A mudança da prática pedagógica do modelo presencial para o modelo de educação A distância sob as óticas da Teoria da Atividade e da  metodologia inovadora

 

  

IRACEMA STANCATI RODRIGUES
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA
– CEFETPR
www.ppgte.cefetpr.br
;stancati@ppgte.cefetpr.br

 

hILTON DE AZEVEDO
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA
– CEFETPR

hilton@ppgte.cefetpr.br

(formato doc)

 

rESUMO:
- O trabalho apresenta um estudo sobre as mudanças nas práticas pedagógicas de docentes, que atuam na Educação Presencial de instituições Públicas e passam a atuar em programas de Educação a Distância. A base teórica do trabalho é constituída pela Teoria da Atividade (ENGESTRÖM, 1987) e pela Metodologia Inovadora (BEHRENS, 1996). A prática pedagógica da modalidade a distância, se diferencia da modalidade presencial pelas metodologias e pelos meios interativos utilizados, podendo-se constatar entretanto a existência de um modelo educacional em formação.Além disto, pode-se constatar que a Educação Presencial, apesar de ter um modelo e prática pedagógica consolidada, está sendo influenciada pelo fato dos professores das instituições pesquisadas atuarem nas duas modalidades, presencial e a distancia; ou seja, a mudança da prática pedagógica também está ocorrendo na modalidade presencial, embora de forma menos intensa.

Palavras-chave: Educação Presencial; educação a distância;prática pedagógica; inovação.

 

Muitos autores discutem como a Educação a Distância (EAD) é aplicada, de acordo com ROCA (1998, p. 198), "define-se como um sistema de formação sem condicionamentos de lugar e com poucos condicionamentos de tempo e ocupação do estudante. É uma modalidade de formação com recursos, meios, sistemas de trabalho e de organização próprios e característicos".

Essa modalidade de educação vem utilizando diferentes metodologias e meios interativos para sua efetivação: desde o material impresso passando pelo rádio, e televisão, até chegar aos computadores. O desenvolvimento da tecnologia de comunicação deu-lhe novos impulsos, colocando a Educação a Distância em evidência nessas últimas décadas, provocando mudanças paradigmáticas no setor educacional (LITWIN, 2001).

Observamos que existe muita discussão em relação à aplicação da Educação a Distância e da forma como ela é abordada. Alguns autores afirmam que ela é viável e que o professor tem uma estreita relação com o aluno, ROCA (1998); entre outros, como ARETIO (1996), citam o fato de que se for efetuada em rede não difere da presencial; outro autor, como LITWIN (2001), no entanto, é partidária de que ainda é preciso que ela seja reformulada.

Esta diversidade de posicionamentos nos instiga à análise das mudanças nas práticas pedagógicas, na passagem do docente de uma modalidade para a outra. Assim, questionamos: O docente modifica suas práticas pedagógicas quando atua nas modalidades a distância e presencial?

1. Objetivo

 

O trabalho consiste em uma pesquisa de campo realizada em dois Núcleos de Educação a Distância, de duas instituições de ensino públicas, no Estado do Paraná. A escolha destas instituições se deve ao fato de possibilitar uma análise comparada, uma vez que seus professores atuam simultaneamente nas duas modalidades de educação, ou seja, presencial e a distância. Ambos os programas de formação observados tratam da capacitação de profissionais para atuarem na educação.

Neste contexto, o objetivo do trabalho é identificar mudanças nas práticas pedagógicas de docentes que já atuavam na modalidade presencial e também passam a atuar na modalidade a distância.  Os corpos teóricos adotados são a “Teoria da Atividade”, proposta por ENGESTRÖM (1987) e a “Metodologia Inovadora”  sobre a prática pedagógica, de BEHRENS (1996).

 

2. Reflexões Teóricas

  

O conceito de Educação a Distância para  ARETIO (1994, p. 40)

 

O Ensino a Distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos.

 

Quanto aos recursos que devem apoiar a EAD,  ARETIO (1994) refere-se a recursos didáticos. Concorda com LITWIN (2001, p.17), quando ela diz que o desenvolvimento atual da tecnologia favorece a criação e o enriquecimento das propostas na Educação a Distância na medida em que permite abordar, de maneira ágil, inúmeros tratamentos de temas, assim como gerar novas formas de aproximação entre docentes e alunos, e de alunos entre si.

No entanto, toda inovação e mudança social requerem meios, regras e práticas para estabelecer esta transmissão de tradição, usos e costumes, que venham garantir uma prática educativa e, para tal, GHIRALDELLI (1987, p. 9) diz que “a educação é, antes de tudo, uma prática educativa, geradora de uma teoria pedagógica, ao mesmo tempo em que a educação produz pedagogia, é também direcionadora e efetivada a partir das diretrizes da pedagogia”.

No âmbito educacional, as atividades ocorrem e envolvem conceitos, normas, regulamentos, interação entre seres humanos, ou por intermédio de objetos para proporcionar o ato de ‘educar’.

Podemos considerar que a educação em seu contexto histórico teve métodos e técnicas que determinaram o perfil da prática a ser elaborada no espaço físico escolar para a formação do homem, porém a prática pedagógica está vinculada a uma tendência pedagógica, que, por sua vez, está vinculada à história e ao contexto social, fatores influentes no processo educacional.

Entende-se que a prática do professor não deve postular apenas a transmissão, tendo de um lado o transmissor (professor) e, de outro, o receptor (aluno), mas sim deve levar ao "aprender a aprender", ou seja, deve proporcionar a formação de um sujeito participativo no trabalho, produtivo, não-reprodutivo, consciente de seus atos. Enfoca-se, portanto, para esta pesquisa, a prática pedagógica da metodologia progressista denominada de "tecnologia inovadora".

Behrens (1998, p. 61) relaciona o termo tecnologia inovadora com a prática pedagógica, ou seja, à visão do todo, da teia das inter-relações, para evitar a fragmentação do saber. “Uma prática competente que dê conta dos desafios da sociedade moderna exige a inter-relação e a instrumentalização da tecnologia inovadora, tendo como instrumentos a rede de informações como suporte à prática docente, porém inovadora no sentido de interconexão entre os sujeitos produtores de seus conhecimentos”. Por tecnologia inovadora entende-se a forma como o homem utiliza meios e técnicas para facilitar e inovar seu trabalho.

Cabe, portanto, a criação de um projeto pedagógico no qual a prática o  docente se caracterize pela figura de um professor mediador, investigador, criativo e competente, capaz de transitar entre o conhecimento elaborado e a produção do aluno, citado por BEHRENS (1999) e BASTOS (1998), e abordados neste trabalho, na tentativa de entender que a comunicação e o compartilhamento de idéias auxiliam na visão do todo.

O foco de análise sugerido neste trabalho é o de uma proposta que adota uma tentativa de aproximação dos dois corpos teóricos: a metodologia inovadora BEHRENS (1999) e a Teoria da Atividade ENGSTRÖM (1987).

Na apresentação da metodologia inovadora temos uma proposta que busca superar (BEHRENS,1999,p. 62) “a fragmentação em busca do todo e que contemple as conexões, o contexto e as inter-relações dos sistemas que integram o planeta “. É a tentativa da aproximação do sujeito e do objeto, num processo que recupera a emoção e a intuição aliada à razão”.

Alguns pontos são relevantes para se diferenciar as modalidades  Presencial e a Distância: o grau de separação do aluno, seu perfil, o preparo do material de apoio e os meios de interação utilizados.

Esse é o enfoque adotado para análise de campo desta pesquisa, das mudancas nas práticas pedagógicas do professor; por acreditar que estará contribuindo para a formação de pessoas que não reproduzem simplesmente informação, mas que refletem sobre a informação recebida e interagem com o meio para a elaboração de novos produtos.

Assumindo-se que a interação para a elaboração de produtos ocorre pela mediação de artefatos, através de ações e de atividades.

A Teoria da Atividade elaborada por EngeströM (1987), partiu da visão de Vigotsky (apud EngeströM, 1987), numa visão de “atividade mediada por artefatos”. Na maioria dos contextos humanos nossas atividades são mediadas pelo uso de instrumentos culturalmente estabelecidos, como idiomas, artefatos e procedimentos realizados. Uma atividade por exemplo: escolher um cogumelo no campo e comê-lo é, para o ser humano, uma atividade simples, mas, para COLE (1988), é uma atividade inserida no contexto cultural de um grupo de pessoas que adota naturalmente esta ação sem questioná-la. Em outras circunstâncias, este ato exigiria um pouco de prudência, ou seja, um guia de campo, uma educação anterior em relação aos efeitos dos cogumelos no ser humano.

Luria (1981), expôs que certas atividades são meios necessários para trazer a experiência anterior de história na atividade atual. Os animais, no entanto, têm só uma forma de atividade, gerada pelo instinto, ou seja, o mundo de objetos diretos e situações. Porém, para os seres humanos existem as tradições de atividades geradas anteriormente por outros humanos que eles podem invocar no presente pelo uso do idioma e de artefatos

Seres humanos mediam sua atividade através de artefatos: o carpinteiro usa um martelo para suas atividades diárias se completarem, as enfermeiras usam o idioma e seus registros para coordenar as ações para os pacientes. As ferramentas são formas de dividir o trabalho. Normas, idiomas e ferramentas (martelo) são vistas como artefatos para a realização da atividade. Os artefatos são feitos pelo homem e servem para mediar as relações entre seres humanos ou entre as pessoas e o material ou produto em fases diferentes.

Portanto, a Teoria da Atividade foi inicialmente desenvolvida por psicólogos russos, primeiramente Lev Vygotsky, de 1920 a 1930. Após sua morte, em 1934, seus colaboradores LEONT'EV e Luria deram continuidade ao seu trabalho, tendo como propósito estudar as diferentes formas de prática humana em contextos determinados, ou seja, uma prática, que pode ser vista como processos desenvolvidos em diversos níveis individuais e sociais interligados entre si, à qual denominaram de sócio-histórica. (Santos, 2000, p. 37).

EngeströM (1987) teve como base o aprofundamento teórico de Vygotsky, porém, aprofundou seus estudos sobre a atividade mediada, ao que ele chama de mediação com artefatos, os quais podem ser usados para: prover um conceito, descrever uma estrutura, desenvolver tarefas apoiadas por um sistema, podendo envolver várias técnicas e métodos. A Teoria da Atividade trata da possível integração de muitas teorias e conceitos de interação homem-artefatos.

Para Engeström (1987, p. 74),  a  evolução da atividade de um modo geral,  ocorre pelas várias formas da interação dialética entre organismo e meio ambiente; e a atividade da vida das espécies que por ela mesma irá determinar ambos, o problema e as soluções simultaneamente.

Os organismos, dentro de seu tempo de vida individual, e no curso de sua evolução como espécies, não se adaptam ao meio ambiente: eles o constroem, para poder chegar a um resultado. Para representar melhor esta teoria e com base na representação de vygotsky, EngeströM (1987), propôs o triângulo:

 figura 1

Cada lado representa como se dá a atividade humana através de suas rupturas. Estas rupturas isoladas tornam-se um conjunto de fatores determinantes para as relações entre os indivíduos, porém, deve-se ter em mente que a sociedade e o meio transformam-se em relações econômicas e históricas, dada à teoria sócio-histórica. Na transição da atividade animal para a atividade humana, mostrada na figura acima, pode-se visualizar melhor a teoria proposta pelo autor, segundo a qual “o que costumava ser uma atividade adaptativa é transformada em consumo e passa a ser subordinada ao três aspectos dominantes da atividade humana – produção, distribuição e troca (ou comunicação)” Engeström (1987, p. 78).

A teoria afirma que toda atividade está inserida em um contexto social que gera informação através das instituições e suas práticas. Buscamos, portanto, teorias que pudessem considerar as práticas pedagógicas do professore nas duas modalidades: presencial e a distância.

Assim, criou-se um quadro comparativo numa tentativa de demonstrar a possibilidade aproximação da Teoria da Atividade e da Metodologia Inovadora. O leitor observará que ambas têm como focos: sujeito, comunidade, objeto e  produto.

QUADRO 1 - COMPARATIVO DA METODOLOGIA DE BEHRENS E TEORIA DE ENGESTRÖM

  

3. Metodologia do Trabalho

 

O instrumento de pesquisa envolveu duas instituições públicas de ensino superior que trabalham com programas de educação na modalidade à distância, ambas desempenham atividades similares também em cursos presenciais, tornando possível identificar mudanças de práticas pedagógicas na passagem do modelo presencial para o modelo a distância.

Adotou-se como conceito facilitador para o entendimento da proposta de trabalho dois tópicos que, pelas suas características de complementaridade e diversidade de enfoque, poderiam permitir uma visão mais completa do objeto de estudo, a saber:

- visão do todo para superação da fragmentação do saber;

- conceito de atividade mediada por artefatos para construção de um produto novo.

Com bases nestes conceitos e no objetivo de verificar as mudanças existentes entre as práticas pedagógicas do professor na passagem da Educação Presencial para a Educação a Distância, efetuou-se uma composição de elementos teóricos objetivando:

- identificar mudanças e contribuições nas práticas pedagógicas na transição do ensino presencial para o ensino a distância;

- identificar, através de questionário e de entrevista complementar ao questionário, a relação entre elementos das práticas observadas e conceitos das teorias estudadas.

  As questões  elaboradas para análise posterior foram:

- Houve: inovação, satisfação, participação do aluno, em relação aos hábitos do professor quanto ao método de ensino? E qual a dinâmica de ensino?

- Existe interdisciplinaridade quanto ao planejamento da disciplina e/ou conteúdo do curso? E quanto aos objetivos e a proposta filosófica?

- Existem adaptações e diferenças quanto à linguagem? Se existe qual é esta diferença e como ela é apresentada?

- Levando em consideração a concepção de curso da Educação Presencial e a distância, as ferramentas apresentadas e elaboradas pelo professor (quer sejam videoconferência, material impresso, a utilização de ferramenta/artefatos multimídia, chat, web) são diversificadas?

Estas questões e as teorias expostas no quadro 1, que fundamentaram o estudo; após a análise de resultados, foram apresentadas em forma de um ciclo, que é a aproximação das teorias:

figura 2

  Caixa de texto: 	Quadro 2 Aproximação das teorias; criado para este  trabalho

 

4        Considerações sobre a pesquisa de campo:         

 

Os resultados obtidos pela pesquisa de forneceram elementos de análise referente a: participação do aluno; satisfação do professor; inovação de métodos; dinâmica de ensino; prática pedagógica; proposta filosófica da instituição; linguagem do professor; concepção do professor quanto à forma de interação do material didático; ferramenta e artefatos de interação; material didático.

 

Pode-se constatar pelas respostas nas entrevistas e análise dos resultados que a Educação a Distância ainda esta se configurando, seja no que concerne a  prática pedagógica ou ao modelo político-pedagógico.

Na instituição A, a Educação Presencial, mesmo tendo professores atuantes nas duas modalidades (EAD/Presencial), continua seguindo um modelo educacional tradicional.

Na instituição B, observou-se uma preocupação em relação à inovação de método mais elevado que na instituição A. Entretanto, o processo de modificação, segundo declaração de alguns entrevistados, nas instituições A e B ainda é restrito.

Uma melhor visualização da representação destes resultados pode ser vista no ciclo expansivo de aproximação das teorias:

 

                       REPRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA (figura)

 Este trabalho conclui que a prática pedagógica do docente na modalidade a distância se diferencia da sua prática na modalidade presencial pelas metodologias e pelos meios interativos utilizados, podendo-se constatar na modalidade à distância a existência de um modelo educacional ainda em formação.

Além disto, a Educação Presencial nas instituições pesquisadas, apesar de terem modelos e práticas pedagógicas consolidados, estão sendo influenciadas pelos seus professores que atuam nas duas modalidades. Assim, a mudança também está ocorrendo na modalidade presencial, embora de forma menos intenso.

A teoria proposta por BEHRENS pode ser observada em aspectos como os de quebra de rotina, projeto pedagógico, utilização de rede e na teoria  proposta por ENGESTRÖM, em relação à sobrevivência coletiva e à produção de material.

O uso os dois corpos teóricos permitiu concluir que a Educação a Distância, sob a ótica de ENGESTRÖM, ocorrerá se houver uma maior divisão de trabalho e aplicação de regras, para produção de um objeto, dentro de uma ordem hierárquica, bem como pela interação com o sujeito, quer individual ou em grupo; utilizando-se ferramentas/artefatos mediadores com o envolvimento de toda a comunidade.

5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

O paralelo apresentado entre as teorias de ENGESTRÖM e BEHRENS comprovou-se eficaz e inovador na análise da prática pedagógica não só do ensino a distância, mas no ensino presencial também.

Reafirma-se a função da EAD em BEHRENS (1996), quando esta sugere:

- uma prática competente que dê conta dos desafios da sociedade moderna que exige a inter-relação e a instrumentalização da metodologia inovadora tendo como instrumento de interação  a rede de informações como suporte à prática docente;

-inovadora no sentido de interconexão entre os sujeitos produtores de seus conhecimentos.

Neste caso, a postura do professor não seria mais a do catalisador do saber e da atenção, para ser o integrador, mediador, que instiga a discussão e o diálogo. Esta atitude constituiu o pano de fundo desta pesquisa de campo nas questões das práticas pedagógicas do professor na Educação Presencial e a Distância, denominada aqui de “Metodologia Inovadora”, a qual é abordada por Behrens (1999), por idealizar a mediação e a interação.

Em relação a este fator o que se constatou é que em EAD, o professor tutor faz este papel de mediador e integrador, no Curso -A.

No Curso -B, esta interação ocorre por intermédio de videoconferência, porém como são várias salas de aula que estão recebendo a transmissão do professor, e ele é o único no estúdio de transmissão, necessita de uma equipe local para auxiliá-lo caso a interação não ocorra simultaneamente (em tempo real).

Esta análise comprova que as teorias  de BEHRENS e ENGESTRÖM, em relação à intenção de superar tão somente a reprodução do conhecimento em favor da produção deste mesmo conhecimento é de real necessidade, pois ainda necessita ser melhor elaborado e adaptado.

 Este fato pode ser uma postura “desafiadora e criativa”; porém, como já foi mencionado anteriormente, e coletado, a Educação a Distância (EAD), está em processo de formação.

Com isso, traçou-se um perfil das necessidades e anseios da classe docente em relação a estas mudanças da prática pedagógica Educação Presencial para Educação a Distância, como:

- participação do professor durante o curso e do aluno; no tipo de conhecimento gerado;na elaboração de atividades práticas; na motivação dos alunos; nas exigências tanto burocráticas do curso quanto a adaptações dos conteúdos das disciplinas; no nível de satisfação do professor..

Mostrou-se também pontos de diferença entre o Ensino Presencial e a Distância, em relação à quebra de rotina, no qual EAD é diferenciado  da Educação Presencial;  ocorrendo  com maior intensidade. O fato do professor trabalhar com uma  equipe e a facilidade de  estarem fazendo  adaptações  do material para que ocorra o processo ensino/aprendizagem.  Segundo depoimento dos entrevistados, esta adaptação provoca o diálogo e participação ativa dos  alunos, maior no  Curso- B  que no A, por utilizar laboratórios ,chat e e-mail e videoconferência.

Este trabalho  procurou  mostrar, que o desenvolvimento de unidades da Educação a Distância e de Educação Presencial é de interesse, não só do corpo docente, mas também uma ânsia de muitos que não têm acesso à educação, porem precisam dela como instrumento de desenvolvimento social.

5. Referência Bibliográfica

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 BEHRENS, Marilda Aparecida.  O paradigma emergente e a prática pedagógica.  Curitiba:  Champagnat,  1999.

 ENGESTRÖM, Yrjö.  Learning by expanding: an activity- theoretical aproach to development research.  Helsinki:  University of Helsinki, 1987.

 ENGESTRÖM, Yrjö.  An activity-theoretical perspective on producer-user interaction.  Helsinki:  Academy of Finland,  1998.

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 LITWIN, Edith.  Educação a distância: temas para o debate de uma nova agenda educativa.  Porto Alegre:  Artmed,  2001.

 ROCA, Octavi.  A autoformação e a formação a distância: as tecnologias da educação nos processos de aprendizagem.  In SANCHO, Juana M.  Para uma tecnologia educacional.  Porto Alegre:  Artmed,  1998.

 SANTOS, Marines Ribeiro dos.  Design, produção e uso dos elementos dos artefatos: uma abordagem a partir da Teoria da Atividade.  Dissertação de Mestrado.  Programa de Pós Graduação em Tecnologia.  Curitiba:  Cefet,  2000.