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Apresentação



27° CIAED Congresso Internacional ABED de Educação a Distância

Modelos de Educação a Distância, como evitar o instrucionismo e privilegiar a criatividade?

A crescente importância da Educação a Distância (EAD) no cenário educacional do Brasil levanta várias questões fundamentais para os envolvidos no seu desenvolvimento. Entre elas está aquela que, polemicamente, pergunta sobre as vantagens e as desvantagens de modelos de ensino e aprendizagem a distância que sejam o produto não de uma regulamentação governamental, que normalmente gera constrangimento à criatividade de quem produz um curso ou programa, mas sim o resultado da experiência prática da comunidade de educadores e de outros profissionais envolvidos.

Faz quase um século que o automóvel de passeio, internacionalmente, anda com quatro rodas — é seu “padrão dominante”, embora inicialmente o mercado oferecesse modelos com menos ou mais rodas. Em EAD não há, ainda, um modelo cujo design seja identificado, com a comprovação de pesquisas adequadas, como a mais eficaz possível, levando em conta questões como a complexidade da matéria a ser estudada, a maturidade acadêmica, o número dos estudantes envolvidos e a flexibilidade, sofisticação e disponibilidade da tecnologia a ser empregada.

A criação de um curso de EAD hoje, quando tantos recursos estão disponíveis para os profissionais encarregados de produzi-lo, é muito similar ao trabalho do compositor de uma sinfonia orquestral, que tem à sua mão a inclusão de sons de instrumentos como cordas, sopros e percussão, em volumes de som e velocidades de tempo variados. A qualidade, a sofisticação e a inovação da música vão depender das concepções presentes nos compositores e músicos, sendo recomendada, cada vez mais, a autoria compartilhada – inclusive com a audiência.

Os recursos diferenciados de um curso de EAD são, entre outros, sincronia/assincronia, papel ativo/modesto do professor, grau de importância de material a ser lido ou vídeo a ser assistido, uso de apoios, como simulações, animações e tipos de envolvimento entre os estudantes (colaboração, discussão em grupo, avaliação por pares).

Será que um ou mais grupos de associados da ABED, representando diferentes setores (público, privado, educação básica, superior e continuada), seria capaz de desenvolver um conjunto de modelos de “partituras ideais” que serviria para inspirar novas gerações de profissionais de educação no uso pleno de todos os recursos, atuais e futuramente disponíveis para a construção de cursos a distância?

Não que seja obrigatório seguir detalhadamente os modelos oferecidos, mas eles servirão de lembrete sobre os recursos à disposição do criador de um curso ou programa EAD.  Cada instituição de ensino deve ter independência total na criação dos seus cursos presenciais, a distância e híbridos.  Certamente, um benefício advindo da criação de “modelos-referência” sugeridos pela ABED seria uma maior similaridade na interface do diálogo entre o estudante e o curso, desde que muitas instituições adotem um dos modelos propostos.

A ABED, devido à sua independência, e a vasta capacidade e experiência dos seus associados, talvez possa contribuir, utilmente, para o conhecimento daqueles para quem a EAD ainda é um território acadêmico a ser plenamente explorado. 





Fredric Michael Litto
Presidente da ABED
Professor emérito da USP
Membro titular da ABE

Comissão Organizadora
Fredric Michael Litto
Alessandra dos Santos Ferreira Pio - ABED
Beatriz Roma Marthos - ABED
Maurício Aguiar - ABED
Ozéias Silva - ABED
Waldomiro Pelágio Diniz Carvalho Loyolla - ABED
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