O MÉTODO PANTEON DE ANÁLISE DE CASOS HIPERTEXTUAIS

ABRIL/2004

 

Marcos Lima
Escola de Administração / UFBA
marcosclima@uol.com.br

 

TEMA: B. Planejamento, Elaboração e Avaliação de Materiais Didáticos para Educação a Distância
CATEGORIA:2. Educação Universitária

RESUMO:
Em meio à complexidade crescente que caracteriza o ambiente informacional da chamada “Sociedade do Conhecimento”, aumentam os desafios cognitivos impostos aos estudantes de administração em sua tarefa de analisar organizações, diagnosticar problemas e propor soluções. Este artigo discute como as Tecnologias de Informação e Comunicação, de maneira geral, e as Interfaces Hipertextuais (sobretudo aquelas baseadas em bancos de dados), de modo específico, podem contribuir para a minimização desse problema através de práticas de Interatividade Colaborativa e Flexibilidade Cognitiva, ambos conceitos de inspiração sócio-construtivista. É formulada a hipótese de que as características de armazenamento, processamento e distribuição informacional daquelas interfaces, quando aplicadas ao método de Estudos de Casos, privilegiam o exercício de competências críticas e criativas durante a análise organizacional para fins de ensino-aprendizagem ou planejamento estratégico empresarial. A partir de tal assunção, foi criado como projeto de doutoramento do autor o Panteon, uma ferramenta web de análise organizacional baseada em bancos de dados. Resultados preliminares com o esse método semi-presencial de ensino-aprendizagem indicam que ele pode, de fato, estimular os raciocínios crítico e criativo de gestores em formação enquanto oferece recursos de colaboração assíncrona indisponíveis no método tradicional de estudos de casos.

PALAVRAS-CHAVE:
Sócio-construtivismo, Interfaces Hipertextuais, Método de Estudos de Casos, Ensino de Administração


1 Introdução

Este artigo tem por objetivo descrever os processos assíncronos de análise organizacional colaborativa com a interface Panteon, criada como projeto de doutoramento do autor para aplicação em escolas superiores de administração. Esta primeira parte descreve sumariamente as referências teóricas que lastrearam o projeto (para um tratamento aprofundado de tais referências, vide Lima, 2001; Lima, 2003; Lima, 2003; Lima, Koehler e Spiro, 2004). Em seguida, é apresentado o protótipo da interface Panteon e como ele vem sendo usado em ambientes semi-presenciais de ensino-aprendizagem. Por fim, destacam-se resultados preliminarmente obtidos com a interface e as suas perspectivas de desenvolvimento.

O potencial inovador de manipulação simbólica das Interfaces Hipertextuais é o foco de um conjunto de princípios a que se convencionou chamar “Teoria da Flexibilidade Cognitiva” ou TFC. Em termos sintéticos, a TFC propõe o enriquecimento de processos de aprendizagem em estágios avançados, utilizando-se do caráter não-linear das interfaces para representar múltiplas perspectivas de problemas em contextos chamados de “domínios de conhecimento pouco estruturados”. (Lima, Spiro e Koehler, 2002). Segundo esses princípios, podem ser conceituados como pouco estruturados domínios de conhecimento que satisfaçam a duas condições:

a)         lidam com complexidade conceitual e prática (i.e., cada caso ou exemplo de aplicação de conhecimento tipicamente requer o envolvimento de estruturas conceituais múltiplas, de aplicação ampla e complexa — múltiplos esquemas, perspectivas, princípios organizacionais, etc.);

b)         apresentam variabilidade caso-a-caso, ou seja, o padrão de incidência dos conceitos e a interação conceitual variam substancialmente entre casos nominalmente tidos como do mesmo tipo, reduzindo a previsibilidade de resultados (Spiro et al., 1991). São exemplos de domínios de conhecimento pouco estruturados a Estratégia Militar, a Economia e a Política. Não o são campos como a Física Mecânica, Química Orgânica e a Matemática Elementar.

A partir desta definição, a TFC propõe que: a) em domínios pouco-estruturados, a complexidade e as grandes variações caso-a-caso representam um obstáculo à aquisição, por métodos tradicionais de ensino, de conhecimentos avançados; b) a supersimplificação típica de alguns métodos tradicionais de ensino impedem o aprendiz de entender a complexidade das situações-problema em tais domínios de conhecimento, dificultando a sua capacidade de transferir o conhecimento adquirido para novas situações; c) a aprendizagem baseada em casos analisados de múltiplas perspectivas favorece a aprendizagem nesses domínios e a sua aplicação em situações novas; d) para que os estudantes desenvolvam a Flexibilidade Cognitiva é preciso que os ambientes de comunicação e aprendizagem repliquem a complexidade situacional do objeto de estudo, permitindo a abordagem multidimensional a Estudos de Casos realistas; e) o computador, devido à sua flexibilidade de representações, é adequado à construção de tais ambientes de comunicação (Spiro et al, 1992:58-67).

A fim de compreender a complexidade do mundo real em tais domínios de conhecimento, advoga a TFC, aprendizes devem ser capazes de entender e reconciliar subjetivamente diferentes interpretações de uma mesma realidade. Em questões pouco-estruturadas, a natureza multi-facetada de uma situação-problema real apresentar-se-á somente através do uso de múltiplos esquemas, conceitos e perspectivas de análise, permitindo uma melhor avaliação do tomador de decisões (Jonassen et al. 1996:122). Por isso, os Estudos de Casos em formato hipertextual são particularmente adequados para promover este grau de dinamismo na representação de situações-problema em domínios de conhecimento pouco estruturados.

Na área de gestão, Estudos de Casos consistem em uma técnica de solução de problemas em que se descreve, detalhadamente, situações-problema de uma determinada organização, suscitando o uso de instrumentos de análise e diagnóstico que fundamentarão o exercício de tomada de decisão  (Carter, 2000; Oliveira, 2000; Naumes e Naumes, 1999). A forma mais tradicional de Estudos de Casos é conhecida como “Método Harvard” devido ao fato de aquela instituição de ensino ser a mais antiga usuária da técnica e a sua principal difusora.

Este trabalho se propõe a testar uma inovação no método Harvard, desenvolvendo uma interface hipertextual para Estudos de Casos de gestão com base nos princípios da Flexibilidade Cognitiva. A fim de estabelecer critérios de comparabilidade, serão adotados dois outros referenciais teóricos: as características sócio-construtivistas dos “Ambientes de Aprendizagem Significativa” (Jonassen, 1999:195), que aqui se convencionou chamar de “Interatividade Colaborativa”, e as competências inerentes ao modelo conhecido como “Raciocínio Integrado” (Jonassen 1996:28).

O termo “Interatividade Colaborativa” é cunhado aqui com o propósito de destacar dois elementos fundamentais do processo de diagnóstico de problemas organizacionais através do método de Estudos de Casos: a interação e a colaboração. Para os sócio-construtivistas, os ambientes de aprendizagem significativa são caracterizados pela interação ativa do sujeito cognoscente com o objeto de aprendizagem, interação essa que deve suscitar alguma forma de reflexão. As conclusões individuais de cada participante correspondem à uma estruturação mental própria do problema e das possíveis soluções. Tais estruturações mentais devem ser expostas aos demais participantes, buscando a produção de sínteses intersubjetivas. Finalmente, é preciso que todo este processo de interação, reflexão e colaboração se dê em um ambiente autêntico e relevante para os cognoscentes, de preferência emulando a complexidade das situações-problema com que eles se depararão fora do ambiente de ensino-aprendizagem. Portanto, para efeito deste trabalho, são interativamente colaborativos ambientes de análise organizacional que estimulem a interação de cada indivíduo envolvido com o objeto de estudo como base para análise e diagnóstico de situações reais, representadas de forma autêntica e complexa, e em que a colaboração entre os participantes seja tida como fundamental para a consolidação de estruturas conceituais e para a solução dos problemas apresentados.

Por serem interativamente colaborativos, os Estudos de Casos freqüentemente estimulam o desenvolvimento de competências críticas e criativas durante as análises organizacionais. Naumes e Naumes (1999:22-4) citam oito categorias de competências cognitivas exercitadas pela aplicação de Estudos de Casos em gestão: a) competências focais (definir problemas e estabelecer metas); b) competências de aglutinação informacional (observar e formular perguntas); c) competências mnemônicas (codificar e decodificar informações); d) competências organizacionais (comparar, classificar, ordenar, representar); e) competências analíticas (identificar atributos e componentes, identificar relações e padrões, identificar idéias principais e erros); f) competências generativas (inferir, predizer e elaborar); g) competências integradoras (sumarizar e reestruturar) e h) competências avaliativas (estabelecer critérios de verificação). 

O modelo de “Raciocínio Integrado” (Jonassen, 1996:28), utilizado como base para o desenvolvimento da metodologia Panteon, abarca as mesmas competências citadas por Naumes e Naumes. Desenvolvido originalmente pela Secretaria de Educação do Estado de Iowa, EUA, a representação integrada das relações entre os processos mentais de reorganização do conhecimento aceito (raciocínio crítico) e geração de novos conhecimentos (raciocínio criativo) tem o mérito de ser extremamente bem delimitado em termos dos elementos que compõem cada processo cognitivo.

 

2 Análise Organizacional Colaborativa com a Interface Panteon

Imagine-se uma interface hipertextual em que fosse possível armazenar as percepções de atores envolvidos em situações organizacionais típicas; imagine-se que as percepções de cada ator sobre um determinado número de situações pudessem ser representadas de forma não-linear, de acordo com as categorias de análise de um modelo tradicional qualquer; imagine-se um banco de dados repleto de tais percepções, navegável de acordo com diversos critérios de busca, que permitisse aos seus usuários “coletar” dentre a miríade de percepções dos muitos personagens aquelas que suas funções cognitivas julgassem ser as mais relevantes para o diagnóstico dos problemas apresentados e as que lhes parecessem melhor refletir as evidências objetivas disponíveis. Considere-se que cada um desses usuários pudesse chegar, com base na retrospectiva sistemática dos seus próprios comentários e percepções coletadas, a uma série de diagnósticos e propostas de ação pessoais sobre os problemas. Imagine-se, por fim, a riqueza do ambiente comunicacional  que se poderia criar ao serem confrontadas as disparidades de resultados do diagnóstico que cada usuário produziria ao percorrer o banco de dados, e que, no entanto, fosse possível se produzir um diagnóstico-síntese a  partir das múltiplas “experiências” desses usuários, e ainda, que fossem negociadas, dentre as disponíveis, as melhores propostas de planos de ação. E que o diagnóstico-síntese, por sua vez, fosse o ponto de partida para outros diagnósticos-síntese entre os representantes de vários grupos geografica e cronologicamente dispersos, e que esse processo de negociação pudesse prosseguir ad infinitum, tendo por base um modelo teórico comum ou múltiplos modelos teóricos.

A fim de compreender a viabilidade deste cenário em ambientes de ensino-aprendizagem de gestão, foi construída, testada e avaliada a interface “Panteon”, acrônimo de “Projeto Aplicado de Novas Tecnologias para Estudos de Casos Online”. Com ela é possível criar e diagnosticar Estudos de Casos. Os processos de criação e diagnóstico de casos para contextos educacionais e empresariais são muito semelhantes. Em termos sintéticos, a criação de um caso Panteon se dá pela definição de seis elementos: a) um texto introdutório em que é apresentado um pouco da história e do momento atual da empresa, de forma genérica; b) o modelo de análise, que consiste em especificar categorias analíticas e como elas se relacionam entre si; c) a estrutura organizacional, formada pelos departamentos, sub-departamentos e cargos ocupados pelos personagens da empresa estudada; d) as situações-problema, em que são descritos de forma objetiva os principais dilemas administrativos da empresa; a esses podem ser anexadas outras fontes de informação objetiva, como planilhas de custos, relatórios de vendas, etc. e) os personagens em si, atribuindo-lhes um nome, foto, cargo, departamento e sub-departamento conforme a estrutura recém-criada; f) as percepções que cada personagem tem sobre as várias situações-problema de acordo com cada uma ou várias das categorias de análise do modelo adotado. Criados esses elementos, a interface se incumbirá de articulá-los durante o processo de navegação e diagnóstico.

Um processo típico de diagnóstico no Panteon consiste de quatro etapas a serem percorridas pelo usuário: a) familiarizar-se com o texto introdutório, estrutura organizacional, perfil dos personagens e situações-problema; b) percorrer o banco de percepções de acordo com múltiplos critérios de busca (palavra-chave, cargo, departamento, situação-problema ou categoria de análise); c) “coletar” para o seu banco de dados pessoal  as percepções que acha mais relevantes dentre as resultantes de cada busca, e comentá-las livremente. Isto é feito ao clicar sobre a foto do personagem, o que também disponibiliza um espaço para comentários pessoais sobre a percepção coletada (após percorrer o banco utilizando-se de vários critérios, o usuário terá em seu banco pessoal um número de percepções associadas às várias situações-problema de acordo com múltiplas categorias de análise); d) com base na visualização retrospectiva de percepções coletadas e de seus comentários, o usuário deve produzir os diagnósticos e planos de ação.

A própria interface oferece os meios de resgatar percepções coletadas conforme o contexto do diagnóstico. Quando todos os usuários (duplas, trios ou indivíduos) concluem a entrada dos seus diagnósticos e planos de ação nos bancos de dados da interface, devem apresentá-los aos demais participantes e negociar uma solução-síntese que reflita o consenso do grupo acerca de quais interpretações são as mais bem fundamentadas e que planos têm mais chance de viabilizar-se. Esses procedimentos de diagnóstico serão detalhados a seguir.

devem receber, ainda, informações objetivas sobre as situações-problema e um texto introdutório sobre o contexto organizacional em que elas ocorrem. Esse informativo pode ser mesmo formatado no estilo Harvard de Estudos de Casos tradicionais, em que alguns poucos personagens principais são apresentados e tabelas explicativas ajudam a entender claramente as características fundamentais da empresa estudada.

Os estudantes devem também receber instruções detalhadas sobre o funcionamento da interface: como capturar percepções, como aproveitar as anotações digitais feitas durante o processo para facilitar a redação do diagnóstico final e plano de ação e como se darão as sucessivas rodadas de produção de sínteses coletivas. O papel do professor como facilitador desse processo inclui: a) treinar estudantes (uso da interface, uso de modelos de análise); b) discutir aspectos objetivos das situações-problema; c) estabelecer prazos para a navegação individual do caso e produção de diagnóstico e plano de ação individual; d) estabelecer prazos para as seções de negociação de diagnósticos e planos de ação em grupos de 3 a 5 estudantes (produção de diagnóstico-síntese parcial); e) moderar apresentações de diagnósticos-síntese parciais e produção do diagnóstico-síntese final. Antes de detalhar como podem ser operacionalizadas as sucessivas rodadas de negociação de percepções, contudo, cabe detalhar as quatro etapas fundamentais do fluxo de diagnóstico.

ele é apresentado ao texto introdutório com uma síntese dos dilemas aparentes e é convidado a explorar a caracterização dos personagens, as situações-problema, a configuração hierárquico-estrutural da empresa e a apresentação do modelo de análise, com descrição de cada categoria analítica.

Na caracterização dos personagens (obtida ao clicar sobre o ícone branco com uma figura humana), o usuário pode ver uma lista com a foto de cada ator organizacional, seu cargo, departamento e sub-departamento a que está filiado e seu perfil psicológico ou funcional. O ícone com uma pergunta e uma exclamação o levará a uma descrição das situações-problema, incluindo quaisquer anexos eletrônicos (planilhas ou documentos textuais) que sirvam de suporte à tomada de decisão. A imagem do organograma mostra menus do tipo pull down em que o usuário pode se familiarizar com todos os cargos, departamentos e sub-departamentos cadastrados pelo autor. Por fim, o quarto ícone, semelhante a uma folha de papel escrita, leva o usuário a uma apresentação de slides sobre a aplicação do modelo de análise e uma descrição das suas categorias analíticas. A Figura 2 mostra uma sobreposição dessas quatro telas, com o ícone que as ativa destacado no canto superior esquerdo de cada ambiente. É válido notar que qualquer um dos ambientes pode ser revisitado a qualquer momento durante o transcurso do diagnóstico, bastando para tanto clicar em um dos cinco ícones referidos.

ao identificar um clique sobre o ícone, o Panteon copia para o banco de dados pessoal do usuário a percepção selecionada e todos os dados associados (personagem que a emitiu, posição hierárquica, situação problema associada, categoria de análise, etc.), conforme seta indicativa na Figura 4.

Na sub-interface chamada “PantPad”, o usuário poderá digitar comentários individuais para cada percepção capturada. Tais percepções e anotações subsidiarão o seu diagnóstico final mais adiante. Os comentários podem conter desde pré-diagnósticos, suspeitas e hipóteses até refutações de plausibilidade. No exemplo da figura, a usuária Ana Luiza acabou de capturar e comentar uma percepção da personagem Adelaide Martins (chefe de produção). A grande seta dobrada indica o movimento de captura da percepção, que é levada automaticamente para o “PantPad” quando se clica sobre o bloco de notas sob a imagem da personagem, no ambiente “Sala de Pesquisa”.

Figura 4.  Captura de percepções e digitação de comentários pessoais durante diagnóstico com o Panteon

 

Perspectivas de Desenvolvimento

O Panteon já foi aplicado com sucesso em duas turmas de graduação e cinco turmas de pós-graduação em administração. Grupos focais com os partícipes indicaram que, assim como ocorre em Estudos de Casos tradicionais, o método hipertextual demonstra um alto potencial de envolvimento dos alunos em contextos de interação, reflexão e colaboração, além de estimular os raciocínios crítico e criativo conforme o modelo de Raciocínio Integrado. Ao contrário do método Harvard, porém, o fato de estar baseada em tecnologia web confere à interface Panteon a flexibilidade da colaboração assíncrona: estudantes em diferentes lugares e em diferentes momentos podem trabalhar no mesmo caso.

Conquanto isso flexibilize as opções de trabalho dos partícipes, esse não é ainda um método de educação à distância pleno porque não prescinde da interação face a face para a fase produção intersubjetiva de uma síntese coletiva. Essa ainda é, aliás, a etapa mais rica de todo o processo; longe dos terminais de computadores, é na interação presencial que os estudantes irão compreender os limites das suas estratégias de busca, descobrir contradições não detectadas e complementaridades inusitadas na sua forma de apreender o problema.

Com largura de banda suficiente para embutir sistemas de vídeo-conferência entre os partícipes talvez se pudesse obter os mesmos benefícios à distância. O protótipo da interface não dispõe de tais mecanismos. Ainda que esse fosse o caso, contudo, é sabido que as tecnologias de transmissão de vídeo entre múltiplos usuários está ainda longe de substituir o encontro intersubjetivo presencial.

Espera-se ter uma versão comercial da interface Panteon nos próximos dois anos. Estão sendo buscados patrocínios de entidades de fomento à pesquisa, assim como o apoio de órgãos de articulação interinstitucional do setor de ensino de gestão. Nesse entretempo, já se produziu uma versão em inglês do protótipo e iniciou-se um processo de negociação para aplicar o método em instituições fora do País. Nesse sentido, o fato de se tratar de uma tecnologia web facilita particularmente a sua difusão e experimentação nos mais diversos contextos institucionais. Espera-se com isso, poder construir a médio prazo um banco de casos criados por alunos de gestão das mais diversas regiões do mundo e que, assim, a relevância do instrumento cresça com o seu conteúdo.

 


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