A COORDENAÇÃO DE ORIENTAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ENSINO A DISTÂNCIA DA UFSC


Fernanda Barbosa Ferrari, M. Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Laboratório de Ensino a Distância
e-mail: oriente@led.ufsc.br

José Lucas Pedreira Bueno, M. Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Laboratório de Ensino a Distância
e-mail: lucas@led.ufsc.br

Édis Mafra Lapolli, Dra.
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Laboratório de Ensino a Distância
e-mail: oriente@led.ufsc.br

(Texto original com imagens: clique aqui)


RESUMO

Como manifestação de uma nova fase da educação surgiram as tecnologias de Educação a Distância - EAD, uma inovação na área educacional, que visa ampliar o acesso ao conhecimento, colocando a educação ao alcance de todos. Neste contexto, encontra-se o exemplo do Laboratório de Ensino a Distância - LED - da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC. O LED utiliza a EAD em seus cursos de pós-graduação com o intuito de incentivar o aprendizado autônomo. Assim, torna-se importante a escolha da metodologia de ensino-aprendizagem adequada, com meios para produzir um aprendizado efetivo. Isto inclui desde o conteúdo do curso até decisões sobre suporte ao aluno. No caso do LED, professores e alunos possuem acompanhamento para o desempenho de suas atividades durante todo curso. Sendo estes cursos divididos em duas fases distintas: fase de créditos e fase de dissertação, para cada uma delas dispõe-se de atendimento específico. Quando os alunos se encontram em fase de elaboração da dissertação, são auxiliados pela Cordenação de Orientação, que apóia os alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da dissertação, com o objetivo de monitorar o andamento da mesma. Este artigo tem a finalidade de apresentar o trabalho desenvolvido pela Coordenação de Orientação do LED, bem como sua contribuição dentro deste modelo pedagógico.

PALAVRAS-CHAVE

Educação a Distância, Suporte ao Aluno, Orientação.


1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A inserção no mundo dinâmico das tecnologias de comunicação e informação exige atenção constante das Instituições de Ensino Superior. Neste mundo dinâmico, a atual estratégia utilizada para alcançar alunos geograficamente distantes é a Educação a Distância - EAD. Para tanto, o Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção - PPGEP, por meio do Laboratório de Ensino a Distância - LED, oferece cursos de doutorado, mestrado, especialização e extensão, empregando recursos como videoconferência, Internet, vídeo e CD-ROM, além de encontros presenciais.

A criação do LED tem o intuito de suprir a crescente necessidade de formação e qualificação profissional no cenário nacional. Sua principal contribuição está em tornar a educação acessível a todos, independentemente da localização geográfica. Deste modo, as barreiras advindas da distância e do tempo podem ser quebradas, capacitando-se um número cada vez maior de alunos, que antes não teria oportunidade de investir em sua formação profissional. Estes alunos são profissionais de diversas áreas, tais como professores dos diversos níveis de ensino e executivos de grandes empresas.

O LED trabalha no planejamento, formatação e implementação de cursos a distância, bem como no uso de tecnologias para a EAD. O trabalho de equipes multidisciplinares de especialistas em EAD atua de forma integrada com professores doutores e/ou mestres em diversos segmentos, permitindo a organização de cursos em várias áreas do conhecimento.

O LED conta com parceiros do setor produtivo, órgãos governamentais e Instituições de Ensino Superior. As empresas que adotam cursos do LED são consideradas parceiras, bem como as Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, nacionais e internacionais, que são consorciadas e ligadas ao LED, por convênios de cooperação, firmados diretamente com a Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.

Todos os cursos desenvolvidos pelo LED são padronizados. A modelagem pedagógica de cada curso é desenvolvida a partir da avaliação prévia das necessidades do parceiro: seus objetivos, sua infra-estrutura tecnológica, seu público alvo. Os cursos e produtos educacionais do LED pretendem atender uma demanda preestabelecida de parceiros corporativos (empresas, universidades, órgãos governamentais).

2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS E FUNDAMENTOS

O processo de educação está intimamente ligado às transformações científicas e tecnológicas pelas quais o mundo está passando. Os avanços tecnológicos e o surgimento de novos paradigmas são fundamentais para viabilizar o desenvolvimento de qualquer sociedade. Estas mudanças são dinâmicas e constantemente provocadas pelo próprio homem, mas nem sempre elas são bem aceitas quando propostas pela primeira vez (Santos, 1999).

Assim, torna-se cada vez mais necessário que as idéias antigas sejam deixadas de lado para que se possa então buscar o novo, a inovação. É necessário aperfeiçoar as tendências pedagógicas existentes e procurar novos caminhos para a aprendizagem.

Observa-se hoje, que os educadores envolvidos na busca de novos caminhos e formas de aprendizagem, consideram de menor valor as informações frias e descontextualizadas e de maior o conhecimento construído, experimentado, compartilhado (Schneider, 1999).

Neste contexto surgiram as primeiras propostas de EAD, com a finalidade de democratizar o acesso ao ensino. Reforça-se, pois a necessidade de a partir dos processos educacionais já construídos, romper as barreiras do individual para compartilhar saberes e experiências, e principalmente, trabalhar conhecimentos contextualizados, ligados à realidade e aos anseios dos alunos.

Uma nova postura foi imposta diante de todas essas transformações e assim, importa agora refletir como trabalhar a construção do conhecimento e não uma mera transmissão do conhecimento. No quadro a seguir apresenta-se o formato da educação antes e depois do aparecimento das novas tecnologias.

Quadro 2.1: Propósitos da educação tradicional e da educação com as novas tecnologias
Na educação tradicionalCom as novas tecnologias
ProfessorEspecialistaFacilitador
AlunoReceptor passivoColaborador ativo
Ênfase educacionalMemorização de fatosPensamento crítico
Avaliação Do que foi retidoDa interpretação
Método de ensinoRepetiçãoInteração
Acesso ao conhecimentoLimitado ao conteúdoSem limites
Fonte: Revista Nova Escola.


Segundo Lezana (1999), o uso de tecnologias para a EAD envolve, além da tecnologia em si, vários agentes: cliente/usuário, certificador, provedor de ensino a distância, conteudistas, tutores, parceiros logísticos, etc. Esses agentes estarão envolvidos em todo o processo de estruturação da EAD, que compreende uma série de etapas, que vão desde a concepção inicial de um produto até sua transformação em um efetivo serviço educacional.

O termo "Educação a Distância" tem sido historicamente utilizado para descrever o processo de desenvolvimento de cursos, de vários níveis, para atender às necessidades daqueles alunos que estão distantes de centros de cursos especializados ou dos campi das universidades tradicionais (Farrel, 2001).

Conforme Moran (1998), EAD é o processo de aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados fisicamente e temporalmente, mas podem estar conectados e interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.

Para Aretio (1994), a EAD é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível.

Bueno (2001) afirma que os caminhos que vêm sendo seguidos pela universidade, principalmente no tocante ao uso de tecnologias educacionais digitais, estão conduzindo professores e alunos a manterem novos tipos de relacionamentos, diante do processo de ensino-aprendizagem ou de construção de conhecimento em geral. Assim, a educação oferecida, por estas vias, está se disseminando e atingindo seus participantes em âmbito mundial, sendo este o atual papel da EAD.

3. O LABORATÓRIO DE ENSINO A DISTÂNCIA DA UFSC

A UFSC encontra-se distante de pólos industriais e de serviços, que se constituem no principal foco de atuação da Engenharia de Produção. O PPGEP, ciente das demandas deste setor, juntamente com a sua distância física dos pólos produtivos, vislumbrou a EAD como uma forma de aproximar os centros de excelência educacional e industrial. Neste contexto, está inserido o LED que foi criado em 1995 e está vinculado ao PPGEP da UFSC. O LED viabiliza cursos de pós-graduação e cursos de extensão em áreas da Engenharia de Produção e afins.

Barcia (1998) ao descrever a experiência da UFSC na implantação de EAD discorre: "incorporamos, em paralelo a um processo de capacitação tecnológica, um esforço de inovação pedagógica, visando uma apropriação crítica das experiências anteriores em EAD no Brasil, e a evolução pela incorporação de processos de mediação à distância sob a forma de monitorias off line e on line, com o apoio de sistemas de retroalimentação a partir de avaliações diagnósticas de dificuldades de aprendizagem por parte dos alunos ou de inadequações de conteúdos, materiais instrucionais e de metodologias adotadas ao longo dos cursos".

Com o desenvolvimento de tecnologias interativas, que possibilitam contato em tempo real entre locais separados geograficamente, começam a surgir as chamadas classes virtuais. Dentre as principais características destas novas salas de aula, pode-se citar a possibilidade de contato entre alunos de diferentes regiões, que podem colaborar com uma quantidade maior de informações, além de permitir o acesso a um quadro bastante extenso de professores, numa dimensão impossível para uma única instituição educacional local (Cruz e Moraes, 2001).

Em poucos anos, computadores e telecomunicações de alta performance serão utilizados como material didático. Do mesmo modo, comunidades virtuais e ambientes artificiais compartilhados farão parte da rotina como telefone, televisão, rádio e jornais são hoje. Por esta razão, as experiências de aprendizagem a distância serão vistas como vitais para todos os alunos mesmo quando o conteúdo puder ser ensinado presencialmente. Assim, todo o ato de ensinar terá atributos da EAD (Cruz e Moraes, 2001).

O LED, "ao invés de ter como uma das características básicas a separação clássica professor/aluno, representada pela aprendizagem baseada apenas em materiais didáticos, tem como característica o uso de mídias interativas em ambientes dinâmicos para o ensino-aprendizagem: tecnologias eletrônicas de comunicação e informação sendo utilizadas para privilegiar a aproximação entre professores e alunos em atividades como aulas, orientações, avaliações, seminários e ciclos de integração de conhecimento, eliminando qualquer barreira de territorialidade" (Vianney et al, 1997).

Sendo assim, pode-se afirmar que a EAD é uma escolha adequada, um recurso didático que utiliza meios de interação que não a sala de aula física e o quadro negro e que é, sobretudo, o equilíbrio entre conteúdo/material, professor/facilitador e tecnologia.

4. A COORDENAÇÃO DE ORIENTAÇÃO DO LED

Através de mecanismos de suporte permanente, professores e alunos possuem acompanhamento para o desempenho de suas atividades durante todo curso. Sendo estes cursos divididos em duas fases distintas: fase de créditos e fase de dissertação, para cada uma delas o aluno conta com atendimento específico.

Neste modelo inclui-se um grupo de monitores, que prestam assistência ao aluno durante toda a realização do curso, desde a aula inaugural até a defesa de seu trabalho final. Dentro do conceito de mídias integradas para a EAD, as atividades de monitoria ocorrem por intermédio de orientação presencial, redes de videoconferência e de ambientes virtuais de aprendizagem baseados na Internet.

Porém, quando os alunos se encontram em fase de elaboração da dissertação, além do grupo de monitores, o aluno conta com a Coordenação de Orientação, que foi criada em maio de 2000. Esta coordenação presta apoio aos alunos no que diz respeito ao desenvolvimento da dissertação, com o objetivo de monitorar o andamento da mesma.

Todas as atividades relacionadas ao processo de orientação são coordenadas e acompanhadas pelo Coordenador de Orientação, que é um professor/pesquisador da UFSC, com reconhecida experiência em pesquisas e orientações. A Coordenação de Orientação monitora o desenvolvimento das dissertações/teses através do contato sistemático com todos os alunos e seus respectivos orientadores. Qualquer não conformidade no processo de orientação é detectada e acompanhada pela Coordenação de Orientação, de forma que a situação seja resolvida adequadamente tanto para o aluno quanto para o orientador.

A Coordenação de Orientação possui uma equipe de assistentes de orientação, denominada "Equipe Oriente". A Equipe Oriente opera de forma similar a uma central de atendimentos; ela está à disposição dos alunos para o esclarecimento de questões administrativas relacionadas aos trabalhos finais.

Caso, eventualmente, os alunos tiverem alguma observação acerca do relacionamento com o seu orientador, a Equipe Oriente a registra e a Coordenação de Orientação realiza os encaminhamentos necessários com o orientador e com o aluno. O contato dos alunos com a Equipe Oriente pode ser realizado presencialmente, nos Workshops e Seminários de Orientação, ou através de telefone, e-mail e fax.

As atividades da Coordenação de Orientação estão organizadas conforme descrição a seguir:

a) fase de créditos

Disciplina de Metodologia de Pesquisa e Elaboração de Dissertação - essa disciplina pode ser oferecida via videoconferência ou Internet.

Workshop Presencial - realizado ao final do período de créditos, em Florianópolis. O principal objetivo do Workshop é proporcionar a primeira reunião de encaminhamento da dissertação entre aluno e orientador. Aproveita-se neste momento para tirar todas as dúvidas do aluno e combinar como será o contato entre ele e seu orientador, na seqüência do processo. O Coordenador Acadêmico do curso passa dicas de como estruturar a dissertação e a Coordenação de Orientação apresenta a metodologia a ser utilizada nos encontros subseqüentes. Neste momento, também é ministrada a palestra "Biblioteca Universitária: Produtos e Serviços", onde o aluno tem acesso às informações necessárias para utilizar a Biblioteca Universitária da UFSC, bem como suas bases de dados disponíveis.

b) fase de dissertação/tese

Reuniões por videoconferência - as seções de orientação podem ser agendadas pelo orientador ou pelo aluno de acordo com suas necessidades, ou seja, são realizadas com a freqüência necessária para alcançar o bom andamento dos trabalhos. Nestes encontros o aluno recebe orientação individual.

Seminários de Orientação - são reuniões sistemáticas para dar encaminhamento aos trabalhos finais, que ocorrem depois da finalização dos créditos e que têm como objetivo ajudar no acompanhamento da elaboração da dissertação, bem como cuidar para que os prazos sejam seguidos. São quatro seminários de orientação com datas preestabelecidas. Em função das especificidades dos cursos, os seminários podem ter formatações variadas, podendo ser presenciais ou presenciais virtuais. Os encontros são estruturados da seguinte forma: no 1º momento - Palestra com a Coordenação de Orientação para todos os alunos; no 2º momento - atendimento por grupos de alunos divididos de acordo com o orientador, ou seja, formam-se grupos de alunos que possuem o mesmo orientador, a fim de que o trabalho da Coordenação de Orientação seja otimizado. Nestes seminários, gera-se um documento denominado "Diário de Bordo", onde constam todas as informações recebidas acerca do trabalho desenvolvido por cada aluno, assim faz-se um monitoramento do desenvolvimento das dissertações. As informações contidas neste documento são consideradas confidenciais e só são repassadas aos respectivos orientadores, esperando-se que haja um feedback a respeito do seu trabalho de orientação. Desta forma, quando existem falhas no processo de orientação, consegue-se detectar e sanar estas deficiências.

5. O MODELO PEDAGÓGICO DO LED

O modelo de EAD desenvolvido e utilizado pelo LED vai além dos conceitos estudados de EAD. O LED utiliza a tecnologia da videoconferência, que é interativa e através da qual efetiva-se o diálogo imediato, com áudio e vídeo em tempo real, entre alunos e professores. Esta característica confere a característica da telepresença, que é um fenômeno real no qual os professores e alunos têm a sensação de estarem efetivamente presentes em um mesmo espaço, pertencente a um único grupo interativo.

Para Rodrigues (1998) a interação que acontece entre aluno e professor está baseada no papel do instrutor, que é de dirigir o fluxo da informação para o aluno, fundamentado em dois aspectos gerais. O primeiro aspecto é a capacidade de estimular e motivar o aluno, manter seu interesse, dar apoio e encorajá-lo no processo de aprendizagem. O segundo é o papel que o professor representa na hora de organizar os conteúdos e de providenciar o máximo de oportunidades de aprendizado ao aluno.

Ainda segundo a mesma autora, as interações aluno/aluno acontecem de duas maneiras: a primeira são contatos superficiais de caráter social, após o contato social ampliam-se as possibilidades de contatos com caráter educativo, com trabalhos em grupo, solução de problemas e discussões de cases. Estas interações quando bem projetadas oferecem a oportunidade para os alunos expandirem e aplicarem o conhecimento do conteúdo estudado.

Assim, para que estas interações sejam estendidas até o período de elaboração da dissertação, o trabalho desenvolvido pela Coordenação de Orientação do LED sugere a formação de três pilares, que servem de sustentação à sua proposta de modelo pedagógico. Estes pilares fundamentam-se nas interações humanas necessárias para o bom andamento do trabalho de orientação. A seguir apresentam-se os pilares de sustentação do modelo pedagógico utilizado pela Coordenação de Orientação do LED.

Pilar Filosófico: está fundamentado na abordagem científica com base filosófica, sendo representado na Metodologia da Pesquisa Científica empregada no modelo de orientação do LED.

Pilar Pedagógico: pode ser verificado na relação orientador/aluno, pois depende do orientador, da forma como ele orienta. A Coordenação de Orientação apenas auxilia esta orientação no que diz respeito ao seu andamento.

Pilar Psicológico: através da motivação e observação comportamental. Nos encontros presenciais - Workshops e Seminários de Orientação - é dado apoio emocional contra stress, cansaço, etc.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento profissional do professor é uma das principais ações estratégicas para melhoria da qualidade do ensino. Inclui-se aí a formação, a capacitação docente e uma carreira que valorize o aperfeiçoamento e avalie o desempenho profissional.

Para tanto, a construção de um novo perfil de professor, que trabalhe em cursos de formação pautados na visão crítica da realidade, no saber pensar, na criatividade e na produção própria do conhecimento constitui uma imposição da modernidade e vem sendo considerada como meio de garantir um ensino de qualidade.

A tecnologia tem demonstrado que existem aspectos positivos que influem no processo de ensino-aprendizagem. A própria tecnologia é um processo em constante evolução e que precisa se tornar parte efetiva do ambiente educacional. Ensinar e aprender a distância são atividades que demandam dedicação e responsabilidade e isto se torna um desafio tanto para o professor quanto para o aluno.

Com o advento da EAD, formou-se novos papéis para professores e alunos, a saber:

· Alunos - iniciativa, motivação, disciplina;

· Professores - consultor, colaborador, facilitador.

Quanto à EAD, não se deve entendê-la como um processo diferenciado de educação. Assim, a EAD configura-se como uma modalidade que, hoje, ainda apresenta maneiras próprias de execução, porém obedece à concepção geral de educação, que se transforma à medida que se modifica a visão humana do mundo.

Assim, o processo educacional necessita estruturar-se não só para atender a uma demanda cada vez maior, mas também atender às novas necessidades do aluno e ao novo perfil do professor com mudanças no ambiente educacional, maior agilidade no trato da informação, disponibilizar currículos mais flexíveis, o que exigirá esforço e trabalho das pessoas e instituições que utilizam a EAD.

Acerca do modelo pedagógico desenvolvido pelo LED, pode-se enumerar algumas vantagens trazidas pela utilização da EAD em seus cursos de pós-graduação:

Flexibilidade - o aluno tem acesso aos conteúdos no tempo e local escolhidos por ele mesmo, podendo organizar seus estudos de acordo com seu ritmo;

Interatividade - acontece através dos ambientes virtuais de aprendizagem - via Internet - e das aulas por videoconferência, pois estes recursos alcançam muitas pessoas em diferentes locais, simultaneamente;

Economia - a EAD traz como conseqüência a economia de tempo e dinheiro;

Motivação - através do contato mantido em salas de bate-papo, grupos de discussão e nos Workshops e Seminários de Orientação, presencialmente;

Auto-aprendizagem - reconhece-se a capacidade do aluno de construir seu conhecimento por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e reflexões, ou seja, o aluno estuda e aprende sozinho, pois o professor não é mais o centro do processo de ensino-aprendizagem.

No modelo pedagógico utilizado pelo LED estão representadas todas essas características. A Coordenação de Orientação do LED trabalha principalmente com o aspecto da motivação, pois é através da observação comportamental realizada no Workshop Presencial e nos Seminários de Orientação promovidos por esta coordenação, que os alunos têm a oportunidade de interagir entre si e com os professores (orientadores e coordenador de orientação), criando um clima de motivação e obtendo apoio emocional necessário para a conclusão de seu trabalho.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARETIO, L. G. Educación a distancia hoy. Universidad Nacional de Educación a Distancia. Madri, 1994.

BARCIA, R. M.; VIANNEY, J. et al. Pós-graduação a Distância: a construção de um modelo brasileiro. s.n.t. (mimeo), 1998.

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CRUZ, D. M.; MORAES, M. Tecnologias de Comunicação e Informação para o Ensino a Distância na Integração Universidade Empresa. Disponível em: . Acesso em: 16 out. 2001.

FARREL, G. Development of Virtual Higher Education in Canada. In: Encuentro Internacional sobre Educación Superior Virtual e Interactiva, 14 a 16 de março de 2001, Monterrey, México. Anais del Encuentro Internacional sobre Educación Superior Virtual e Interactiva. Monterrey: México, 2001. p.15-22.

LEZANA, A. G. R. A educação tecnológica e a tecnologia na educação. In: LINSINGEN, Irlan von et al. Formação do Engenheiro: desafios da atuação docente, tendências curriculares e questões contemporâneas da educação tecnológica. Cap.4, p.197-205. 230 p., 1999.

MORAN, J. M. Mudanças na comunicação pessoal. São Paulo: Paulinas, 1998.

RODRIGUES, R. Modelo de Avaliação para Cursos no Ensino a Distância: estrutura, aplicação e avaliação. 1998. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.

SANTOS, C. A. S. Educação a distância: abordagem metodológica para avaliação do uso pedagógico das linguagens e tecnologias envolvidas. Dissertação PPGEP. UFSC: Florianópolis, 1999.

SCHNEIDER, M. C. K. Educação a distância: desafios para a interação na sala de aula virtual pautados na transposição da tecnologia nos projetos de videoconferência. Dissertação PPGEP. UFSC: Florianópolis, 1999.

VIANNEY, J.; RODRIGUES, R. S. Cultura e Tecnologia em Educação a Distância. In: Jornada de Educação a Distância do Mercosul. Consórcio, Rede de Educação a Distância - Regional Cone Sul/INTA/AR e Regional Brasil/UFRJ. Florianópolis, 1997.