
abordado. Ou seja, as atividades virtuais e presenciais são engendradas de
forma que a programação dos encontros presenciais (plano de aula) é
disponibilizada no site,
·
Relatório
de participação: conforme
LUCENA (2000), “o relatório de participação facilita o acompanhamento da
participação dos aprendizes nos diversos eventos do curso e possibilitam a
apreciação da qualidade da contribuição gerada por esta participação, do
ponto de vista do docente.” Este pode ser intitulado sob o tema ‘qualidade
de contribuições dos participantes por evento, agrupados por serviço’,
entendendo-se que, para cada mecanismo disposto no site,
há como acompanhar o índice de participação de cada estudante”. O que se
pretende com o relatório de participação é verificar, efetivamente, os
setores do site nos quais o participante tem maior interesse em interagir bem
como a quantidade de interações que o mesmo estabelece nesses setores. Com
essa verificação, pode-se constatar, a partir de uma estatística da análise
da participação de todos os usuários, a validade e a importância de
determinada ferramenta no desenvolvimento do programa.
·
Banco
de Pesquisas: o banco de
pesquisas é uma ferramenta onde são dispostas todas as pesquisas realizadas
pelos estudantes – links
pertinentes, arquivos para download, sites,
entre outros – elencadas e selecionadas por meio de uma análise em grupo do
material pesquisado. Esta ferramenta está em constante atualização, uma vez
que as pesquisas são feitas ao longo dos trabalhos e a inserção de informações
também, acompanhando a trajetória de busca de informações dos estudantes,
individualmente, e do grupo. O banco de pesquisas, sobretudo, busca socializar
as informações encontradas pelos estudantes, em grande parte individualmente,
com o grupo como um todo, ao se promover a análise dos materiais encontrados
que sejam pertinentes ao programa de orientação e informação profissional
dos estudantes.
6.
Como fazer – A presença e o papel das Escolas.
Em
princípio se propõe contactar escolas de ensino médio para que o serviço
seja montado internamente, atendendo os alunos da instituição, bem como montar
sites para cada grupo de estudantes. Dessa forma, há dois pontos a se
considerar quanto ä execução da proposta:
·
São contactadas de
preferência escolas que possuam um núcleo ou um serviço de orientação
educacional e/ou orientação pedagógica, para que, por meio dessa assessoria,
a proposta venha a se concretizar por entre um canal da escola que sabe-se –
dada sua formação e constituição –, possuir a característica de
implementação de atividades e projetos que envolvam a comunidade escolar e
colaboradores externos.
·
Dada a existência e
disponibilidade de domínios (sites)
gratuitos na internet, poderá ser confeccionado um domínio para cada instituição
educacional, seguindo a estrutura padrão de ferramentas para o site,
facilitando assim sua implementação. Os itens de personalização do site
estabelecem-se de acordo com as iniciativas de cada instituição educacional
parceira. Ou seja, há um cabedal padrão de ferramentas utilizadas no programa
da proposta, o que não impede que a instituição educacional parceira busque
acrescentar informações de interesse no site
que sejam pertinentes ao tema dos trabalhos, de acordo com uma avaliação da
equipe da proposta juntamente com a instituição educacional.
7.
Onde fazer – Parcerias e Aspectos Sociais.
Com
a fase atual de desenvolvimento da proposta, que ainda está em caráter
experimental, o serviço presencial e virtual de orientação e informação
profissional busca atender aos estudantes de escolas da rede pública e privada,
oferecendo um atendimento conforme a demanda de estudantes interessados e
conforme a disposição de recursos tecnológicos que cada instituição
educacional puder oferecer.
Nesse
sentido, constata-se que ainda apenas uma pequena parcela da comunidade
estudantil têm acesso à um computador e, menos ainda, com relação ao acesso
à internet. Como a proposta possui uma parte dedicada à capacitação prévia
do estudante para que possa compreender e manusear as ferramentas do computador
e da internet com destreza - o que chamamos de ambientação digital e virtual
–, busca-se oferecer ao estudante a possibilidade de um breve treinamento na
área de informática.
Para
tanto, essa proposta busca parcerias de instituições educacionais ligadas à
informática, como escolas de informática, centros de treinamento, cybercafés,
entre outros, que possam contribuir com a iniciativa na disponibilização de
recursos tecnológicos – basicamente computadores conectados à internet –,
onde as instituições são orientadas e esclarecidas acerca da proposta, sendo
reconhecidas como instituições parceiras em todas os eventos e ocasiões onde
a mesma poderá divulgar seu nome, tais como visitação dos estudantes à
instituições de ensino superior, palestras em escolas, entre outros.
8.
Aspectos Educacionais – Ambientação digital e virtual.
Outro
ponto importante desta proposta refere-se à ambientação virtual e digital dos
participantes. Para que se possa, efetivamente, trabalhar com as ferramentas do
computador e da internet buscando-se uma interação proveitosa com os recursos
digitais e virtuais a serem utilizados, é necessário que haja uma capacitação
prévia dos estudantes para que estes venham a compreender e a operacionalizar
tais ferramentas com destreza, no intuito de capacitá-los tanto para a utilização
das ferramentas como em técnicas de busca e seleção da informação desejada,
refinando as pesquisas de informação de acordo com o interesse do estudante, o
que se torna um aprendizado útil nesse sentido.
Essa
etapa é chamada de ambientação digital e virtual, onde o estudante é
capacitado para operar as ferramentas do computador e da internet de acordo com
os objetivos iniciais de busca e refinamento de informações dentre o âmbito
do serviço de orientação e informação profissional. Ao mesmo tempo em que
ocorrem as atividades iniciais do programa desta proposta, a semana inicial
compreende esta capacitação, que dura em média três dias, com material didático
(apostila) incluído, este com conteúdo adequado aos objetivos de capacitação
em informática de acordo com as ferramentas digitais e virtuais a serem
utilizadas no âmbito dos trabalhos.
9.
Considerações Finais e Proposições.
A
educação é o caminho fundamental para a transformação da sociedade. Em uma
análise mais global das transformações que se almejam em termos da utilização
de novas tecnologias para a educação, a sociedade precisaria ter como projeto
político a procura de formas de diminuir a distância que as próprias
desigualdades sociais e econômicas produzem no acesso à essas tecnologias e no
acesso à informação. Não se pretende, por exemplo, produzir-se um
analfabetismo tecnológico advindo de uma pseudo democratização da informática
na escola, como constatamos claramente no que diz respeito ao analfabetismo
funcional com relação à leitura e escrita. Não se pretende treinar um aluno
a ligar e a desligar o computador, como também não se pretende ensinar um
aluno a apenas “desenhar” seu nome, mas fazer, da leitura e da escrita, da
infotecnologia na escola, ferramentas essenciais para a abertura da consciência
e do desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno, pretendendo-se que tais
pressupostos ainda constituam-se como base de uma educação construtiva em
nosso país. Isso porque:
·
Pode-se possibilitar o
acesso à informática e à internet dos alunos de escolas e de meios sociais
menos favorecidos, basta que haja um canal de acesso dentro da escola que nos
permita implementar essa proposta;
·
Busca-se democratizar o
acesso à esses recursos infotecnológicos, diminuindo a distância entre a
esfera dos que detêm o acesso à esses recursos e os que nem sequer têm
conhecimento dessas possibilidades.
·
Se quer aproximar mais a
informação dos que precisam dela para sobreviver, para melhorar de vida.
·
Se quer, enfim,
contribuir para a diminuição da exclusão social e da marginalidade por que
passam os que não tem acesso à informação.
Dessa
forma, a proposta do serviço presencial e virtual de orientação e informação
profissional busca ser uma alternativa viável no oferecimento desse serviço à
crescente demanda de estudantes do ensino médio, aliando-se, nessa proposta, a
questão da capacitação do estudante em informática, onde busca-se
democratizar mais o acesso à esse recurso infotecnológico e educacional que a
cada dia mais se firma como precursor da nova modalidade comunicacional, na qual
também o processo educacional se cria, se recria e se desenvolve.
9. Referências Bibliográficas.
BERGER, Peter. Perspectivas Sociológicas. Petrópolis. Vozes. 1993.
BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação Vocacional: a estratégia clínica. São Paulo. Martins Fontes. 1997.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 9ª edição. São Paulo. Edições Loyola. 1990.
LUCCHIARI, Dulce Helena Penna Soares. Pensando e Vivendo a Orientação Profissional. São Paulo. Summus. 1993.
LUCENA,
Carlos e FUKS, Hugo. A Educação na Era da Internet. Rio de Janeiro. Clube do Futuro.
2000.
MORAN, José Manuel. A Escola do Amanhã, desafio do presente. Rio de Janeiro, ABT - Associação Brasileira de Tecnologia Educacional, 22 (113-114), julho/outubro 1993.
NEIVA, Kathia Maria Costa. A Orientação Profissional. São Paulo. Editora Paulinas. 1995.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo. Autores Associados/Cortez. 1983.
SILVA, Marco. Sala de Aula Interativa. Rio de Janeiro. Quartet. 2001.
TAJRA,
Sanmya Feitosa. Informática da Educação.
São Paulo. Erica. 2000.