PLANEJANDO ATIVIDADES À DISTÂNCIA
 EM CURSOS PRESENCIAIS DO ENSINO SUPERIOR

 

Ricardo Carvalho Rodrigues
Faculdade Sumaré

rieli@rieli.com

 

(Texto original com imagens: clique aqui)

Apresentação de um modelo de planejamento de atividades não presenciais em cursos presenciais do ensino superior, considerando a utilização da portaria 2.253 de 18 de outubro de 2001, que possibilita a transformação de até 20% da carga horária presencial na modalidade à distância. O planejamento leva em consideração uma abordagem humanista ao processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: educação a distância; ensino superior, planejamento, plano de ensino, abordagem humanista.

 

1.      Contextualizando o tema

a.     Cenário no Brasil: o aspecto legal

b.     Educação a Distância: a abordagem pedagógica

2.      Apresentação de um modelo de planejamento

3.      Bibliografia

 

1.      Contextualizando o tema.

 

a.        Cenário no Brasil: o aspecto legal

 

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei n.o 9.394 de 20 de dezembro de 1996, estabelece as bases legais da educação a distância no Brasil. Em seu artigo 80 atribui ao Poder Público a incumbência de incentivar o desenvolvimento e promover a veiculação de programas de ensino a distância.

 

Posteriormente, o Decreto 2.494 de 10 de fevereiro de 1998 regulamenta a modalidade de educação a distância quanto ao conceito desta forma de ensinar e orienta quanto aos critérios de credenciamento das instituições interessadas em empregar esta modalidade, quanto a avaliação e certificação de programas a distância e até mesmo quanto a definição do órgão público responsável pela gerência dos credenciamentos das Instituições de Ensino - o Ministério da Educação e do Desporto.

 

Complementando as publicações citadas acima, a Portaria 301 de 7 de abril de 1998 normatiza os procedimentos necessários para o credenciamento de instituições de cursos de graduação a distância e outros mais.

 

Outros decretos, portarias e até resoluções do Conselho Nacional de Educação tratam desta modalidade de educação. No âmbito federal, a legislação até o momento tratava especificamente da modalidade de educação a distância, não contemplando a possibilidade de uso desta modalidade de forma semi-presencial.

 

Em 18 de outubro de 2001, o Ministério da Educação publicou a portaria 2.253 que regulamenta a possibilidade da flexibilização do currículo das instituições de ensino superior do sistema federal de ensino credenciadas para atuar no ensino presencial. As instituições mencionadas poderão introduzir em seus currículos métodos não presenciais, não ultrapassando 20% da carga horária total. Para essa flexibilização, as adaptações deverão ser feitas no projeto pedagógico do curso e em alguns casos aprovadas pela SESu – Secretaria de Educação Superior.

 

Ainda são poucas as instituições qualificadas e credenciadas pelos órgãos responsáveis para oferecer cursos de graduação a distância. Agora, com a possibilidade da inclusão de modalidade não presenciais no ensino superior presencial, são necessários estudos que colaborem no desenvolvimento de referenciais para os grupos responsáveis pelo planejamento e realização dessas alterações.

 

b.       Educação a Distância: a abordagem pedagógica

 

Quando se trata de desenvolver processos de ensino-aprendizagem,  o primeiro passo é o desenvolvimento de um do plano de ensino ou plano de trabalho do educador. Um dos quesitos desse plano de ensino é: qual abordagem pedagógica pretende-se trabalhar? Qual o papel do educador e do educando no processo previsto? O que se propõe por ensino-aprendizagem nesse processo? Enfim, o que se entende por educação para criarmos os fundamentos desse planejamento?

 

Cada resposta das perguntas acima é uma série de pesquisas a serem feitas, mas para continuar a construção deste texto, necessitamos também de uma linha lógica. Algumas pistas podem colaborar na compreensão do que entendemos por educação e ensino-aprendizagem.

 

Freire, cuja base pedagógica é o diálogo, ancora essa dialogicidade  no tripé educador–educando–objeto do conhecimento. O diálogo entre estes três personagens começa já no desenvolvimento de um programa, no planejamento. É necessária a pesquisa do universo vocabular, das condições de vida do educando e do próprio educador, para aproximar o educador-educando-objeto do conhecimento de uma forma democrática e libertadora. (FEITOSA, 1999).

 

A educação aqui tratada preocupa-se com o desenvolvimento de uma pessoa integra, em que diversos fatores precisam ser considerados na construção de um ser humano completo: físico, emocional, ético e cognitivo. Reputamos assim a construção de um ser preparado ou em preparação para assumir a responsabilidade de sua própria educação.

 

Nesta ótica, precisamos considerar a aprendizagem desse ser de forma não diretiva, mas, sim, de forma a criar ambientes propícios para seu autodesenvolvimento, com pessoal preparado para facilitar sua aprendizagem, buscando assim potencializar suas capacidades de construção de seus conhecimentos. Objetiva-se deste modo o desenvolvimento de um ser autônomo, responsável por seu crescimento holístico e equilibrado em suas diversas formas de expressão.

 

As demandas para o educador são de competências que envolvem a compreensão das necessidades do ser que está em formação, o respeito pelo educando e a facilidade em buscar informações e metodologias adequadas a esse educando. O papel do educador, nesta forma de pensar o processo de ensino-aprendizagem, é de facilitador, mediador entre o educando e os objetos do conhecimento e sistemática necessários para que este educando venha a construir seus próprios conhecimentos.

 

Fechando o tripé educador–educando–objeto do conhecimento, os objetos de conhecimentos apresentados pelos e para os educandos devem ser significativos para suas realidades. O educador deve buscar, nas realidades vividas pelos educandos, os temas a serem trabalhados pelo grupo. O que for significativo para o educando tenderá realizar sua potencialidade de aprender.

 

Nessa linha de pensamento, o trabalho por projeto se apresenta como forma importante na formação do educando. A proposta pedagógica de trabalho por projetos traz a possibilidade de aprendizagem pela resolução de soluções problemáticas. Os projetos se apresentam como problemas reais, escolhidos da realidade do educando, que precisam ser resolvidos. Durante a execução do projeto, o professor acompanhará seu desenvolvimento estimulando, criando novos desafios, buscando e trazendo novos aprendizados necessários para a continuidade do projeto.

 

2.      Apresentação de um modelo de planejamento

 

O planejamento de uma atividade a distância é parte do planejamento geral de uma disciplina ou curso. Os trabalhos desenvolvidos a distância devem estar ligados diretamente aos trabalhos presenciais do professor.  Esta ligação deve estar clara e perceptível para o aluno.

 

O objetivo deste material é criar um roteiro que possa facilitar ao professor o desenvolvimento de seu plano de trabalho para a disciplina ou curso de sua responsabilidade. Seguindo os passos propostos, este professor terá organizado seu planejamento aula a aula, incluindo as atividades que poderão ser desenvolvidas a distância.

 

Esta definição inicial não significa que não serão possíveis mudanças de rumo durante o processo de desenvolvimento da disciplina. É necessária uma avaliação desse planejamento, durante todo o andamento do trabalho, para que possamos corrigir eventuais divergências  entre o planejamento inicial e o a realidade no dia-a-dia da sala de aula.

 

Segue abaixo um roteiro organizado em forma crescente de importância na definição do planejamento de uma disciplina. Cada um dos itens serão trabalhados posteriormente.

 

1.   Nome e ementa da disciplina

2.   Curso e semestre em que se insere

3.   Nome e breve currículo do professor

4.   Carga horária da disciplina

5.   Público alvo

6.   Objetivo da disciplina

7.   Competências do aluno a serem desenvolvidas

8.   Conhecimentos prévios

9.   Conteúdo geral da disciplina

10.                      Formas de avaliação de aprendizagem

11.                      Bibliografia utilizada e indicada

12.                      Eixos temáticos e atividades que serão trabalhados

13.                      Montagem do cronograma de aulas

 

Somente no item número 13 é que iremos definir quais atividades serão desenvolvidas com os alunos e quais serão as modalidades adotadas: presenciais, não presenciais, em grupos, individuais, etc.

 

Poderíamos detalhar mais o item 13 da seguinte forma:

 

  1. Eixos temáticos e atividades que serão trabalhados

a.      Definição dos temas que serão trabalhados

b.      Conteúdos por eixo temático

c.      Atividades para desenvolvimento dos conteúdos

 

                                      i.      Para atividades não presenciais

1.      Objetivos da atividade a distância

2.      Grau de interatividade professor-aluno e aluno-aluno

3.      Definição das ferramentas tecnológicas adotadas

4.      Desenvolvimento do material necessário

5.      Organização das etapas de execução da atividade

6.      Avaliação da atividade

 

Seguiremos então detalhando cada um dos itens propostos.

 

1.   Nome e ementa da disciplina

 

O nome completo e correto da disciplina poderá ser um ponto de partida  para a definição dos objetivos. É importante também conhecer a ementa proposta, o que poderá dar uma noção melhor de como ela foi incluída no projeto geral do curso.

 

2.   Curso e semestre que faz parte

 

A localização da disciplina no projeto geral do curso a qual faz parte, trarão subsídios na definição dos objetivos, do público alvo e das possíveis atividades interdisciplinares.

 

Perguntas que poderão colaborar no momento de planejamento:

 

·          Que disciplinas relacionadas à sua já foram ou estão sendo oferecidas para os alunos?

·          Como sua disciplina poderá interagir com as outras do período?

·          Como posso utilizar as competências desenvolvidas pelos alunos nos períodos anteriores?

·          Para quais disciplinas, dos próximos períodos,  a sua será considerada pré-requisito?

·          Você conhece a Grade Curricular do curso e as ementas de outras disciplinas que se relacionam à sua?

 

3.   Nome e breve currículo do professor

 

Um resumo das experiências do docente na área afim da disciplina e outras experiências que o professor julga importante para os alunos o conhecerem melhor, colaborando com as possibilidades do desenvolvimento de um ambiente mais amigável entre professor e alunos.

 

4.   Carga horária da disciplina

 

Esta informação ajudará a definir a abrangência dos objetivos propostos e a forma de distribuição durante o período que a disciplina será oferecida. A montagem do cronograma só será feita no final do planejamento.

 

5.    Público alvo

 

Este ponto é chave para a continuação de nosso trabalho. Conhecer o perfil dos alunos e do grupo, como um todo, ajudará na definição das estratégias que serão utilizadas para o desenvolvimento de sua disciplina. Essas informações poderão ser conseguidas com uma coordenação do curso. Caso ache necessário, entre em contato com algum outro docente que já tenha trabalhado com o grupo em semestres anteriores.

 

Independente das informações obtidas, os primeiros contatos com a turma trarão informações imprescindíveis que permitirão que o planejamento seja refeito com algumas adaptações necessárias para esse grupo de alunos. O professor poderá fazer uma avaliação diagnóstica quanto ao conhecimento adquirido do grupo, questões culturais, tipo de acesso à informação e tecnologia e outros pontos que julgar importantes.

 

Um Plano de Ensino que não leve em consideração a realidade de cada classe pode tornar-se inadequado ao longo do semestre corrente, menosprezando necessidades e trabalhando conteúdos de forma desmotivante para o aluno.

 

A coordenação poderá colaborar com esta informação, criando relatórios das turmas que deverão ser preenchidos pelos professores no final do um período. Esses relatórios servirão de balizadores na definição do público alvo da disciplina dos períodos subseqüentes.

 

Segue alguns pontos para análise do público:

 

·     Integração dos alunos

·     Participação dos alunos nas aulas

·     Facilidade de trabalhar em grupos e/ou individualmente

·     Disciplina da sala: como o grupo se organiza

·     Lideranças naturais

·     Qualidade da escrita e da leitura

·     Disponibilidade de tempo extra-aula

·     Freqüência dos alunos

·     Pontualidade

·     Motivação para aprender

 

6.   Objetivo da disciplina

 

Neste ponto, já precisamos ter claro o que se deseja com esta disciplina. Os objetivos da disciplina devem ser escritos de forma clara e breve. Muitas vezes este item é confundido com os conteúdos que se deseja trabalhar ou com o que se deseja que o aluno esteja apto a fazer no final do curso.

 

Alguns pontos para análise:

 

·     Qual a função da disciplina no curso e seu papel na aprendizagem proposta para o período?

·     O que se espera que o aluno tenha aprendido ao final do período?

·     Em relação ao plano geral do curso, como esta disciplina irá participar da realização desses objetivos?

 

7.   Competências do aluno a desenvolver

 

Agora é preciso definir que aptidões e competências os alunos precisarão desenvolver durante a disciplina e ao final do curso.

 

Ao final da disciplina, o aluno estará apto a...

 

8.   Conhecimentos prévios

 

Este tópico não servirá como critério de seleção dos alunos, mas poderá gerar uma avaliação diagnóstica, que servirá de subsídio ao professor na orientação do grupo no sentido dos objetivos propostos da disciplina: bibliografia complementar, aulas de reforço, atividades extras, etc.

 

Definir os conhecimentos prévios necessários para alcançarmos os objetivos da disciplina ajudará a traçar a estratégia pedagógica e desenvolvimento dos conteúdos. Poderão ser levantados os conhecimentos construídos pelas disciplinas anteriormente oferecidas aos alunos, bem como outros conhecimentos que colaborarão com o melhor desenvolvimento da disciplina.

 

9.   Conteúdo geral da disciplina

 

Neste tópico serão listados os conteúdos que serão tratados pela disciplina. Organize-os preferencialmente em ordem de complexidade dos conteúdos e pré-requisitos para os alunos.

 

10.        Formas de avaliação de aprendizagem

 

O primeiro ponto importante a se observar quanto à avaliação é a obrigatoriedade de deixar-se claro a forma e critérios que serão adotados pelo docente. Coloque uma breve explicação de como os alunos serão avaliados quanto à aprendizagem dos temas trabalhos, que ferramentas serão utilizadas e quais critérios serão utilizados: seminários, monografia, trabalhos em grupo, provas com ou sem consulta, etc.

 

É importante também conhecer as formas de avaliação propostas pela instituição, no que diz respeito a proposta pedagógica e aos critérios de aprovação do aluno quantitativos e qualitativos.

 

11.        Bibliografia utilizada e indicada

 

Complementando a primeira parte do planejamento, a bibliografia é  uma lista com os materiais de referência que poderão ser utilizados pelos alunos. Esta lista tem como objetivo indicar os materiais que foram utilizados pelo professor no desenvolvimento da disciplina e também poderá servir de fonte de pesquisa complementar.

 

Esta lista poderá conter referências de livros, artigos, teses, sites da Internet, revistas especializadas, filmes, documentários, etc. É importante que o professor saiba da disponibilidade desse material na biblioteca da instituição.

 

Desta lista também farão parte alguns materiais e bibliografia adequada que  servirão de apoio a processos de recuperação paralela.

 

12.        Eixos temáticos e atividades que serão trabalhados

 

Entende-se como Eixos Temáticos os grandes temas da disciplina; dentro de cada um dos temas serão trabalhados os conteúdos propostos com aulas expositivas, atividades em grupo e individuais, projetos presenciais ou a distância, seminários, etc. Além disso, é necessária também a definição da forma de avaliação de aprendizagem adotada.

 

Neste tópico o docente não precisará se preocupar com a divisão de aulas ou tempo de duração dos temas. Neste item será detalhado todo processo de ensino da disciplina no decorrer do período que esta será oferecida aos alunos. O tempo necessário para o desenvolvimento dos temas será definido no item seguinte.

 

Definidos os temas principais, do detalhamento deverão conter os itens abaixo:

 

a.        Conteúdos que serão trabalhados em cada um dos eixos

 

Os conteúdos que serão ensinados durante a exploração do tema. Aqui precisará ser descrito todo o conteúdo que será explorado dentro do tema proposto.

 

b.        Atividades que serão desenvolvidas a cada eixo temático

 

O docente fará a relação de atividades que serão desenvolvidas com os alunos durante a exploração do tema. Essas atividades poderão ser leitura de textos, apresentação de seminários, aulas expositivas, exercícios, trabalhos em grupo, atividades a distância, leituras prévias, etc.

 

É necessário também o detalhamento das etapas necessárias para aplicação de cada atividade. Com esse detalhamento o docente poderá preparar os materiais necessários para cada um dos temas.

 

Neste tópico será possível a definição das atividades que poderão ser desenvolvidas a distância:

 

Definição dos conteúdos que poderão ser trabalhados a distância

 

1.        Objetivos das atividades à distância

 

Os objetivos das atividades à distância, pela suas características físico-temporais, necessitam estar muito bem definidos, tanto para o professor como para o aluno.

 

2.        Definição do grau de interação desejado entre professor-aluno e aluno-aluno.

 

Este tópico é muito importante na definição das ferramentas que serão utilizadas durante o curso, como correio, chat, fórum, entrega de trabalhos, testes, etc.

 

Outra questão importante é a possibilidade de encontros síncronos e/ou assíncronos entre os participantes. Qual a facilidade de todos se encontrarem em locais diferentes, mas na mesma hora para discutir o tema do seminário? Para cada caso pode-se escolher ferramentas apropriadas para uso do grupo.

 

3.        Desenvolvimento dos materiais que serão disponibilizados

 

Mesmo a distância é necessário que seja disponibilizado para o aluno um material de apoio às atividades que serão desenvolvidas.

 

Do material poderão contar textos, figuras, quadrinhos, fórmulas, listas de temas; o importante é a coerência com os objetivos propostos para essa atividade.

 

Algumas questões precisam ser levantadas quanto ao formato e tamanho desse material. Se a opção é trabalhar com textos, selecione os de leitura rápida, principalmente na tela do computador.

 

Se for necessária a utilização de textos mais longos e complexos, faça um breve resumo com partes do texto e após essa leitura o aluno poderá acessar o texto na íntegra para continuar o que for necessário.

 

4.        Definição das ferramentas que serão utilizadas

 

Após a definição do tipo de atividade que será desenvolvida a distância e o grau de interatividade desejado, pode-se definir as ferramentas que serão utilizadas. Em geral as ferramentas da Internet dividem-se em dois grupos: síncronas e assíncronas.

 

Para  o uso das ferramentas síncronas é necessária a presença do grupo de participantes no mesmo horário, cada qual em seu computador, na faculdade, empresa em que trabalha, em casa, etc. Esse grupo tem a vantagem de ter um alto grau de interatividade, já que o professor estará diretamente em contato com os alunos e poderá fazer alguns comentários por escrito, resolver dúvida do grupo, colaborar no desenvolvimento dos trabalhos, etc. Exemplo desse grupo de ferramenta são os chats ou bate-papo.

 

Com ferramentas, assíncronas  como e-mail ou fórum, os participantes enviam suas mensagens, comentários, colaborações a qualquer hora e estas participações são acompanhadas pelo professor e outros participantes no horário que os mesmos acessarem o sistema. Não é necessária a presença simultânea do grupo.

 

5.        Construção de cronograma de cada atividade com prazos e ações necessárias

 

Como à distância nem sempre o professor está disponível em tempo integral, para acompanhar o grupo, muitas atividade se dispersarão e a finalização torna-se trabalhosa. Assim, deixe bem definidos os passos necessários para o encaminhamento das atividades, com datas e prazos de encerramento para cada uma das etapas.

 

6.        Definição das avaliações de cada eixo temático: parte presencial e a distância

 

6.1.        Objetivos da avaliação

6.2.        Critérios utilizados

6.3.        Tipo de avaliação que será utilizada e forma de correção

 

Outra questão importante é a avaliação do produto final da atividade e do processo de desenvolvimento da mesma. O professor poderá a cada etapa da atividade pedir que o aluno escreva um breve relatório de acompanhamento do projeto. Esses relatórios servirão para o professor acompanhar o desenrolar da atividade discente, e pode-se configurar também como objeto de avaliação (para atividades desenvolvidas presencialmente ou à distância).

 

 

13.        Montagem do cronograma de aulas

 

Tendo preparado a relação dos eixos temáticos com conteúdos, atividades presenciais, atividades à distância e avaliação, basta organizar estes temas no espaço das aulas.

 

Aqui o docente poderá listar cada uma das aulas com seu tema principal, os conteúdos que serão trabalhados, atividades propostas para serem executadas pelo aluno antes, durante e após a aula, e a forma de avaliação de aprendizagem.

 

Nesta fase o docente não precisará preparar todos os materiais de apoio que serão utilizados durante a disciplina. O ideal seria manter aproximadamente 2 aulas preparadas com antecedência, facilitando o acompanhamento da disciplina e possibilitando eventuais correções de rumo no planejamento.

 

Algumas Informações que devem constar do cronograma:

 

a.   Definição de recursos: laboratório, equipamentos especiais, etc.

b.   Listar eventuais leituras prévias

c.    Apresentação dos objetivos

d.   Desenvolvimento dos materiais necessários para apresentação em aula

e.   Desenvolvimento das atividades que serão propostas em sala de aula

f.      Desenvolvimento das atividades propostas após a aula

g.   Definição da avaliação da aula (sugerimos propor uma avaliação diagnóstica no primeiro encontro com o grupo)

 

Para facilitar o trabalho final de planejamento, pode-se criar uma tabela simplificada com alguns dados que possibilitará a melhor visualização do trabalho:

 

Sugestão de itens da tabela:

 

1.          Aula e Duração

2.          Planejamento da Aula

a.        Eixo temático que será trabalhado

b.        Objetivos

c.        Conteúdos que serão trabalhados

d.        Atividades que serão desenvolvidas

e.        Avaliação

3.          Materiais e recursos necessários

 

Exemplo (os dados abaixo são fictícios)

 

Aula/Duração

Planejamento da Aula

Recursos

1a aula

4 horas/aula

Tema: Influências externas na Economia Nacional

Objetivo: Analisar o cenário mundial e seus reflexos na economia brasileira

Conteúdos: globalização, política externa

Atividades:

Em sala:

1.   Leitura de artigos publicados sobre as mudanças na economia Argentina

2.   Debate sobre os efeitos das mudanças em grupos que montarão painéis para apresentação no final da aula.

Para próxima aula:

1.   Produção de síntese das discussões feitas em sala de aula.

2.   Buscar outras informações em meios jornalísticos que contribuam na discussão. Colocação no fórum com comentários.

Avaliação:

Serão avaliados os materiais produzidos e as apresentações feitas. Serão levados em consideração os conteúdos discutidos, a clareza da apresentação e a participação de todo o grupo.

Presencial:

Sala de Aula para discussão.

 

Laboratório para montagem dos painéis.

 

À Distância:

Fórum no WebCT para discussão à distância.

 

 

Finalizando esta proposta de planejamento, é importante a apresentação dos dados do planejamento para os alunos. Com este documento, o aluno poderá acompanhar e colaborar com o desenvolvimento do trabalho do professor. A apresentação deste documento será fator facilitador no trabalho de auto-avaliação do aluno no decorrer do processo de ensino-aprendizagem.

 

Também aqui, é possível a montagem de um documento simplificado com as informações necessárias.

 

Sugestão de itens para a tabela:

 

1.        Nome da disciplina

2.        Nome do professor

3.        Breve relato de sua experiência profissional e acadêmica

4.        Carga horária

5.        Objetivos da disciplina

6.        Competências que se deseja desenvolver

7.        Conteúdos da disciplina

8.        Formas e critérios de avaliação da disciplina

9.        Bibliografia básica e complementar

10.   Temas que serão desenvolvidos

11.   Cronograma de aulas simplificado

 

3.      Bibliografia

 

ABREU, M. C.; MASETTO, M. T. O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. São Paulo: MG Editores Associados, 1985.

ALMEIDA, M. E. B. Projeto: uma nova cultura de aprendizagem. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2001.

BARTHES, R. Aula. 8 ed. São Paulo: Cultrix, 2000

BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de ensino-aprendizagem. Petrópolis: Vozes, 1998.

FEITOSA, S.C.S. O método Paulo Freire. 1999. Disponível em: <http://www.paulofreire.org/metodo.htm>. Acesso em: 29 nov. 2001.

FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1999.

GADOTTI, M. Lições de Freire. Revista da Faculdade de Educação, Janeiro 1997, vol.23 no.1-2. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&lng=pt&pid=0102-2555&nrm=iso>. Acesso em: 15 set. 2001.

GUEDES, M. J. Vamos planejar, fazer, usar, avaliar: nossos meios de ensino. São Paulo: CLR Balieiro, 1986. (Coleção ensinando – aprendendo)

MASETTO, M. T.; ABREU, M. C. Planejar pensando. São Paulo: C.L.R. Balieiro, 1986. (Coleção ensinando – aprendendo)

MASETTO, M. T. Didática: a aula como centro. São Paulo: FTD, 1994. (Coleção aprender e ensinar)

MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

SALMON, G. E-Moderating: the key to teaching and learning online. Londres: Kogan Page, 2001.

SHEPARD, L. A. The role of assessment in a learning culture. ER Online, Out. 2000. Disponível em: <http://www.aera.net/pubs/er/toc/er2907.htm>. Acesso em: 06 dez. 2001.

SOARES, I.O. Comunicação/Educação: a emergência de um novo campo e o perfil de seus profissionais. Disponível em: <http://sites.uol.com.br/cdchaves/textos.htm>. Acesso em 10 out.2001.

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VIEIRA, F.M.S. O construtivismo e a capacitação de professores. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br>. Acesso em: 07 out. 2001.