14° Congresso Internacional ABED de Educação a Distância
"Mapeando o Impacto da EAD na Cultura do Ensino-Aprendizagem"
Setembro 2008 - Santos (SP)
 

Em 2004, no 11° Congresso Internacional da ABED, na Bahia, uma das conferencistas principais, Dra. Eva Kampitz, diretora da ONG norte-americana que organiza a avaliação de instituições de ensino superior na região da Nova Inglaterra (como Harvard, Yale, M.I.T., entre outras), explicou que um dos indicadores usados em sua instituição para determinar qualidade é a resposta à pergunta: “Como você pode comprovar que seus alunos estão efetivamente aprendendo?”  Os resultados de exames ministrados não são considerados pertinentes para formular uma resposta, observou ela.

 

No Brasil, atualmente, muitos programas de EAD são exemplos de eficácia e de bons resultados em aprendizagem. Mas, quando procuramos evidência mais substancial, adquirida através de métodos cientificamente comprovados, ficamos freqüentemente desapontados em relação a sua inexistência. A EAD no Brasil só será considerada “madura” quando a prática da modalidade for acompanhada de informação sobre o impacto do curso, ou da atividade de aprendizagem, no aprendiz.

 

Estudos de impacto na educação têm como objetivos dar “feedback” aos organizadores do curso ou programa sobre o que funcionou e o que não funcionou; se o curso ou programa tem uma relação positiva de custo/benefício; se houve conseqüências não-pretendidas, positivas ou negativas; e se o curso ou programa pode ser considerado de qualidade quando é gerenciado por resultados atrelados ao processo de ensino e aprendizagem. Os resultados de estudos de impacto servem para melhorar continuamente o planejamento detalhado de qualquer curso ou programa de EAD; fornecem dados importantes para que administradores tomem suas decisões baseadas em dados concretos e fenômenos mensuráveis, e não em impressões meramente subjetivas; permitem comparações entre métodos didáticos, recursos usados e as próprias instituições. Idealmente, uma avaliação de impacto deve ser embutida dentro do planejamento de qualquer curso de EAD, porque ela gera uma base de conhecimento sobre os resultados no processo ensino/aprendizagem.

 

É urgente que os profissionais de EAD no Brasil iniciem estudos do impacto da aprendizagem nas suas instituições, tanto para aperfeiçoar progressivamente seu trabalho e o de seus colegas, quanto para criar “inputs críticos” (benchmarks) que servem de marcadores de qualidade para identificar as causas que levam a resultados diferentes.

 

Embora seja sempre verdade que os autores de trabalhos submetidos para apresentação nos Congressos Internacionais da ABED podem escolher o assunto que mais lhes convêm, os organizadores do 14° Congresso, de 2008, gostariam de receber o maior número possível de trabalhos que lidam com o tema proposto: a identificação dos diferentes fatores que comprovadamente impactam na aprendizagem em EAD, e do impacto que a EAD tem sobre o processo ensino/aprendizagem na modalidade presencial.

 

Fredric M. Litto