Curso de Atualização e Curso de Especialização em Educação Especial Inclusiva: relato de experiência

Mercia Moreira
PUC Minas Virtual
www.virtual.pucminas.br

Maria Auxiliadora Mattos Pimentel

Maria do Carmo Menicucci

Eduardo Duarte

Educação a distância nos sistemas educacionais
Educação Universitária

1. Resumo
Este trabalho relata um projeto na modalidade a distância que está sendo desenvolvido em parceria da PUC Minas Virtual com a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de Minas Gerais (APAEs). O objetivo dessa parceria é implementar uma proposta pedagógica para a formação de professores que atuam na área de Educação Especial Inclusiva. Essa proposta pedagógica está consubstanciada em um Curso de Especialização e outro de Atualização, direcionados a cerca de quatro mil profissionais que trabalham junto às APAEs do estado de Minas Gerais e em instituições a ela filiadas.
Os dois cursos, ministrados inteiramente pela Internet, com apoio de CD-ROM, vídeo e material impresso, demandaram a adoção de estratégias didático-pedagógicas bastante específicas, tendo em vista o universo de alunos a ser atendido e a sua heterogeneidade. Tais estratégias, ao lado de desenvolvimentos efetuados na plataforma tecnológica utilizada, têm contribuído para o sucesso do projeto, apesar das várias dificuldades existentes, entre as quais podemos destacar a inadequação dos recursos tecnológicos disponíveis em algumas localidades.

Palavras-chave:
Educação Especial – inclusão escolar – atendimento pedagógico – necessidades – concepções – ensino / aprendizagem –
deficiências – Especialização – Atualização – tecnológicas.

2. O Projeto

A PUC Minas Virtual, em parceria com a Federação das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais do Estado de Minas Gerais
(APAEs), está, no momento, ministrando um curso a distância de atualização e outro de especialização em Educação Especial Inclusiva, direcionados a cerca de quatro mil profissionais que trabalham junto às APAEs do estado de Minas Gerais e em instituições a elas filiadas. O objetivo dessa parceria é implementar uma proposta pedagógica para a formação de professores, reforçando, assim, o compromisso dessas Instituições com a construção de uma educação inclusiva em nosso país.

O Brasil tem mostrado avanços em termos de uma educação voltada para todos e para a inclusão social plena e efetiva de pessoas com necessidades especiais. Uma das principais mudanças ocorridas diz respeito à ampliação do conceito de deficiência, que passa a ser considerada, também, sob a perspectiva social. Nesse sentido é importante observar que a própria sociedade, em suas diferentes organizações, em muitos casos, cria barreiras à participação, em seus processos, das pessoas com deficiência, por não estar estruturada para atender às necessidades dessas pessoas.

Assumir, portanto, uma posição diante da educação inclusiva envolve não apenas uma reflexão sobre currículos e organização escolar. Implica, igualmente, uma revisão das bases de trabalho de todos os educadores dedicados à educação especial, oferecendo-lhes oportunidade de uma formação que os auxilie a reorientar seus papéis para atuar em um contexto inclusivo. Tal contexto exige mudanças, não só em conhecimentos e habilidades pedagógicas, mas também em atitudes e valores.

Como decorrência dessa posição diante do movimento da inclusão escolar, a Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais entrou em contato com a PUC Minas Virtual, para viabilizar a oferta e a realização desses cursos, acreditando que a formação dos professores é fator fundamental para se efetivar, na prática, uma educação, de fato, inclusiva. Essa Federação acredita que a Educação Inclusiva não se fará mediante a negação da escola especial, mas sim, mediante a reorganização e redefinição de seu papel, tornando-a parceira das escolas comuns no enfrentamento do desafio de construção de uma escola para todos.

A Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais foi fundada em 1991 e hoje congrega 378 (trezentas e setenta e oito) Unidades, com, aproximadamente, 350 (trezentas e cinqüenta) escolas em funcionamento, 28 (vinte e oito) Delegacias Regionais, distribuídas geograficamente por todo o Estado. O público-alvo das Escolas das APAEs é, prioritariamente, o aluno com deficiência mental. Também são atendidas pessoas com outras deficiências, que não encontram acolhida nas escolas de sua Região. A prestação de serviços oferecida pelas APAEs de Minas Gerais atinge a uma população de 65 (sessenta e cinco) mil pessoas atendidas diretamente, envolvendo, também, indiretamente, uma população aproximada de 200 (duzentas) mil pessoas entre familiares desses alunos, profissionais e voluntários.

Os professores que atuam nessas Escolas são, em sua maioria, profissionais de nível médio. Muitos deles não têm a formação especializada na área, que hoje é exigida pela Legislação vigente. Há, atualmente, 4.514 professores atuando junto às APAEs.

Considerando esses números e a sua distribuição pelo Estado, a opção pela Educação à Distância representou, desde o primeiro momento, uma decisão ousada da Federação, considerando que as APAEs, quase na sua maioria com pouca experiência no uso das ferramentas tecnológicas e escasso conhecimento de informática, encontram-se, ainda, precariamente equipadas com computador. Soma-se a isso a inexistência, em várias localidades, de acesso à Internet.

Já se reconhece, no momento, o acerto da decisão tomada, sendo que as APAEs vêm, gradativamente, superando as dificuldades iniciais, com o suporte permanente da PUC, o que permite atingir o objetivo inicial dos cursos em andamento: garantir a todos os profissionais, atuantes nas suas escolas, uma formação básica que lhes permita aperfeiçoar o atendimento pedagógico que oferecem a milhares de crianças e jovens com deficiência.

Os cursos de Atualização e de Especialização em Educação Especial Inclusiva têm como objetivos comuns:

• Formar profissionais que atuam nas escolas das APAEs de Minas Gerais, para ampliar suas competências pedagógicas, seja como professor de apoio complementar aos alunos matriculados em escolas comuns ou como professor de escola especial.
• Atualizar o conhecimento dos professores no que diz respeito às concepções atuais da educação especial, da inclusão escolar e de suas possibilidades educativas.
• Aprofundar a reflexão sobre a importância da qualidade das intervenções do professor em relação aos conteúdos a serem abordados, com vista ao atendimento das aprendizagens diferenciadas.
• Promover o estudo dos processos cognitivos e dos processos de aprendizagem, estabelecendo relações entre eles.

O curso de atualização, de 180 horas, tem um caráter formativo mais geral, para atender a todos os professores, graduados ou não graduados em curso superior.

O curso de especialização, de 360 horas, destinado aos professores com diploma de curso superior, é constituído de dois módulos de 180 horas cada: o primeiro, também de caráter formativo mais geral e o segundo, caracterizado por uma verticalização dos conteúdos estudados na primeira parte do curso.

2.1. Conteúdos dos cursos

2.1.1. Curso de Atualização:

O Curso de Atualização foi estruturado tendo como marco de referência uma concepção interacionista do conhecimento, ou seja, a aprendizagem decorre da relação entre sujeito e objeto e um ensino de qualidade tem que levar em consideração o sujeito em seu contexto.

Uma outra prioridade traz para a cena educacional, a questão do atendimento à diversidade e da inclusão. Agora se torna cada vez mais necessário um trabalho sem fronteiras entre os professores que estão nas escolas das APAEs e nas escolas comuns.

Para viabilizar essa interação, foi proposto um currículo que começa abordando a inclusão – em seus aspectos gerais ou específicos ligados às crianças com necessidades educacionais especiais. Uma primeira disciplina, “Perspectivas Atuais em Educação Especial: da Exclusão à Inclusão”, com uma carga horária de 20 horas, busca analisar a trajetória da educação especial, do paradigma do defeito ao paradigma do modelo social e o tratamento dado ás questões das necessidades especiais no contexto escolar até os dias atuais.

Uma vez colocada a questão central do curso, é necessário explicitar as diferentes perspectivas sobre o ato de conhecer, que sustentam as práticas escolares nas escolas especiais, distinguindo as visões empirista, racionalista e interacionista e suas implicações no processo de aprendizagem. A segunda disciplina “Processos de Aprendizagem escolar e suas relações com o desenvolvimento humano", tem uma carga horária de 30 horas.

Para instrumentalizar os professores no gerenciamento do seu trabalho pedagógico a terceira disciplina, “Organização da Prática Educativa: planejamento e avaliação”, com carga horária de 20 horas, discute o projeto curricular da escola, como instrumento de definição das respostas educativas, o planejamento escolar, as diferentes formas de se tratar os conteúdos em sala de aula e a avaliação.

A quarta disciplina, “Avaliação psicopedagógica e acompanhamento escolar: adaptações curriculares e Plano de Desenvolvimento Individual”, com 40 horas, orienta os professores para uma avaliação educacional psicopedagógica, dentro da escola, que possibilite as adaptações curriculares necessárias na sala de aula e forneça dados para o diagnóstico multidisciplinar, que dará origem ao relatório circunstanciado e ao Plano de Desenvolvimento Individual - PDI.

A última disciplina, “Possibilidades educativas para alunos com problemas de desenvolvimento”, tem 70 horas e contempla três aspectos muito importantes relacionados ao trabalho pedagógico com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais: a linguagem e alfabetização; os transtornos invasivos do desenvolvimento e a deficiência mental severa.

2.1.2. Curso de Especialização:

O curso de especialização busca, numa perspectiva de aprofundamento, conhecer as causas e o diagnóstico das deficiências, com vistas à efetuar a intervenção psico-pedagógica junto aos alunos com diferentes tipos de necessidades educacionais especiais. Ele inclui, no seu primeiro módulo, as mesmas disciplinas constantes do curso de Atualização e, no segundo, as disciplinas que seguem:

• Políticas Educacionais Inclusivas (20 horas)
• Necessidades educativas especiais do aluno com deficiência motora (20 horas)
• Necessidades educativas especiais do aluno com deficiência auditiva (20 horas)
• Necessidades educativas especiais do aluno com deficiência visual (20 horas)
• Necessidades educativas especiais do aluno com déficits intelectuais (20 horas)
• Tecnologias assistivas facilitadoras do processo de aprendizagem do aluno com necessidades especiais (20 horas)
• Diagnóstico Multidisciplinar (20 horas)
• Metodologia do Ensino Superior (20 horas)
• Organização da prática educativa: subsídios para elaboração de um Plano de Desenvolvimento Individual (20 horas)

Essas disciplinas totalizam 180 horas, que se somam às 180 horas do primeiro módulo.

2.2. Mídias e estratégias tecnológicas

Todas as atividades estão sendo realizadas pela Internet, no LearningSpace, a plataforma tecnológica utilizada pela PUC Minas Virtual. O referencial teórico das diversas disciplinas foi produzido pelos professores responsáveis por cada uma delas e encaminhado aos alunos pelo correio, juntamente com o CD-ROM contendo orientações para utilização do ambiente virtual e programas necessários para viabilizar a navegação do curso.

É preciso esclarecer aqui que, para evitar o congestionamento no sistema, os alunos foram divididos em quatro grandes grupos, de mil matriculados cada, A, B, C e D, os quais iniciaram suas atividades em datas distintas, de forma escalonada. Para efeito de tutoria, procedeu-se à formação de turmas de cem. Após a entrada do quarto grupo e término da primeira disciplina, houve uma avaliação de desempenho dos integrantes das turmas sob a responsabilidade dos tutores e decidiu-se pela formação de um quinto grupo, o grupo E, para o qual migraram os alunos que, por motivos variados, não haviam conseguido cumprir os prazos estabelecidos no cronograma geral do curso. Nesse grupo foram também matriculados alunos que haviam solicitado ingresso no curso fora das datas inicialmente propostas. Com essa estratégia, procurou-se oferecer uma nova oportunidade a todos, e minimizar os índices de retenção.

Ao iniciar o curso, todo aluno passou por uma etapa denominada “Capacitação Tecnológica”. Nessa etapa, assistido por monitores da PUC Minas Virtual, ele foi solicitado a simular todos os procedimentos que executaria no ambiente virtual. A equipe de suporte tecnológico ao aluno continua disponível durante todo o curso, prestando atendimento em três turnos diários. A tabela I abaixo, quantifica o acesso durante o período da capacitação tecnológica:

Tabela 1: Demonstrativo das simulações realizadas
durante a Capacitação Tecnológica, por tipo de interação.

Observação: as atividades avaliativas, com nota, foram todas do tipo “Questões abertas”. Conseqüentemente, de forma geral, os alunos não tiveram dificuldades em entrar nesse espaço virtual, pois 70% dos participantes acessaram esse ambiente na etapa da capacitação.

Coordenadores, professores e tutores também foram submetidos a um programa de capacitação para navegar no sistema. Contam, igualmente, com o suporte tecnológico de uma equipe específica, durante todo o curso.

A plataforma tecnológica foi, de uma certa forma “customizada” pela equipe de desenvolvimento da PUC Minas Virtual, como objetivo de torná-la mais amigável e de transformá-la em uma ferramenta capaz de operacionalizar a proposta didático-pedagógica dos cursos. Como exemplo, podemos citar o aperfeiçoamento de um ambiente no qual as tarefas são entregues para “revisão” antes da entrega definitiva, quando uma pontuação ou conceito lhe é então atribuído. A etapa da revisão é considerada fundamental pela equipe pedagógica da PUC Minas Virtual, pois permite a reescrita da produção do aluno, oferecendo-lhe a oportunidade de reformular conceitos ou mesmo alterar aspectos formais dessa produção, após um exame da mesma pelo professor. O ambiente virtual da “revisão” já existente, originalmente, na plataforma tecnológica foi aperfeiçoado de maneira a incluir:

• Datas, prazos e bloqueio de tarefas, extremamente importantes para o gerenciamento da etapa;
• Notificações automáticas a alunos, professores e tutores sobre o “status” da revisão (entregue, finalizada);
• Registro permanente das alterações feitas ou sugeridas pelo professor (o aluno não pode alterá-las no ambiente de “revisão”), para viabilizar o exame comparativo com a versão do texto entregue para avaliação final;
• Especificação dos responsáveis pelos procedimentos de revisão (professor, tutor ou ambos).

Da mesma forma, procurou-se dar à interação professor/tutor/aluno a característica de “processo”. Assim, o “Correio Acadêmico”, e-mail individual utilizado dentro do ambiente virtual para comunicação do aluno com professores, tutores e coordenadores, para esclarecimento de dúvidas, foi concebido de forma a manter o registro de quatro interações sucessivas entre dois interlocutores. Dessa forma, tem-se um “histórico” dessa comunicação, que permite ao professor/tutor ou mesmo o coordenador avançar nos esclarecimentos solicitados, ou avaliar se as dúvidas foram solucionadas. O “Correio acadêmico” e o mecanismo da revisão contribuem, significativamente, para a organização do “Portfólio” do aluno no curso.

A interação coletiva tem sido feita em grupos de cem, em um ambiente chamado “Fórum de Discussão”. Tais discussões são assistidas pelo tutor e consolidadas pelo professor da disciplina.

Finalmente, uma base de gerenciamento de informações torna possível a visualização de toda comunicação efetuada entre os participantes do curso e a equipe da PUC Minas Virtual, permitindo aos coordenadores controlar a qualidade do atendimento feito e detectar, rapidamente, problemas que demandem pronta intervenção dessa coordenação.

2.3. Sistema de Tutoria

Os tutores, num total de 36 (trinta e seis), cada um deles responsável por, em média, 100 alunos, foram selecionados e preparados para o desempenho de suas atividades

O processo de seleção levou em conta currículo, disponibilidade de horários, formação básica na área de conhecimentos do curso e competência tecnológica para o trabalho com o computador.

A preparação desses tutores teve início em outubro de 2003, durante uma semana, quando lhes foi apresentado o programa tiveram uma breve introdução às ferramentas tecnológicas com as quais iriam trabalhar.

Em janeiro do corrente ano, foi iniciada a preparação dos tutores para a sua função docente, a ser desempenhada na condução do processo ensino-aprendizagem. Essa preparação foi realizada mediante as seguintes estratégias:

• Informações sobre a organização das APAEs, sua missão, público-alvo, prestação de serviços, equipes de trabalho.
• Estudo e discussão dos conteúdos dos cursos, sistematizados no livro-texto do aluno, com os respectivos professores-autores, e que incluiu elaboração das possíveis e/ou desejáveis respostas às atividades de aprendizagem propostas. Essa estratégia viabilizou não apenas o esclarecimento de dúvidas como também ofereceu aos tutores uma excelente oportunidade para entenderem melhor as prováveis dificuldades dos seus futuros alunos.
• Orientação quanto à forma de interação desejável com os alunos.

No decorrer do curso, tem havido um acompanhamento intensivo do atendimento tutorial por parte da coordenação e do professor da disciplina que está sendo ofertada no momento. São realizadas reuniões semanais para debater dificuldades e definir formas de Superá-las

Os tutores foram distribuídos em três turnos de trabalho e elegeram um supervisor para cada turno. Esse supervisor coordena os trabalhos do seu grupo, constituindo o elo de ligação com a coordenação e com os tutores dos outros turnos. Os fatos relevantes do dia são registrados em um “Diário de bordo”, ao qual todos têm acesso, seja para realização desses registros ou para leitura. Quando necessário, professores e coordenadores utilizam o diário para fornecer orientações aos tutores.

2.4. Sistema de Avaliação

O sistema de avaliação é processual e formativo. Envolve um compromisso do professor em partilhar e discutir com os alunos o seu processo de aprendizagem. Demanda, igualmente, um acompanhamento cuidadoso do percurso do aluno, possibilitado pelos registros das interações no sistema. Tem um caráter predominantemente qualitativo, onde as atividades avaliadas podem corresponder àquilo que é esperado pelo professor, mas podem também estar além ou aquém do desejado. O retorno do tutor dá ao aluno uma idéia de como ele se encontra no processo avaliativo e, nesse sentido, a estratégia de revisão da atividade funciona como um importante momento de aprendizagem.

No caso do curso de atualização, todas as atividades avaliativas são realizadas na Internet. No caso da especialização, em conformidade com a lei, serão feitas avaliações presenciais, ao final de cada módulo, bem como será exigida a apresentação de um trabalho de conclusão do curso a ser avaliado por uma banca de professores. Essas avaliações serão realizadas em Belo Horizonte e no interior do estado, em locais a serem oportunamente divulgados.

2.5. Considerações Finais

O curso teve início em março do corrente ano e conta, atualmente, com 3634 alunos matriculados.

O elevado número de alunos e a especificidade da formação à distância, bastante nova para a maioria dos professores matriculados, têm trazido alguns problemas, entre as quais destacamos:

• Dificuldades de acesso por parte dos alunos: alguns se encontram em localidades onde não existem provedores de Internet ou onde o número de computadores é bastante restrito;
• Equipamento inadequado e pouco ou nenhum conhecimento de informática. Em alguns casos, a equipe tecnológica da PUC Minas Virtual tem orientado os alunos no uso do “mouse”;
• Dificuldades para operar com a tecnologia do sistema LS.

Interessante mencionar, também, algumas situações inusitadas que vêm ocorrendo e para as quais são geradas soluções bastante criativas. Confrontados com o roubo de uma antena parabólica (única da cidade de Manhumirim), os alunos dessa cidade contrataram um técnico em informática de uma cidade vizinha para digitar as atividades e enviá-las individualmente, utilizando o logon e a senha de cada aluno, à PUC Minas Virtual.

Em outras localidades, os alunos só podem ter acesso ao computador à noite, depois de encerrado todo o expediente da prefeitura. Numa outra cidade, um médico disponibilizou seu computador à noite, para os alunos, como forma de ajuda às APAEs. Em seu campus de Arcos, A PUC Minas colocou um laboratório de Informática e um técnico à disposição da APAE local.

Os resultados de desempenho obtidos até agora são parciais, uma vez que apenas duas (02) disciplinas foram finalizadas. Entretanto, mostraram-se extremamente satisfatórios, como demonstrado na tabela 2, abaixo:

Tabela 2: Demonstrativo de desempenho
nas atividades avaliativas de duas disciplinas já finalizadas.

Esses resultados, de uma certa forma, corroboram experiência anterior da PUC Minas Virtual na oferta de outros cursos: as dificuldades tecnológicas tendem a ser superadas quando se implementam projetos pedagógicos de qualidade, de conteúdos pertinentes e que agregam valor imediato ao exercício profissional e à carreira do aluno. O sucesso do programa deve ser igualmente atribuído à competência e ao compromisso da Federação das APAEs na administração conjunta do projeto com a PUC Minas Virtual. A grande capilaridade da federação e o contato permanente que mantém com as suas unidades têm permitido a pronta resolução de problemas administrativos e técnicos previsíveis em um projeto desse porte.