“O processo de avaliação na modalidade de Educação a Distância”

ABRIL/2004

 

Autor(a): Profa. Ms. Rita Tatiana Cardoso Erbs
Universidade de Caxias do Sul – RS/Brasil
Email: RTCErbs@ucs.br

 

TC –D2 Educação a Distância nos Sistemas Educacionais; Categoria 2. Educação Universitária

Resumo:
O presente projeto vem contemplar um dos mais recentes interesses, da nossa sociedade aprendente. Tem como objetivo estudar, analisar, refletir e dar instrumentos para a compreensão do processo de avaliação na modalidade de ensino: Educação a distância.
O campo de coleta de dados será o curso de Licenciatura em Pedagogia: Docência para Educação Básica na modalidade de EAD. O curso é o primeiro, nas licenciaturas, na modalidade à distância na Universidade de Caxias do Sul, foi também o primeiro curso de graduação com autorização do Ministério da Educação no estado do Rio Grande do Sul.
A avaliação vem dar pontos de referência para subsidiar um processo de qualidade na educação a distância, pois somente as tecnologias, não são garantia de aprendizagem e formação das pessoas envolvidas.
O projeto contempla 20 (vinte) alunos(as) do curso que serão acompanhadas em todo processo de avaliação.
A metodologia escolhida foi de referencial qualitativo, entrelaçando análise de conteúdo e histórias de vida.

Palavras- Chave:
Processo de avaliação – Educação a Distância – Pedagogia

 


1. Introdução:

O interesse pelo assunto surgiu através da minha experiência como professora da disciplina de Avaliação na Educação; e pela minha inclusão na Comissão de Organização e Planejamento do primeiro curso de graduação na modalidade de Educação a distância da Universidade de Caxias do Sul.

Sendo professora desta universidade e vinculada diretamente ao Departamento de Educação, a possibilidade de pertencer a Comissão que iniciaria os estudos para a implantação do curso de Licenciatura em Pedagogia: Docência para a Educação Básica, com Aprendizagem Mediada por Ambientes Tecnológicos, proporcionou-me um novo horizonte de possibilidades, tanto pessoais como profissionais.

Com o início do Curso em 2004, o interesse em estudar esta nova situação na nossa “sociedade aprendente” (Assmam, 1998), tendo como foco o processo de avaliação, emergiu através de uma grande motivação interna, fomentada ,também, pelo excelente grupo de trabalho na qual estou inserida.

Com esta proposta de pesquisa, acontece o cruzamento de dois focos de interesse: um particular, em função do meu envolvimento acadêmico com estes temas e outro que envolve a comunidade acadêmica como um todo, em desvelar as várias situações que envolvem a o processo de avaliação, nesta crescente modalidade de ensino.

 

2. Objetivos:

O presente projeto vem contemplar um dos mais recentes interesses, da nossa sociedade aprendente. Tem como objetivo estudar, analisar, refletir e dar instrumentos para a compreensão da avaliação na modalidade de ensino: Educação a distância.

Entrelaçando educação a distância e avaliação questiona-se:

• Como a avaliação é compreendida por professores e alunos envolvidos neste processo?
• Como construir um processo de avaliação que qualifique o aluno, a instituição, e a metodologia na modalidade de educação a distância?
• Como realizar avaliação das aprendizagens tendo como suporte ambientes tecnológicos?
• Quais instrumentos e critérios mais adequados para a avaliar a aprendizagem em situações de ensino a distância?
• Como avaliar através de relatos e vivências que evidenciem a formação do aluno nesta modalidade de ensino?

Certamente no decorrer da pesquisa outros questionamentos surgirão, assim como algumas respostas.

 

3. Justificativa:

O extraordinário desenvolvimento, nos últimos anos da tecnologia de informação e Comunicação, está propiciando que o pensamento filosófico, psicológico, educativo, ocupe-se, urgente e necessariamente das possibilidades e caminhos de todo tipo que estas tecnologias oferecem ao mundo contemporâneo.

A educação a distância, junto com o desenvolvimento tecnológico, vem tomando vulto dentro das instituições de educação que inicialmente ocupavam-se exclusivamente com o ensino presencial. Ainda vista com muito receio pela maioria dos educadores e também como uma modalidade “inferior” ao ensino presencial, necessitando de estudos aprofundados e que tenham como objetivo auxiliá-la na construção de uma identidade própria e que mostrem a possibilidade de um ensino e aprendizagem de qualidade. Assim a instituição como um todo precisa adaptar-se a esta cresceste modalidade de ensino.

A avaliação vem dar pontos de referência para subsidiar um processo de qualidade na educação a distância, pois somente as tecnologias, não são garantia de aprendizagem e formação das pessoas envolvidas.

Assim posto, justifica-se o interesse em estudar, analisar, refletir para a compreensão do processo de avaliação na educação a distância.

 

4. Metodologia

Para o estudo do processo de avaliação no Curso de Licenciatura em Pedagogia: Docência para Educação Básica na modalidade de EAD foi escolhido um referencial qualitativo. Dentro das possibilidades qualitativas, dei prioridades para a análise de conteúdo, aliada a histórias de vida. Após o início do curso e a aplicação dos diferentes níveis de avaliação, 20 (vinte) alunos serão sorteadas para serem acompanhadas no seu processo, isto incluirá coleta de material fornecido nos pareceres avaliativos e também relatos pessais sobre o momento de avaliação. A este material será dado o tratamento de análise de conteúdo segundo Bardin (1977) e também será possibilitado a coleta de relatos que contextualizem os depoimentos através da metodologia de Histórias de Vidas.

Meu contato com a metodologia Histórias de Vida deu-se em uma prática de pesquisa, a qual estuda grandes educadores riograndenses. (Abrahão,1998). Logo nos primeiros contatos apaixonei-me pela riqueza de dados que esse método proporciona e pela simplicidade com que eles podem ser colocados e, principalmente, pelo resgate da vida de cada indivíduo. Como na minha prática clínica as histórias de vida fazem parte do meu cotidiano, agora, fazem parte também da minha trajetória como pesquisadora.
Nesse sentido, Moita (1992) considera o método de história de vida, a metodologia com potencialidades de diálogo entre o individual e o sociocultural, pois “só uma história de vida põe em evidência o modo como cada pessoa mobiliza seus conhecimentos, os seus valores, as suas energias, para ir dando forma à sua identidade, num diálogo com os seus contextos”. ( p.113).

Esse referencial permitiu-me perceber que com o espaço que a pesquisa propõem-se a propiciar aos alunos do curso, cada um teria de alguma forma a sua história de vida resignificada através do relato do seu processo de avaliação no decorrer do curso.

Hoje, vivemos em uma sociedade “de uma cultura incomensurável” Raybaut (1995 ), onde a rapidez das informações e mudanças, fazem de cada um, o detentor do último testemunho. Assim temos uma urgência para resgatar este materiais de pesquisa antes que os mesmos se percam e não se tenha mais registros ou informações a respeito de fenômenos na àrea das Ciências Humanas e, até mesmo, na área das chamadas “hard sciences”.

Tendo em vista esta característica da aplicação de histórias de vida, mesmo sem a pretensão de ser uma biógrafa, considero que o material coletado e o objetivo a que se propôs a presente pesquisa representa um resgate da história de cada um, como testemunho de uma situação que tem a sua importância no presente, mas terá sempre o seu peso como contextualização de uma determinada época, narrada pelos próprios sujeitos que a vivenciaram e tiveram os seus valores e atitudes transformados para incluírem-se na vida societária.

Trabalharei com 20 (vinte) alunas do curso que serão acompanhadas em todo processo de avaliação. Quanto ao método de análise de conteúdo proposto para o tratamento aos dados e informações constantes do material oriundo das entrevistas, utilizei como referencial metodológico Bardin (1977). A análise de conteúdo tem como procedimento tratar informações, atitudes ou temas contidos em uma mensagem ou em um documento. Bardin (op.cit., p.31) define a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise da comunicação, visando a obter, por meio de procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição dos conteúdos das mensagens, indicadores, quer quantitativos, quer qualitativos, que propiciem a inferência relativamente às condições de produção e de recepção dessas mensagens. Como passos metodológicos, a autora descreve as seguintes fases: pré-análise; análise do material; tratamento dos resultados, inferência e interpretação.

Na primeira fase, será realizada a organização do material para elaborar um esquema, embora flexível, preciso de operacionalização e sistematização das idéias, efetuando: leitura superficial do material (com o objetivo de, ao ter um contato inicial com o material de análise, perceber a estrutura do texto, reconhecer os conceitos mais utilizados, conhecer, preliminarmente, posicionamentos a respeito das questões importantes da pesquisa e do contexto das entrevistas). Na segunda fase, será realizada a análise do material, que consiste na codificação e categorização do material. Codificação, no sentido de transformação e agrupamento sistemáticos das informações em unidades de tal forma que permitiam uma descrição das características relevantes do conteúdo dessas informações. Na categorização serão consideradas características apontadas pela autora como: exaustividade, cuidando para que em cada categoria fossem incluídos todos os elementos verificados sobre um tema; exclusividade, cuidando para que cada elemento temático fosse classificado em apenas uma categoria; homogeneidade, cuidando para que as categorias fossem classificadas com base em um mesmo princípio; objetividade, cuidando para definir, com clareza, os indicadores para a classificação de cada elemento em uma determinada categoria.

Após a categorização será iniciada a fase de interpretação dos conteúdos que emergiram nas fases anteriores; nesta última, efetivar-se-á uma retomada do material da pesquisa, entrelaçando aspectos teóricos e práticos de acordo com a subjetividade da autora da presente investigação e do o objetivo a que a pesquisa destina-se.

O campo de coleta de dados será o curso de Licenciatura em Pedagogia: Docência para Educação Básica na modalidade de EAD. O curso é o primeiro, nas licenciaturas, na modalidade à distância na Universidade de Caxias do Sul, foi também o primeiro curso de graduação com autorização do Ministério da Educação no estado do Rio Grande do Sul.

O curso de Pedagogia, na modalidade de Educação à distância é destinado a professores já instituídos na prática de ensino, sendo estes das redes: municipal, estadual ou privada do Estado do Rio Grande do Sul.

 

5.Revisão Teórica

5.1 Considerações sobre Educação a Distância – Histórico e Contexto Atual:

As primeiras experiências planejadas (formais) de cursos a distância ocorreram no século XIX, levando esta modalidade de educação a uma dimensão mais restrita, a saber: a do ensino.

O grande avanço da educação a distância se deu na segunda metade deste século. Países como França, Canadá, Japão, Inglaterra, Bélgica, institucionalizaram esta modalidade de ensino através da oferta de cursos regulares de formação profissional em nível técnico ou superior, ou de cursos mais rápidos de capacitação em habilidades específicas. Neles, a educação a distância tem objetivado a complementação de estudos, configurando-se como uma alternativa educacional dirigida a concluintes da educação básica. Esta dimensão, sem dúvida, se constituiu, nesses contextos, em fator de promoção de sua respeitabilidade.

Entre as mais bem sucedidas experiências de educação a distância está a da "Open University", criada em 1962 na Inglaterra para promover educação de adultos em diferentes níveis. O seu modelo, hoje disseminado em diferentes países, tem possibilitado a criação das chamadas "Mega Universidades", que congregam mais de 100.000 alunos em diferentes cursos, como é o caso da Universidade Indira Ghandi, na Índia (Formiga,1996).

No Brasil, a primeira notícia que se tem do ensino a distância data de 1891 um curso de datilografia oferecido através de anúncio de jornal. Ao contrário dos países estrangeiros citados, o Brasil quando institucionalizou a educação a distância no âmbito de seus sistemas estaduais de ensino, na década de setenta, criando uma nova alternativa de concretização da educação básica através dos Centros de Ensino Supletivo (CES), dimensionou-a como modalidade educativa de "segunda categoria", dirigida às classes mais pobres, excluídas do acesso ou do direito de concluir os estudos básicos.Com esta "herança"- imagem de uma educação para o pobre e instrumento de dominação- a educação a distância aqui encontra dificuldades para se expandir.

As demandas educacionais do país, no entanto, são de tal ordem que a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394/96) não pôde deixar de incluir em seu escopo um artigo ( o de nº 80) voltado para a educação a distância.

Castro (1996) afirma que a educação a distância no Brasil é marcada por um passado de indecisões políticas em relação ao uso das novas tecnologias de ensino. Para ele trata-se de uma área grande, esgarçada e descosida. Há pouca experiência e muita mudança tecnológica (p.3). Este autor alerta para a necessidade de se estar bem ciente dos vícios crônicos que perpassam a área educacional quando ela procura valer-se de novas tecnologias.

Portanto, os projetos de educação a distância incorporam: separação física, virtual ou real, entre estudantes e educadores; ênfase no processo de mediação pedagógica interativa; através de mídias integradas/convergência de mídias. Novo cenário, com novos atores e papéis, determina a necessidade de reestruturação das instituições do ensino superior para a implementação de um sistema de EAD;

A trajetória da educação a distância reflete o uso progressivo das mídias que se estabeleciam:

• A Primeira Geração - educação por correspondência, época maios ou menos até década de 1970;
• A Segunda Geração- audio e vídeo, a partir de 1970
• Terceira Geração-audio-visual com tutoria, a partir de meados de 1980;
• Quarta Geração-comunicação mediada por computador, a partir de meados de 1990

Portanto verificamos que pela história da educação a distância que ela é anterior à informática. A utilização do correio para o envio de textos, o uso de vídeos, de fitas cassetes e de televisão (telecurso) são formas que correspondem a educação a distância.

A informática traz consigo, entre outras, a possibilidade de interação em tempo real e de cooperação entre os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Comunicação mediada por computador (CMC), é uma expressão genérica, em geral, utilizada para designar uma variedade de sistemas que possibilitam que as pessoas se comuniquem por meio de redes informatizadas, facilitando, assim, a comunicação entre pessoas separadas por distância ou por tempo. Como utilizar ambientes com CMC, a fim de produzir resultados de interesse, em especial em ambientes de aprendizagem? Este questionamento é base para pesquisas no mundo todo. Existe muita discussão sobre como utilizar, como propiciar a interação, como coordenar essa comunicação e como utilizá-la para auxiliar na aprendizagem.

5.2 Processo de avaliação no curso de Licenciatura em Pedagogia: Docência para Educação Básica na modalidade de EAD

Avaliação na educação a distância, ainda está em fase inicial de estudos, pois a própria modalidade presencial vem mudando a sua forma de avaliar o aluno, o professor e a instituição. Avaliação classificatória está cada vez mais, cedendo espaço para a avaliação da aprendizagem de caráter formativo. A avaliação não está mais a serviço da seleção e da exclusão e sim da aprendizagem e da inclusão.

A avaliação deixou de ser um termômetro da ignorância dos alunos, agora é um instrumento para modificação de práticas, de reestruturação de estratégias de aprendizagens, de replanejamento de metas e objetivos.

É desta avaliação que falamos neste projeto, como fazer dela um processo contínuo e formativo se teremos a distância física neste processo? Como saber se uma aula realmente atingiu o seu objetivo se o rosto do meu aluno aprovando ou desaprovando a situação só é possível em alguns momentos presenciais?

Esta é outra situação contraditória na educação a distância pois segundo as diretrizes da educação a distância a avaliação deve ser na forma presencial ao final de cada etapa, módulo, semestre ou como estiver organizado o curso, se tratar-mos a avaliação desta forma estaremos dando importância apenas para o resultado e não para o processo.

Portal (2001), define o momento da educação a distância de maneira clara já no título de seu artigo: Educação a distância: uma opção estratégico-metodológica em busca de espaços de distância ou de relacionamentos para a aprendizagem. Se tivermos relacionamentos para aprendizagem a avaliação será possível, porém se concebermos a educação a distância como define o decreto 2494/98, teremos alguns entraves para realização da avaliação como processo:

“uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados e veiculados pelos diversos meios de comunicação”.

Este conceito tem como base a auto–aprendizagem sem a relação humana como prioridade, poderemos avaliar a transmissão e não a transformação desta informação como algo realmente apreendido.

Considerando a modalidade de Educação a Distância como um espaço de “relacionamentos e aprendizagens” (Portal, 2001) a investigação deste projeto justifica-se e no seu percurso entrelaçará saberes de autores como: Jussara Hoffman, Celso Vasconselos, Andréia Cecília Ramal, Paulo Freire, Philippe Perrenoud e outros que auxiliarão na construção desta proposta.

Tendo este referencial teórico sobre avaliação o grupo de trabalho elaborou um processo de avaliação com os níveis que descrevo a seguir:

No curso, definimos a avaliação em 5 níveis:

Nível 1 – Acompanhamento do orientador ao processo de estudo realizado pelos alunos. Os orientadores terão acesso ao material do processo de seleção, categorizado identificando capacidades já desenvolvidas, dificuldades que poderão ser amenizadas e aprendizagens a serem desconstruídas e reconstruídas, com vistas à aproximação do perfil do egresso, objetivado no curso. A partir deste material os orientadores terão um ponto inicial a ser tomado como referência e ampliado através de suas próprias observações nos pólos. Os procedimentos do nível 1, acompanham alunos e orientadores em todo o percurso, porém para sistematizá-la definimos dois momentos, o primeiro, entre a 3o. e a 5o. semana; o segundo entre a 9o. e 12o. semana e o terceiro ao final do módulo. Nesses momentos, o orientador deverá emitir um parecer em relação a cada um de seus alunos enfatizando quais as dificuldades e facilidades em relação ao:
a) acompanhamento das abordagens propostas no material didático;
b) desenvolvimento as atividades propostas;
c) acréscimo de conhecimentos através das leituras;
d) momento de interlocução com o orientador;
e) interesse em operacionalização das orientações sugeridas
Caso o orientador, no processo natural de orientação, não tenha informações suficientes para os pareceres do nível 1, poderá marcar um encontro com o aluno para evidenciar estes aspectos.

Nível 2 – O aluno será estimulado a acompanhar seu próprio crescimento, usando-se para tal de auto-avaliações sistemáticas. Para que este registro faça parte do processo avaliativo, determinamos dois momentos, no meio e ao final de cada módulo. O roteiro para esta auto-avaliação poderá ser definido pelo aluno juntamente com o orientador acadêmico, em função das especificidades individuais e do próprio módulo, mas deverá contemplar, no mínimo, os aspectos do nível 1. O nível 2 caracteriza-se especialmente pela visão do aluno.

Nível 3 - Avaliações formais, realizadas nos pólos ao final de cada módulo. Serão textos escritos individualmente pelos alunos que exigirão níveis mais elaborados, posicionamento crítico-analítico, sínteses dos conteúdos trabalhados, estabelecimento de relações complexas, que indicarão em que medida cada aluno está conseguindo acompanhar o estudo do conteúdo proposto. As questões bases dos textos e os critérios para a correção serão definidos pelos professores especialistas, com apoio dos orientadores, de acordo com as especificidade de cada módulo e o andamento das aprendizagens realizadas pelos alunos. Estas questões não estarão no material impresso. Serão elaboradas no decorrer do módulo e divulgadas, apenas, no dia e hora marcados pelo orientador, no pólo. A correção deste material e a emissão de parecer sobre a aprendizagem atribuição de níveis de aprendizagens será feita pelo orientador acadêmico, a partir de critérios indicados pelos professores especialistas. Os professores especialistas poderão apoiar a avaliação em situações extraordinárias, mas julgadas como necessárias pelos envolvidos neste processo.

Nível 4 – Avaliação do Seminário Temático I e Seminário Temático II . Os seminários serão estruturados pelos professores especialistas de cada módulo e os critérios para a sua avaliação seguem os enfoques do nível I e II, do processo de avaliação, além de critérios estabelecidos, em relação a especificidade de assuntos, pelos professores especialistas e passados aos orientadores.
Seminário Temático I – avaliação processual do projeto de pesquisa feita pela orientador acadêmico, que indica elementos a serem aperfeiçoados no trabalho; a partir deste processo avaliativo o grupo prossegue sua elaboração com vistas ao Seminário Temático II.
Seminário Temático II – entrega do relatório de pesquisa e apresentação pública com avaliação múltipla:
a) o orientador acadêmico verifica os avanços atingidos a partir do Seminário Temático I; avaliando a produção escrita e a apresentação pública feitas pelo grupo;
b) o professor especialista, presente no Seminário Temático II, avalia a apresentação pública dos trabalhos e, caso solicitado pelo orientador acadêmico, poderá fazer a leitura de trabalhos. Uma amostra aleatória de relatórios será avaliada pelos especialistas antes da apresentação pública;
c) deixa-se em aberto a possibilidade de convite a pessoas da comunidade ( devidamente habilitadas) para auxiliarem na avaliação das apresentações;

Nível 5 - Síntese Avaliativa – O relatório final de avaliação levará em conta os pareceres dos níveis 1, 2, 3 e 4 em forma de sínteses organizadas pelo orientador acadêmico. Estas sínteses serão levadas ao Conselho de Avaliação, formado por um professor da equipe pedagógica do NEAD, o coordenador do pólo e o orientador acadêmico. Ao final do conselho será emitido um conceito que fará parte do relatório final de avaliação.
Nos casos em que o conceito emitido for insuficiente, o Conselho determinará as atividades a serem refeitas, para posteriormente submeter o aluno ao Conselho Avaliativo. Este procedimento não impede o aluno de se matricular no módulo seguinte.

 


6. Bibliografia.


ASMANN, Hugo. Reencantar a Educação: Rumo à Sociedade Aprendente.
Petrópolis/RJ: Vozes. 1998.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

HOFFMANN, Jussara. Mito e Desafio Uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Mediação, 2000.

_____________. Avaliação Mediadora Uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação, 1996.

______________. Pontos e Contra Pontos do pensar e agir em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 2000

LDB: Lei de Diretrizes e bases da Educação, Diário Oficial. 23\12\1996. DF

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NÓVOA, A. A Vida de Professores. Porto: Porto Editora, 1992.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação da Exelência à Regulação das Aprendizagens Entre Duas Lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PORTAL, Leda L.F. Educação à distância: Uma opção estratégico-metodológica em busca de espaços de distância ou de relacionamento para a aprendizagem.(artigo-2001)

RAMAL, Andréia Cecília. Educação na cibercultura- Hipertextualidade, leitura,
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VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: Lbertad, 1995. ( Cadernos pedagógicos do Libertad; v.3)