UM... DOIS... TRÊS... e JÁ: SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE DADOS COMO INSTRUMENTO DE APOIO PARA PROCESSOS EDUCATIVOS A DISTÂNCIA – A EXPERIÊNCIA DO PROGRAMA DE EAD DA FIOCRUZ.

Abril/2004

 

Débora Corrêa da Silva
Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Coordenação Escola de Governo em Saúde, Programa de Educação a Distância –  Gerente de Informática
débora@ead.fiocruz.br

Elomar Castilho Barilli
Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, Coordenação Escola de Governo em Saúde, Programa de Educação a Distância – Coordenadora de Representação Institucional
 barilli@ead.fiocruz.br

 

TC-3D   XI Congresso Internacional de Educação a Distância

Resumo
            Parece mágica – desde saber um simples saldo de conta bancária, passando por buscas em índices ou catálogos, até obter resultados estatísticos que revelam tendências ou insumos que apóiem a tomada de decisão, basta saber-se os códigos e/ou palavras-chave apropriados e... pronto... em poucos segundos ... a um simples toque do mouse ou teclado, o objeto do desejo é revelado ou um leque de opções.  O que a maioria dos usuários não sabem, não precisam e nem querem saber, é que, na maioria das vezes, um complexo sistema de informações está gerenciando a base de dados que são o alvo de um projeto alicerçado em metodologia cuidadosamente proposta e implementada.
            O entendimento contemporâneo da relação saber-poder aponta para o domínio racional da informação no que concerne à confiabilidade de suas fontes de aquisição, seu entendimento e aplicação e contribuição para o crescimento do conhecimento, em oposição à primária noção de quantidade.
            Os processos EAD, em suas diferentes dimensões: integrando as atividades de acompanhamento pedagógico (mediação tutor-aluno), acadêmico (matrícula, cronograma de atividades, avaliação institucional etc.) e administrativo (custos, pessoal, suporte etc.), requerem tratamento sistêmico e automatizado de seu fluxo de dados de forma a gerar respostas rápidas que revelem indicadores de avaliação em seus diversos níveis: aprendizagem, desempenho docente e dos demais atores envolvidos, dos materiais e produtos.  Essa é a função principal do sistema de gerenciamento de informações.
          O presente trabalho, portanto, visa apresentar o modelo de desenvolvimento pela equipe de Informática do Programa de Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (EAD / ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), voltado para agregar valor tecnológico, através do gerenciamento eletrônico de dados, dentro do processo de gestão acadêmica e ambiente virtual de Ensino.

Palavras-chave: 
Educação a Distância, gerenciamento de informações, gestão acadêmica.

 


1. Introdução

Os avanços da tecnologia da informação reforçam mudanças econômicas e sociais que estão revolucionando os negócios  e a sociedade.   Assim, cada vez mais as pessoas interagem com as tecnologias da informação buscando o conhecimento de como elas funcionam, de como se adaptam aos artefatos tecnológicos existentes e de como adquirir habilidade no manuseio dos recursos (Lévy, 2000). 

As Tecnologias da Informação (TI) pressupõem objetivação e sistematização, do contrário independentemente das oportunidades de acesso, aparato tecnológico e quantidade, podem transformar-se em amontoados de dados desconexos  incapazes de contribuir para a construção do conhecimento.

A busca histórica do homem pelo poder através do saber, fez da  informação, na primeira metade da década de 90,  requisito diferenciador dos grupos sociais.  Tendo como suporte os avanços tecnológicos materializados pela microeletrônica e telecomunicações, seu fluxo e circularidade ganharam dimensões inimagináveis, levando  em pouco tempo à percepção da importância de sua coerente utilização.

A diferença entre as nações poderosas e os países sem poder está na capacidade de produção de informações e na sua aplicação para a produção do conhecimento. Os poderosos são os que pensam - produzem e usam as informações -, enquanto os sem poder são aqueles que apenas reproduzem sem criatividade o que é pensado pelas nações desenvolvidas, gerando prevalência e o domínio dos poderosos (Coury, 2001).

Neste contexto e potencializada pela flexibilidade e acesso democrático da Internet,  a informação passa ser vista como elemento propiciador da participação social ( “real” em ambiente virtual), à troca e a construção pactuada e consensual do saber. Tratada inicialmente de forma centralizada e pouco automatizada, com o passar do tempo, compartilhar informação passou a ser uma prática contemporânea de gestão, na qual as informações passaram a ser mais digitalizadas e os processos mais automatizados.

Nesta nova configuração, a comunicação e a tecnologia da informação comprimiram o espaço e o tempo resultando em uma alta velocidade de produção e veiculação de informação e conhecimento (Pérez Gómez, 2001).

               Aqui a Educação a Distância (EAD) se insere como modalidade de ensino que, mediada pelas tecnologias da informação e comunicação, abre novas possibilidades de acesso ao saber e à formação profissional.  Amada ou repudiada... querida ou temida.... defendida ou atacada, a EAD hoje já ocupa espaço estratégico para as nações que a vêm como forma de elevação dos níveis  de formação das populações, mormente em um país heterogêneo e de dimensões continentais como o Brasil.

               Não obstante, colocando-se a proposta pedagógica no patamar mais nobre da estrutura de desenvolvimento de propostas em EAD (de onde parte as estratégias a serem seguidas, as competências a serem desenvolvidas, bem como os elementos de mediação pedagógica - os materiais, as mídias, ambientes e suas ferramentas...), seguida pelo acompanhamento pedagógico individualizado (onde se estabelece a interlocução orientador-aprendiz), o gerenciamento acadêmico também se coloca com elemento estruturante, na media em que acompanha o desenvolvimento do processo pedagógico no tempo, avaliando-o de forma contínua e processual, o que permite estabelecer um panorama avaliativo em seus diversos níveis, ou seja, no que concerne à aprendizagem, ao desempenho docente, assim como o próprio programa institucional.

            O presente trabalho, portanto, visa apresentar o modelo do sistema de gerenciamento eletrônico de dados, desenvolvido pela Equipe de informática do Programa de EAD – ENSP, instância ligada à Coordenação Escola de Governo em Saúde  da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (EAD / ENSP), da Fiocruz, com vistas a facilitar e potencializar os processos de gestão acadêmica, bem como dinamizar o fluxo de informações decorrentes da interação das comunidades de aprendizagem ligadas aos cursos, através do Ambiente Virtual Restrito (AVR).

 

2. Objetivos

            2.1. Geral

               Contribuir com o gerenciamento, implementação e recuperação dos dados referentes aos processos do Programa de Educação a Distância da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no que concerne a suprir necessidades de automação importantes e necessárias para acompanhamento do processo, compreendendo as atividades análise, tomada de decisão e avaliação.

           2.2. Específicos

 

3.  projeto

             Para garantir o máximo grau de segurança da informação no que concerne a integridade e autenticidade dos dados é necessário garantir que a base tecnológica que manipula o dado a ser utilizado na geração das informações necessárias ao Ambiente tenha sido projetada respeitando-se todas as variáveis necessárias  ao objetivo da qualidade do desenvolvimento de software.

           Entende-se por PROJETO um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma seqüência lógica e clara de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros pré-definidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade  (VARGAS, 2003).

           A utilização do aparato tecnológico de informação, possui inserção nas  propostas educativas a distância. Para o desenvolvimento do projeto para o EAD/ENSP, procurou-se contemplar sua realidade institucional e especificidades (perfil dos profissionais do setor saúde, professores, coordenadores etc).  Para tal, foram consideradas as seguintes necessidades :

     Para o planejamento e implementação, para fins de gerenciamento automatizado, o projeto foi dividido em dois sub-ambientes: 1)Ambiente de Gestão Acadêmica e; 2) Ambiente Virtual de Ensino EAD / ENSP. Neste texto será abordado o contexto referente ao Ambiente de Gestão Acadêmica e a política de disponibilização de informações a todos os atores do Ambiente.

1)      Ambiente de Gestão Acadêmica

A gestão Acadêmica pode ser considerada em três níveis: Estratégico, Tático e Operacional. Por estratégico, compreendemos as grandes ações que visam metas institucionais, por nível tático as que criem possibilidades de viabilizar as ações estratégicas, e, finalmente as operacionais de acompanhamento e regulação das atividades acadêmicas que possibilitam a identificação e formulação de indicadores, os quais, em parceria com as assessorias pedagógicas, proporcionam elementos para aprimoramento dos projetos. (RIBEIRO, 2003),

             Visando a elaboração do escopo de um projeto ao Ambiente, foi iniciado um processo metodológico para desenvolvimento de sistema. Entende-se por metodologia de desenvolvimento de sistemas uma abordagem organizada para atingir um objetivo, através de passos preestabelecidos. É um roteiro para desenvolvimento estruturado de projetos, sistemas ou softwares, para que os mesmos atendam, de maneira adequada às necessidades do usuário.

            Portanto, para a consecução de seus objetivos, foram apresentadas as seguintes etapas necessárias ao processo de desenvolvimento do projeto:

Preliminarmente, havia sido levantada a necessidade imediata de migração do sistema utilizado. O volume de dados e informações aumentava, e a plataforma precária utilizada não garantia a integridade destes dados. Os sistemas utilizados demandavam um volume de trabalho muito maior do que o necessário.

            O desafio maior proposto pelo projeto, não compreendia somente o desenvolvimento de um novo sistema que suprisse necessidades não contidas no atual, mas além disso, migrar para o novo modelo de dados em desenvolvimento, as bases de informação utilizadas, de forma descentralizadas. Neste processo de migração o fator análise se mostrou de grande importância para adequação dos dados ao novo padrão utilizado. Para alcançar tais objetivos, foram definidas 3 (três) fases, chamadas macro, para orientar o planejamento :

Fase 1

Análise dos fluxos de Processo e Informação;

Análise das bases de dados atuais, centralizadas e descentralizadas (Access, MySQL);

Levantamento de Requisitos

 

Fase 2

Desenvolvimento sistema contemplando as áreas de Secretária Acadêmica, Gestão Acadêmica e  Financeiro;

Migração dos Dados das bases analisadas para novo modelo de dados proposto

 

Fase 3

Acompanhamento Pedagógico (Áreas envolvidas : Secretaria Acadêmica, Coordenação Pedagógica e Gestão Acadêmica)

Controle de Alertas (Áreas Envolvidas : Secretaria Acadêmica, Gestão Acadêmica, Coordenação de Curso e Tutoria)

Fase 1 - Detalhamento

              O objetivo desta fase, foi analisar as estruturas de dados e sistemas utilizadas para medir os impactos e atividades necessárias às demais fases e assim conseguir alcançar a meta planejada. Não somente conhecer os requisitos técnicos ligados ao Ambiente atual, como também os requisitos funcionais destes softwares e requisitos do negócio.

             Para uma definição do produto a ser gerado, foi efetuada uma análise do sistema atual ou reconhecimento do Ambiente. Nesta fase, iniciada em agosto/2003, foi  efetuado um levantamento e análise de todas as bases de dados utilizadas (centralizadas e descentralizadas), objetivando o levantamento do padrão e conceito de cada estrutura.  A documentação dos  padrões muitas vezes iguais ou semelhantes, foram  utilizados de forma a criar redundâncias.

         Outro foco da análise correspondeu aos sistemas naquele momento utilizados no Ambiente, objetivando analisar seu foco de utilização, e qual o nível de impacto que a mudança prevista acarretaria sobre eles.

                  Em paralelo a este trabalho, foi realizado um levantamento do fluxos de processo, junto às áreas alvo do trabalho operacional da gestão acadêmica. A partir deste levantamento, a análise das informações forneceu subsídios para a melhoria do fluxo operacional das inscrições e matrículas, entre outros abordados posteriormente.

                 Um ponto importante a ser citado é que esta etapa correspondeu a  um processo de mudança organizacional que envolveu, ao mesmo tempo mudanças nas tarefas e responsabilidades de cada pessoa envolvida nestes processos e mudanças nos relacionamentos entre áreas do EAD / ENSP.

               Como produtos desta fase foram gerados :

Para representá-lo foi utilizado o Diagrama de Atividades um dos diagramas utilizados na UML (“Unified Modeling Language”) para notação de desenvolvimento de sistemas orientados a objeto. Diagramas de atividades capturam ações e seus resultados. Eles focam o trabalho executado na fase de implementação de uma operação (método).  Um diagrama de atividade pode ser usado com diferentes propósitos, um deles, utilizado nesta etapa do trabalho, mostra como um negócio funciona: trabalhadores (atores), fluxos de trabalho, organização, e objetos (fatores físicos e intelectuais usados no negócio).

Os princípios do modelo relacional foram definidos primeiramente por. E. F. Codd em junho de 1970, no artigo chamado “A Relational Model of Data for Large Shared Data Banks” (Um Modelo Relacional de Dados para Banco de Dados Compartilhados de Grande Porte). Neste artigo Codd propôs o modelo relacional de sistemas de banco de dados, com os seguintes componentes :

Fase 2 – Detalhamento

          Com o novo fluxo acordado junto às áreas, iniciou-se o processo do projeto lógico ou especificação do projeto. Neste momento todos os requisitos necessários para o desenvolvimento do novo sistema foram levantados e acordados junto às áreas usuárias. Para um novo modelo de dados foi idealizado um modelo único, unificando os cursos EAD / ENSP e Projetos Especiais (PROFAE).  Desta forma, padronizou-se a possibilidade de retorno das informações referentes aos indicadores de acompanhamento do processo.

           Iniciando a fase de desenvolvimento foi adotado o padrão de orientação a objetos dentro do escopo de sistemas. A orientação a objetos é uma tecnologia para a produção de modelos que especifiquem o domínio do problema de um sistema. Quando construídos corretamente, sistemas orientados a objetos são flexíveis a mudanças, possuem estruturas bem conhecidas e provêem a oportunidade de criar e implementar componentes totalmente reutilizáveis.

   Segundo Rumbaugh (1997), a proposta de orientação a objetos baseia-se em conceitos importantes que definem novas formas de entender o modo em que se estruturam  sistemas e programas, e como seus diversos módulos interagem entre si.

               A estratégia de levantamento de requisitos e validação das interfaces do sistema foi efetuada tendo como base a metodologia do Ciclo Interativo de Desenvolvimento de Sistemas.   Um ciclo de vida interativo, se baseia no aumento  e no refinamento sucessivo de um sistema através de múltiplos ciclos de vida de desenvolvimento de análise,  projeto,  implementação e de teste.

              Cada ciclo trata um conjunto relativamente pequeno de requisitos, O sistema cresce incrementalmente à medida que cada ciclo é completado. Dessa forma, usamos como foco do primeiro desenvolvimento de sistema, o fluxo de processo de Inscrição, Matrícula e Financeiro, não só pelo fato de ser prioritário de acordo com o levantamento efetuado, mas também por contemplar toda a migração de dados que seria efetuada.

              A visão macro deste fluxo de processo foi dividida e sub-divida em ciclos  interativos de desenvolvimento de sistema. A cada ciclo, dentro do escopo de análise levantado na FASE 1, um primeiro grupo de documentos era criado ou melhorado para validação junto as áreas usuárias. Foram definidos momentos de reunião (JAD´s), onde a validação destes documentos, objetivando o levantamento de requisitos, foi efetuada. Como documentos dentro destes ciclos foram utilizados, alguns diagramas padrões da UML :

Diagramas de Caso de Uso : A modelagem de um diagrama de caso de uso é uma técnica usada para descrever e definir os requisitos funcionais de um sistema. Eles são escritos inter-relacionando:  atores externos, casos de uso e o sistema modelado. Os atores representam o papel de uma entidade externa ao sistema como um usuário, um hardware, ou outro sistema que interaja com o sistema modelado. Os atores iniciam a comunicação com o sistema através dos casos de uso, o qual representa uma seqüência de ações executadas pelo sistema e recebe, do ator que o utiliza, dados tangíveis de um tipo ou formato já conhecido. O valor de resposta da execução de um caso de uso (conteúdo) também já é de um tipo conhecido, uma vez que foram previamente definidos e integram o texto de documentação.

Casos de Uso Expandidos :  Correspondem a  descrição narrativa de um processo do domínio, ou seja, detalhamento (passo a passo) mostrando como cada caso de uso deve se comportar levando em conta todos os requisitos referentes àquele processo de trabalho que deve ser representado também graficamente utilizando “layout´s” da interfaces do sistema.  Esta forma de notação consegue ser percebida pelo usuário, sem que seja necessário nenhum conhecimento técnico de sua parte.

            A figura 1, apresenta, de forma esquemática, o ciclo de desenvolvimento, acima descrito que orientaram o planejamento.

Figura. 1.   Ciclo de Vida Interativo de desenvolvimento, definidos por casos de uso 

 

                    A interatividade do ciclo se configurou  na medida em que, a cada detalhamento dos produtos desenvolvidos, ocorriam validações junto às áreas usuárias.  O resultado desses processos de validação,  eram as alterações nos requisitos, as quais promoviam alterações nos produtos.

        Outros diagramas da notação UML foram utilizados, dando seqüência a fase de desenvolvimento: Diagramas de Classe, Diagramas de Estado e Diagramas de Seqüência.

                    O modelo de dados inicialmente definido na fase 1, foi gradativamente sofrendo alterações, aprimorando sua estrutura e agregando novos conceitos às regras de negócio e, a cada final de ciclo, um produto referente ao escopo geral do desenvolvimento do sistema era gerado.

                    Como ponto importante dentro deste processo, vale a pena citar o envolvimento das áreas usuárias em todos os ciclos. Tendo estes um escopo pequeno por ser uma parte pequena de um todo e ser reavaliado a cada encontro, o processo se tornou de melhor compreensão.

               Dentro da base tecnológica de desenvolvimento do projeto, pontos importantes podem  ser citados :

Política de backup : atualmente o backup dos servidores é feito em fita.
Além disso, é realizado, com como rotina, um backup (cópia de segurança), em disco do pontos de maior risco referente ao impacto da segurança da informação, dentro de váriavéis pré-estabelecidas de acesso e manipulação de dados dos servidores de produção.  Ambos os backups são incrementais durante a semana e finalizados nas sextas-feiras (último dia útil da semana).  São feitos também todos os dias backups referentes ao *Estado do Sistema” dos servidores de produção.
O *Estado de sistema” leva em consideração os arquivos de configuração do sistema, permissões de pastas, lista de usuários etc.

Utilização de Tecnologia de Software Livre : Ambiente tecnológico utilizando softwares de código aberto MySQL, PHP e APACHE em ambiente de sistema operacional FreeBsd padrão UNIX, possibilitando mesmo dentro dos padrões de negócio do ambiente, a criação de mecanismos (ex. : de busca, de relatórios), que podem ser reutilizados em outros Ambientes.

                Em outubro/2003, iniciou-se a etapa de implantação do sistema com o processo de migração dos dados. Durante este período as bases de dados utilizadas assim como os antigos sistemas não puderam ser acessados. Iniciou-se o processo de migração e implantação pelo PROFAE e, posteriormente, os demais cursos do Programa EAD / ENSP.

Fase 3 – Detalhamento

              Nesta fase, finda a fase 2, para o novo modelo de dados centralizado foram criados mecanismos de acesso às informações (consultas, relatórios etc), de forma descentralizada (via internet), permitindo que atores externos ao Ambiente (com níveis de permissão definidas), também tivessem acesso.              O nível de acesso delegado a cada categoria de ator, foi definido pela área responsável.  Hoje, esse acesso pode ser realizado internamente ou externamente, via Internet. Todo o sistema de informação foi desenvolvido para execução pela Internet, viabilizando o acesso descentralizado das informações.

               A partir deste sistema de informação é possível efetuar um levantamento de vários indicadores do Ambiente. Todos os cursos e projetos especiais utilizam o mesmo modelo de dados permitindo a padronização dos dados, porém respeitando-se as diferenças de cada curso. Dessa forma, através de um simples “clique”, é possível efetuar levantamento online de todos os indicadores especificados pela Gestão Acadêmica do EAD / ENSP.  Dentre os produtos referentes a relatórios ou consultas geradas pelo sistema pode-se citar :

Relatório Consolidado : Apresenta, de forma consolidada, por Tutor , Turma e EAD Geral os indicadores de evasão referentes a cada curso e consolidados EAD.

Relatório por Estado de Residência : Apresenta todos os alunos referentes a um curso ou EAD Geral, agrupados e totalizados por sua região de residência. Apresenta informações referentes a situação atual de cada aluno no curso e seu contato através do Ambiente Virtual de Ensino com o Tutor.

Relatório de Desempenho Escolar : Apresenta por Curso, Tutor e Turma ou EAD Geral, conforme seleção, o histórico escolar de cada aluno, bem como  a data de entrega da última tarefa.

Relatório por Patrocinador : Apresenta uma posição do grupo de alunos de cada instituição parceira.

Relatório de Controle de Alertas : Apresenta os atrasos referentes a entrega de tarefas de cada aluno por curso e tutor. Há três tipos de  alerta: 1) atraso no envio da tarefa até 30 dias.  Este envio é da responsabilidade do tutor, uma vez que o prazo limite poderá ser renegociado; 2) atraso no envio de tarefa superior a 30 dias e inferior a 60 dias.  Este alerta é da competência do coordenador do de cada curso e; 3) atrase no envio de tarefa superior a 59 dias.  Este alerta, emitido pela Gestão Acadêmica, já efetiva o processo de suspensão do aluno..

Consultas e listagem :

                 Outro ponto que foi alvo dessa fase foi o desenvolvimento referente ao sistema de Gestão de Controle de Alertas. “Um alerta é um programa que monitora um banco de dados e informa para alguns usuários ou para um programa quando uma determinada condição ocorre,  oferecendo recursos para tomada de decisões.” (AKIKUBO, 1998).

                   Chamamos de Controle de Alertas , ao gerenciamento dos atrasos dos alunos em relação a entrega de tarefas dentro do cronograma do respectivo Curso/turma.

              Dentro do escopo de desenvolvimento do sistema de informação de Controle de Alertas, 4 (quatro) áreas diretamente relacionadas a este processo podem ser citadas : Tutoria, Coordenação de Curso, Gestão Acadêmica e Secretaria Acadêmica.

4. Resultados e Conclusões:

               O Programa de EAD da ENSP/Fiocruz, possui importante papel no cenário de preparação/formação de quadros para atuação do setor saúde, através dos cursos que integram seu Programa de Formação Profissional Permanente em Saúde.  Para o gerenciamento eficaz dos fluxos de informações  oriundas de seus 11 cursos e projetos especiais, foi realizado um processo coletivo de desenvolvimento de seu sistema de gerenciamento de dados, o qual, apontou para a necessidade de reorganização institucional.

              A partir da unificação dos sistemas pré-existentes, foi possível criar-se um novo modelo de gerenciamento de dados, com acesso flexível (via Internet), viabilizando o acompanhamento e extração de informações de forma remota.  A estruturação e sistematização dos dados do EAD/ENSP, resultaram na possibilidade da construção de indicadores de desempenho escolar e institucional, favorecendo a avaliação processual, bem como a tomada de decisão.

            A metodologia adotada, integrou marcos teóricos apoiados na participação do conjunto de atores envolvidos e sua integração, bem como reforçou sua responsabilidade e intervenção frente ao processo de aprendizagem e aplicação dos pressupostos educacionais seguidos pelo Programa.

            Hoje, há a possibilidade de acesso a intefaces, através das quais os próprios usuários podem extrair informações na forma de relatórios detalhados ou consolidados.

            Tomando-se como base a experiência vivida durante o processo de construção do sistema, bem como avaliando-se o impacto do mesmo na realidade do Programa de EAD, pode-se concluir que o modelo de gerenciamento de dados é elemento de apoio fundamental para o exercício das atividades inerentes ao processo de EAD.

 


5. REFERÊNCIAS  BIBLIOGRÁFICAS

COURY, Wilson Biancardi.  Poder e informação.  Revista TI MASTER. set., 2001. (sítio virtual: http://www.timaster.com.br/revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=424).  Pesquisa realizada na Internet em 20/05/2004.

PÉREZ GÓMEZ, A. L. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: ARTMED Editora, 2001.

SILVA, Débora Corrêa . Apresentação – Projeto de Migração de Plataforma EAD / ENSP – agosto/2003 (mimeogr.).

LARMAN, Craig – Utilizando UML e Padrões – Uma introdução á análise e ao projeto orientados a objetos – Bookman, Tradução - Porto Alegre 2000

Sêmola, Marcos.      Gestão da Segurança da Informação – Uma Visão Executiva – Rio de Janeiro – Campus, 2003.

Rezende, Denis Alcides – Engenharia de Software e Sistemas de Informação – Rio de Janeiro – Brasport, 1999.

AKIKUBO, Reinaldo Y. – Sistema de Alerta Computadorizado para Registros Médicos Computadorizados em Cardiologia – Unicamp–   Dissertação.  São Paulo  1998.