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Apresentação

Entre as maiores economias do mundo, o Brasil tem um universo educacional que talvez seja um dos mais insulares. Dos 800.000 estudantes estrangeiros matriculados em universidades norteamericanas, apenas 9.000 são brasileiros, colocando o país no 14º lugar entre os países de origem desses alunos.

Já o número de estudantes estrangeiros em universidades públicas brasileiras é de apenas 4.000, quase todos participantes do programa governamental PEC-G do governo brasileiro em apoio a 156 países amigos. Enquanto a Universidade Harvard tem 20% do seu corpo discente composto de estrangeiros, as três universidades públicas paulistas (USP, UNESP e UNICAMP) têm apenas 2%.

Com relação a docentes estrangeiros no Brasil, a UFABC lidera com 58 estrangeiros (13% dos seus professores), e a USP com 393 (6.5% do seu total). Os diferentes sistemas internacionais de "ranking" de universidades valorizam a característica de internacionalização porque consideram uma prática que "enriquece o ambiente de ensino", "traz um repertório diversificado de ideias, questionamentos e soluções", e "obriga as instituições a se atualizar e a oferecer novos currículos".

Por outro lado, o "multiculturalismo" apresenta problemas complexos a serem superados para que a EAD tenha sucesso, como as limitações linguísticas de muitos indivíduos, propostas curriculares engessadas, tradições pedagógicas e comunicativas diferentes, e obstáculos burocráticos, por exemplo: no recrutamento e matrícula de estudantes, na contratação de professores, bem como no reconhecimento de créditos acadêmicos e de diplomas globais.

A EAD oferece muitas oportunidades para aumentar a internacionalização de instituições de ensino, de treinamento corporativo e governamental, assim como de educação "ao longo da vida". Além de possibilitar o crescimento do corpo discente (aumentar escala), significa atender populações ainda não alcançadas com estudos avançados, mas possuindo acesso às novas tecnologias de informação, como os 4 milhões de brasileiros residentes no exterior atualmente.

Visualizado, ainda, a possibilidade de ter um fluxo bidirecional regular de via EAD (cursos brasileiros com participantes no exterior, e cursos do exterior com participantes brasileiros), seria possível contemplar os membros das diferentes diásporas no Brasil (portugueses, japoneses, italianos, alemães e árabes, entre outros), com estudos das culturas dos seus antecessores.

A EAD, em termos internacionais, representa um novo capítulo na educação no Brasil. Estamos engatinhando, mas para um horizonte promissor!

Prof. Dr. Fredric Michael Litto
Presidente ABED
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